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Domingo, 17 de março de 2019









1° Domingo da Quaresma ou
«Domingo da Ortodoxia»


(6º antes da Páscoa - Modo 1)





Neste domingo comemora-se a vitória da ortodoxia sobre a heresia dos iconoclastas e veneram-se os ícones.

Em 843 um Sínodo regional (Endemousa) foi convocado sob a Imperatriz Teodora. A veneração aos ícones foi solenemente proclamada na Catedral de Santa Sofia. Monges e clérigos entraram em procissão e restituíram os ícones aos lugares estabelecidos. Este dia foi chamado de «Triunfo da Ortodoxia». Desde então este, acontecimento é comemorado cada ano em um ofício religioso especial no Primeiro Domingo da Quaresma; o «Domingo da Ortodoxia» ou o «Triunfo da Ortodoxia».



O Domingo da Ortodoxia


Por: Arcebispo Paulo Yazigi
Metropolita de Alepo-Siria


O que pode pensar um ortodoxo sobre o Domingo da Ortodoxia? A maioria dos pensamentos para esta ocasião tem caráter confessional, destacando a Ortodoxia sobre as demais confissões cristãs. As religiões são, em geral, caminhos divinos através dos quais Deus vem até o homem e o faz elevar-se para Si.

A investigação das religiões é um tema que vai além do que podemos falar, mas não há dúvida que todas as religiões ajudam o homem a praticar uma boa moral, a escutar a voz de sua consciência, a viver em paz e a conviver melhor com os seus semelhantes, sobretudo as que professam um Deus único. Todas estas religiões são como que "fios condutores" nas mãos de Deus, através dos quais Ele atrai a Si os homens.

Não obstante, o Cristianismo é a revelação divina mais profunda e representa o caminho mais curto que conduz ao céu. A Ortodoxia conservou a Tradição Cristã sem mancha e é, entre as "tradições" cristãs, a mais segura. A doutrina cristã passou ao longo da História, por muitos exames e provas, introduzindo-se, às vezes, elementos humanos e sofrendo desvios, também por causa dos homens. A Ortodoxia conservou a fé ao longo da História e a transmitiu de geração em geração e, a isto, chamamos «Tradição».

«Tradição» não é o mesmo que «tradições». «Tradição» não quer dizer história antiga ou ensinamentos herdados. Tradição significa «transmissão» dos ensinamentos de uma geração a outra. Pois, «Deus é o Deus de nossos pais». E, por isso, a Tradição é movimento e não herança estática.

A Tradição morre se não for transmitida. Recebemos gratuitamente e gratuitamente devemos transmití-la. A Tradição não é conjunto de ensinamentos, mas o movimento do Espírito Santo na Igreja que transmite a fé, é o «depósito» que se assemelha aos talentos sobre os quais nos ensinou o Senhor que não devemos ocultá-los.

Por isso, quando insistimos que, para a Ortodoxia, a Tradição desempenha um papel importante, queremos dizer que o ensinamento recebido dos Santos padres da Igreja são fundamentais para nós mesmos e para as gerações futuras. Queremos dizer também que a Tradição, na Ortodoxia não é como um museu, mas uma missão. O tempo da Tradição é o tempo importante do passado e é também o tempo do futuro que goza da mesma importância.

A Ortodoxia, portanto, em seu caráter de tradição cristã pura, quer dizer a doutrina reta de acordo com a fé recebida dos santos Padres e, ainda, que se encontra no mesmo nível de importância que a evangelização. A retidão da doutrina é uma face da moeda e a outra face é a evangelização. A doutrina reta é a garantia de um fundamento correto da evangelização; a evangelização, por sua vez, é a continuidade natural e viva da reta doutrina.

O Espírito de evangelização não é uma atividade adicional na vida da Igreja Ortodoxa, e o desejo de transmitir a Verdade e a Tradição aos demais, não é só uma ocupação a mais da Igreja, mas o indicador genuíno de que o Corpo de Cristo (a Igreja) está vivo, cresce, permanece e se move. A falta de evangelização não é apenas um defeito parcial da vida da Igreja, mas indica a presença de uma fé corrompida e a adulteração da verdade.

Quando, no Evangelho de hoje, Filipe encontra a Jesus, sai imediatamente em busca de Natanael e, encontrando-o, diz: «Encontramos Jesus, o Filho de José, de Nazaré, Aquele sobre quem escreveram Moisés na Lei, e os Profetas». Quem encontra Jesus, se faz imediatamente apóstolo. Ele mesmo, Jesus, disse a seus discípulos, que os enviou como luz ao mundo e como sal à terra. A Ortodoxia é segurança para a evangelização e a verdadeira evangelização é o indício de uma Ortodoxia viva. Por isso São Paulo nos diz: «Ai de mim se não evangelizo».

A Igreja é, segundo a Ortodoxia, o Reino de Deus vivo sobre a terra. A Igreja não é, nem uma instituição nem uma organização. A Igreja é, segundo a Tradição Ortodoxa, o «mundo no mundo». É o «fermento que leveda toda a massa».

A Igreja está em diálogo com o mundo exterior e não é seu extremo oposto. Este é a parte dela que ainda não foi levedada. O mundo inteiro foi criado por Deus para ser a «Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica». Em outras palavras, o crente no mundo deve cooperar com a encarnação de Cristo e com a construção de seu Corpo vivo no mundo. O mundo se faz então nosso objetivo e nossa meta. Assumimos como tarefa fazer de todo mundo uma só Igreja.

Se, neste Domingo da Ortodoxia, dirigimos o olhar ao mundo que nos cerca, veremos, todavia, que estamos só no início do caminho, e que o mundo necessita de nós. A Igreja, então, estabelece diálogo e relação com o mundo exterior num gesto de fermentação e cristianização. A evangelização é o vínculo. E se realiza através do diálogo contínuo e com intenções de quem ama, é fiel e sincero com o outro, com as demais religiões, com o ateísmo e com qualquer outra expressão exterior à Igreja.

Todos necessitam de nossa fé. A evangelização não foi nem nunca será para a Ortodoxia um meio de expansão, de autoritarismo, de conquista ou de hegemonia. A evangelização é luz, é um presente, é um dom. A Igreja não é uma instituição que quer expandir-se, mas uma Verdade que deve ser propagada e, quem a recebe, não se torna seu proprietário, mas deixa-se orientar por ela.

A história da evangelização da Rússia no primeiro milênio depois de Cristo dá testemunho de que, os russos convertidos ao cristianismo partiram imediatamente para evangelizar os demais.

A evangelização se dá em dois campos diferentes: o primeiro é o campo externo que já mencionamos. O segundo é o campo interno.

Relata-se que São João Kronstadt sonhava em sua infância crescer para ir à China auxiliar na evangelização. No entanto, quando entrou na faculdade de teologia, deu-se conta de que sua família e seus vizinhos eram carentes de evangelização. A evangelização interna é uma necessidade pois, um número não pequeno de fiéis tem uma fé superficial. São os que receberam a fé como algo externo e acidental. A mesma Igreja Ortodoxa necessita que os seus filhos sejam evangelizados e, por isso, temos o pregação (sermão), a catequese, a vida pastoral e o fazer com mais força os sacramentos da Igreja na vida de seus filhos. A evangelização interior é necessária na vida pessoal de cada um. Assim também, devemos propagar nossa fé tal como nos é transmitida pela Tradição Ortodoxa, como vida e profundidade, como conhecimento de si mesmo e enamoramento de Deus. A tradição monástica e os modelos de vida pastoral que nos transmitiu esta Tradição e que passaram a fazer parte da mesma, afirmam que hoje é necessário «ir ao mais profundo» da evangelização interior, da pastoral e da ascética.

A evangelização interior é necessária nas igrejas e confissões cristãs. Por muitos fatores e interesses o Corpo de Cristo tem sido fragmentado ao longo da História. O diálogo é uma missão e uma instância fiel à Ortodoxia. A aproximação entre as diversas confissões cristãs é um gesto ortodoxo natural e honesto. O diálogo entre as igrejas não é só uma necessidade, mas uma obrigação de fidelidade à ortodoxia.

Sobre o que deve refletir então um ortodoxo no «Domingo da Ortodoxia»?

A Ortodoxia não é, nem um muro de separação e nem tampouco um ambão por detrás do qual falamos com os demais do alto. A Ortodoxia é um depósito que recebemos tão casualmente como foi privado aos demais. O ortodoxo não tem mérito pelo que pudesse ter recebido este depósito. Mas, tendo-o recebido, tem a responsabilidade de transmiti-lo. O talento nos foi dado como um dom e o fiel deve saber investi-lo bem.

Muitas vezes medimos nossa relação com Deus em base a um comportamento ético simples. O pecado passa a ser a omissão de um dia de jejum ou ter caído em ira etc. Sim, tudo isto é pecado, mas o pecado maior é o que cometemos quando nos omitimos da pregação, ou seja, escondemos o talento recebido. Enquanto que aqueles pecados enfraquecem nossa relação com Deus, ocultar ou esconder o talento nos separa de Deus. Os mandamentos divinos podem ser sintetizados no amor. A Lei tem como objetivo o amor. O objetivo da ética é chegar a sentir paixão pelas coisas divinas. O amor exige do outro. Conhecer a Deus é amá-Lo e, amá-Lo leva necessariamente a anunciá-Lo.

O Kondakion deste domingo nos expressa que a encarnação do Filho de Deus uniu nossa imagem à beleza divina e nos levou a confessar a salvação (a conhecê-la), a proclamá-la e a propagá-la (evangelizar) em palavras e obras.

Que função desempenhamos então em toda esta missão? O que é que devemos examinar todos os anos quando celebramos o «Domingo da Ortodoxia»? A epístola de hoje faz referência a todos aqueles que foram torturados das mais diversas formas e submetidos às prisões. Outros ainda que foram apedrejados, postos a prova ou mortos ao fio da espada. São Paulo menciona os que suportaram tudo isto pela Tradição e pela Fé Ortodoxa, antes e depois de Cristo. Eles, padecendo toda espécie de sofrimentos e torturas, ou até mesmo dando suas vidas para transmitir fielmente o depósito, constituíram-se em modelos para todos nós. Moisés é um dos melhores exemplos pois, recusou ser chamado filho do Faraó, preferindo ser maltratado junto ao povo de Deus, a desfrutar por algum tempo no pecado. Hb 11, 25.

A Ortodoxia é paixão e missão para o fiel, desde que não a tome para si, mas se ponha à seu serviço. O dever de todo o fiel ortodoxo é propagar a Ortodoxia e elegê-la em lugar do gozo temporal do pecado. Acaso não nos alegramos quando chegamos a conhecer a fé e seu passado e a pregamos para o futuro? Os sofrimentos a que muitos são submetidos por causa do Evangelho e de sua pregação constitui a alegria da festa de hoje.

Pelo que te pedimos, Senhor, 
que nos concedas morrer por ti todos os dias, 
e que teu nome seja anunciado 
para que todos os povos da terra 
voltem-se para ti, Senhor! 
Faze, Senhor, que o mundo todo te conheça de verdade. Amém.



O DOMINGO DA ORTODOXIA


Por Metropolita ANTHONY DE SOUROZH
Tradução: S. Knežević


† Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Hoje comemoramos, como todos os anos, no final da primeira semana da Quaresma, a Festa do Triunfo da Ortodoxia. E todos os anos temos de valorizar e compreender não apenas o significado histórico desta comemoração, mas também o que isso representa para nossas vidas. Primeiramente, devemos lembrar que o Triunfo da Ortodoxia não é o triunfo dos Ortodoxos sobre outros povos, outras religiões. É o triunfo da Verdade Divina nos corações daqueles que pertencem à Igreja Ortodoxa e que proclamam a verdade revelada por Deus em sua integridade e autenticidade.

Hoje, temos de agradecer a Deus do fundo de nossos corações por Ele ter se revelado a nós, ter dissipado as trevas das mentes e corações de milhares e milhares de pessoas, ter compartilhado conosco o conhecimento da perfeita Verdade Divina.

A razão desta festa é o reconhecimento da legitimidade da veneração dos ícones. Ao fazer isso, proclamamos que Deus – invisível, inefável, o Deus a quem não podemos compreender – tornou-se verdadeiramente homem; que Deus se encarnou, que Ele vive no meio de nós cheio de humildade, simplicidade e glória. Ao proclamar isso, veneramos os ícones não como ídolos, mas como uma declaração da Verdade da Encarnação.

Ao fazer isso, não podemos nos esquecer de que não são os ícones de madeira e de pintura, mas Deus que revela a si mesmo no mundo. Cada um de nós foi criado à imagem de Deus. Somos todos ícones vivos, e isso coloca sobre nós uma grande responsabilidade, porque um ícone pode ser desfigurado, transformado em uma caricatura ou blasfêmia. Temos que pensar em nós mesmos e nos perguntar: somos dignos, somos capazes de ser chamado de ícones, imagens de Deus? Um escritor ocidental disse que aqueles que encontram um cristão devem enxergá-lo como uma visão, uma revelação de algo que eles nunca perceberam antes; que a diferença entre um não-cristão e um cristão é tão grande, radical e impressionante como a diferença que existe entre uma estátua e uma pessoa viva. A estátua pode ser bela, mas é feita de pedra ou madeira, além disso, não tem vida. Um ser humano pode não parecer, à primeira vista, possuidor de tal beleza. Aqueles que o conhecem, no entanto, devem ser capazes – assim como aqueles que veneram um ícone abençoado e consagrado pela Igreja – de enxergar no homem o brilho da presença do Espírito Santo; enxergar Deus revelado na humilde forma de um ser humano.

Enquanto não formos capazes de ser essa visão para aqueles que nos rodeiam, nós falhamos em nosso dever; não proclamamos o Triunfo da Ortodoxia em nossas vidas; mentimos para o que proclamamos.

O que é verdade em relação a nós também é verdade em relação a nossa Igreja. Cristo nos conclamou a fazer de nossa Igreja uma família; uma comunidade de cristãos consubstanciada num corpo de pessoas unidas umas as outras pelo amor pleno, pelo amor do sacrifício; um amor que é o amor de Deus para nós. A Igreja foi e deve ser um corpo de pessoas cuja característica é o amor encarnado de Deus. Infelizmente, em todas as nossas Igrejas, o que vemos não é o milagre do amor Divino.

Desde o início, infelizmente, a Igreja foi construída de acordo com paradigmas do Estado: hierárquica, rígida e formal. Falhamos em sermos verdadeiros como no início, como as primeiras Comunidades Cristãs eram. Em defesa dos cristãos, Tertuliano disse ao Imperador de Roma: “Vede como se amam!” Nós não somos coletivamente um corpo de pessoas de quem se poderia dizer isso. Temos de aprender a recriar o que Deus quis para nós; recriar o que existiu uma vez; recriar as comunidades, igrejas, paróquias, dioceses, patriarcados, toda a Igreja, de tal forma que a realidade da vida deva ser a mesma realidade do amor. Infelizmente, nós ainda não aprendemos isso.

Assim, quando comemoramos a festa do Triunfo da Ortodoxia, devemos lembrar que Deus venceu; que proclamamos a verdade, a verdade de Deus, Encarnado e Revelou. E, neste mundo, há uma grande responsabilidade para todos nós, tanto coletivamente e quanto individualmente: não devemos negar, por meio de nossas condutas, o que proclamamos. Um teólogo ocidental disse que podemos proclamar toda a verdade da Ortodoxia e, ao mesmo tempo, desfigurá-la pela maneira que vivemos. Nossa maneira de viver pode mostrar que tudo não passa de meras palavras. Devemos nos arrepender disso. Temos que mudar, temos que nos tornar essa pessoa que encontramos e que nela enxergamos a verdade de Deus, a luz de Deus, o amor de Deus em nós, individual e coletivamente. Enquanto não fazemos isso, não participamos do Triunfo da Ortodoxia. Deus triunfou, porém Ele nos encarregou de fazer o Seu triunfo o Triunfo da Vida para o mundo inteiro.

Portanto, aprendamos a viver, individual e coletivamente, de acordo com o Evangelho, que é a Verdade e a Vida, e a construir sociedades de cristãos que são a revelação dessa Verdade, para que possamos dizer: “Vamos renovar nossas instituições, nossos relacionamentos; renovar tudo o que passou ou que permanece velho e tornarmos uma nova sociedade em que a Lei e Vida de Deus possam prosperar e triunfar.” Amém.

Texto original em inglês disponível em: www.mitras.ru





Vida dos Santos




Santo Alexis









Data de celebração: 17/03/2019

Tipo de festa: Fixa

Santo (a) do dia: Santo Alexis, homem de Deus († séc. IV ou V)




Biografia:
No século IV viviam em Roma Eufêmio e Aglaya, um rico casal conhecido por sua compaixão e caridade. Alimentavam todos os dias os pobres, órfãos, viúvas e peregrinos. Quando havia poucas pessoas para alimentar, Eufêmio dizia com tristeza que era indigno de caminhar sobre a terra. Todos amavam Eufêmio e sua esposa, um casal que ainda não havia sido agraciado com filhos. Sofriam por isso, e rogavam a Deus que lhes concedesse um filho para que lhes alegrasse em sua velhice. Deus ouviu suas preces dando-lhes um filho a quem batizaram com o nome de Alexis. Seus pais tudo fizeram para lhe dar uma boa educação e para que crescesse bondoso e piedoso. E, tendo como guia seus devotos pais, desde muito cedo Alexis amava o Senhor, orava constantemente, jejuava e se vestia com modéstia. Chegando a maioridade, seus pais lhe encontraram uma noiva com quem se casou. Após o casamento, ainda nas núpcias, quando estavam sós, Alexis aproximou-se de sua esposa virgem, lhe deu um anel de ouro, um cinturão de muito valor, dizendo-lhe: «Guarda isto, e que Deus esteja entre nós até que sua bondade nos faça novos». Em seguida, deixou-a sós. Despiu suas ricas vestes nupciais, vestiu-se como um simples aldeão e se foi da casa de seus pais. Fez isto inspirado nas palavras de Cristo: «E todo aquele que tiver deixado casas, ou irmãos, ou irmãs, ou pai, ou mãe, ou mulher, ou filhos, ou terras, por amor de meu nome, receberá cem vezes tanto, e herdará a vida eterna» (Mt 19,29). Presume-se que tenha consentido se casar antes de sair da casa de seus pais, para assegurar a sua noiva um futuro melhor.

Vagando por vários países, Alexis chegou finalmente à cidade de Edessa. Ali estava guardado o antigo ícone do Salvador, não feito por mãos humanas. Em Edessa, Alexis deu aos pobres suas últimas moedas e começou a viver como mendigo, próximo à Igreja da Santíssima Virgem, vivendo da generosidade dos que passavam por ali. Rezava dia e noite e comungava sempre aos domingos. Assim, viveu durante 17 anos na miséria, fazendo exercícios espirituais.

Pouco a pouco, muitos habitantes de Edessa ficaram conhecendo e apreciavam a profunda espiritualidade do mendigo que vivia sentado à porta da igreja. Um dos servidores da igreja viu em sonho a Santíssima Virgem que lhe pediu que deixasse entrar na sua igreja um homem de Deus, pois as suas orações chegavam a Deus e, assim como repousa sobre a cabeça do o rei a coroa, sobre ele repousa o Espírito Santo. O servidor da igreja ficou confuso, pois não sabia quem era o tal «o homem de Deus». A visão, porém, se repetiu, e a Mãe de Deus indicou que era o mendigo que vivia sentado à porta da Igreja.

Depois disso, o apreço e a admiração por Alexis aumentou, e era comum se referiam a ele como um exemplo. Então, para afastar-se das futilidades e da vangloria, ele se foi de Edessa. Chegou ao Mar Mediterrâneo e embarcou para algum outro país. Durante a travessia, a embarcação foi surpreendida por uma grande tormenta e, depois de alguns dias, o maltratado barco chegou à Itália, próximo de Roma, onde anos atrás vivia Alexis.

Em terra, dirigiu-se a casa de seus pais e, no caminho, encontrou seu pai que retornava da Igreja. Inclinando-se diante do pai, Alexis disse: «tem piedade deste mendigo e dá-me um lugar em tua casa, e o Senhor te abençoará e te concederá o Reino dos Céus; e se tens alguém de tua família viajando, Deus te devolverá». Aquelas palavras recordaram Eufêmio de que seu filho havia desaparecido, e caiu em lágrimas. Disse ao mendigo que lhe daria uma pequena casa em sua estância.

Assim, Alexis começou a viver nas imediações da casa paterna sem ser reconhecido, pois tendo vivido tantos anos nas privações, tornou-se irreconhecível. Na pequena casa, Alexis continuava a viver da mesma forma como vivera em Edessa: orava constantemente a Deus, comungava a cada domingo, suportava a mendicância e se conformava com muito pouco. No entanto, era difícil ver em seu pai, mãe e esposa, a dor pela perda de seu filho e esposo. Assim se passaram mais 17 anos.

Quando Alexis pressentiu que chegava a hora de sua morte, escreveu sobre um papel sua vida, iniciando pelo dia em que se afastou da casa de seus pais. Ao terminar de escrever, esperava pela morte.

No domingo seguinte, o bispo da cidade de Roma, Inocêncio, na presença do imperador Honório oficiava a Divina Liturgia. Havia muitos fiéis presentes. Durante a Liturgia, escutou-se uma voz que dizia: «Busquem o homem de Deus na casa de Eufêmio». O imperador perguntou a Eufêmio: «Por que não nos disseste que em tua casa vive um homem de Deus?». Eufêmio respondeu: «Não sei do que estão falando!»

Então o imperador Honório e o Papa Inocêncio decidiram ir à casa de Eufêmio para conhecer quem era aquele homem de Deus. Quando chegaram à estância, souberam pelos criados que na pequena casa vivia um homem que rezava e jejuava. Entraram na pequena casa e viram um homem morto caído ao chão. Seu rosto resplandecia e de seu corpo exalava um aroma.

O imperador viu o papel na mão de Alexis, tomou e começou a ler. Finalmente Eufêmio e todos os presentes souberam que aquele mendigo que há tanto tempo vivera ali era o seu filho perdido. Os pais sofreram muito por saber tão tardiamente que aquele era seu filho. Mas lhes consolava saber que ele tinha alcançado a santidade.

Trad.: Pe. Pavlos Tamanini e Pe. André Sperandio


Extraído do site: ecclesia.com.br




Hino do dia




Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)




Celebrações do dia






1. Domingo dos Nove - Ortodoxia


2. Santo Aleixo, o homem de Deus

3. Santo Theotokos o Confessor

4. Dia de São Patrício

5. Memória da terrível ameaça do terremoto

6. São Paulo, o Mestre do Oráculo

7. San Marino

8. São e Diana Lázaro, o amigo de Cristo

9. Saint Makarios Abbot do mosteiro de Kolyajin da Rússia

10. São Gabriel, o Pequeno, o Mártir

11. São Teodoulos, o Sagrado Mártir Sinai

12. São Paulo, o supervisor do ciclo de Chipre

13. Assembléia de Panagia de Pantanassa em Sikinos



Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)



Leituras do dia



Matinas - João 20, 19-31

Epístola - Hebreus 11, 24-26,32-40

Evangelho - João 1, 43-51

Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)



Jejum




Vinho
Abster-se de carne, peixe, laticínios e ovos. 


Permitido azeite e vinho.


Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)















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