4º Domingo da Quaresma:
«São João Climaco»
(3º
antes da Páscoa - Modo 4)
Memória de Ss. Terêncio, Pompeu e cc., mártires († c. 250).
Matinas
Tropário – Modo 4 -
(4º tom):
As discípulas do Senhor aprenderam do Anjo a anunciar
jubilosamente a ressurreição e rejeitaram a sentença dos nossos primeiros pais
e conversaram com os Apóstolos, orgulhosas, dizendo: A morte já é cativa e o
Cristo Deus já ressuscitou, dando ao mundo grande misericórdia.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
As discípulas do Senhor aprenderam do Anjo a anunciar
jubilosamente a ressurreição e rejeitaram a sentença dos nossos primeiros pais
e conversaram com os Apóstolos, orgulhosas, dizendo: A morte já é cativa e o
Cristo Deus já ressuscitou, dando ao mundo grande misericórdia.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Theotokion:
O mistério, oculto desde os séculos e desconhecido pelos anjos;
por ti foi manifesto, oh Mãe de Deus, aos seres terrenos, porque Deus se
encarnou em uma união verdadeira; voluntariamente aceitou a cruz por nós e nela se levantou o
primeiro criado e salvou da morte nossas almas.
Katisma – Modo 4 -
(4º tom):
1ª Katisma:
As Mirróforas
vieram a entrada do sepulcro, mas não puderam suportar os esplendor do anjo,
assustadas disseram: É verdade que foi roubado quem abriu o Paraíso ao ladrão,
o que ressuscitou levantando-se quem anunciou sua Ressurreição antes de sua
paixão? Em verdade, Cristo Deus ressuscitou concedendo a ressurreição e a vida
à aqueles que se encontravam do Hades!
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Oh Salvador, por
Tua própria vontade, suportar a Crucifixão, os mortais te puseram em um
sepulcro novo, a Ti que fixaste com a Tua palavra os continentes! Por isso, a
morte foi encarcerada e vencida; e todos
os que estavam no Hades, na hora de Tua vivificadora ressurreição exclamaram:
Verdadeiramente Cristo ressuscitou outorgando a vida e permanecendo por todos
os séculos!
Agora, sempre e pelos séculos dos
séculos. Amém.
Theotokion:
José, teu prometido e custódio ao ver tua inefável concepção sem
semente, quedou surpreendido, oh Mãe de Deus. Em seu interior pensou consigo
mesmo na chuva que cai sobre a erva seca e na sarça que arde sem se consumir. E
deu testemunho diante dos sacerdotes, dizendo: “A Virgem dá a luz e permanece Virgem”.
2ª Katisma:
Oh Cristo nosso Salvador, porque és Imortal ressuscitaste do
sepulcro. Com Tua Ressurreição ressuscitaste contigo o mundo, e com Teu poder
aniquilaste a força da morte, e anunciaste à todos Tua Ressurreição. Por isso
Te gloriicamos, oh único misericordioso e amante da humanidade!
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espirito Santo.
Gabriel desceu do alto com vestes brancas. E dirigindo-se à pedra
donde se encontrava a Pedra da Vida, clamou as chorosas mulheres, dizendo:
Deixai de chorar e vinde fortalecidas e gozosas, porque aquele a quem buscais
com lágrimas, em verdade ressuscitou. E proclamou aos Apóstolos: O Senhor
ressuscitou!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Theotokion:
Oh Puríssima, todos os coros se assombraram ante o mistério de teu
parto, ao ver como repousou em ti, como menino o que sustenta tudo em suas
mãos; Aquele que existiu antes de todos os séculos tomou principio no seu
tempo; E como aquele que alimenta com toda sua bondade a todo ser que respira,
se alimenta com leite. Por isso tem louvaram e te louvam, por ser em verdade a
Mãe de Deus.
Ypakoí – Modo 4 - (4º tom):
Obediência:
As Mirróforas se adiantaram aos Apóstolos e anunciaram os
acontecimentos da ressurreição milagrosa, oh Cristo, dizendo que tu
ressuscitaste como Deus dando ao mundo a grande misericórdia.
Anabtmo:
1ª Antífona:
Desde minha juventude muitos são os sofrimentos que me perseguem;
porém Tu, Salvador meu, protege-me e salva-me, oh quem odiai a Sion, como a
palha no fogo sereis consumido.
Glória ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Pelo o Espírito Santo toda alma vive,
se purifica, e brilhando eleva-se até a Trindade Única, mística e pura.
2ª Antífona:
Senhor, a Ti clamo com fervor desde o fundo de minha alma que me
escutem teus divinos ouvidos.
Os que depositaram sua esperança em Deus estão sobre todas as
penas.
Glória ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
O Espírito Santo faz transbordar os rios da graça e seus arroios
refrescam toda a criação com a vida vivificadora.
3ª Antífona:
Oh Verbo, que meu coração se eleve a Ti; que as atrações do mundo
não me incline para a vida terena.
Cada um de nós tem muito amor a sua Mãe; e com maior razão devemos
querer o Senhor como mais fervor.
Glória ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Como o Espírito Santo está a riqueza da sabedoria e a visão
divina, porque por seu meio o Verbo anuncia todos os mandamentos do Pai.
Prokimenon:
Levanta-te, oh Deus, venha em nossa ajuda e resgata-nos por teu
nome. (2 vezes).
Stichos:
Oh Deus, com nossos ouvidos temos escutado.
Levanta-te, oh
Deus, venha em nossa ajuda e resgata-nos por teu nome.
Kondakion – Modo 4 - (4º tom):
Meu Salvador e meu libertador, saiu do sepulcro desligou e
ressuscitou todos os habitantes da terra, Ele o boníssimo, Ele o nosso Deus.
Ele destruiu as portas do inferno. O Senhor de todas as coisas
ressuscitou ao terceiro dia.
Ikós:
Cristo doador da
vida, ressuscitou dos mortos, depois de três dias, deixou seu túmulo e em sua
força, “ Ele quebrou as portas da morte condenou o inferno destruindo a morte e
libertando Adão e Eva.
Habitantes da
terra, celebremo-Lo e rendemos-lhes graças; clamemos, sem cessar seu louvor.
Três dias
sepultado, Ele ressuscitou porque Ele é o único forte, o único Deus, o único
Senhor.
Evangelho: Mt 28,16-20
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Evangelista São Mateus:
Naquele tempo, partiram os onze discípulos para
a Galiléia, para o monte onde Jesus lhes designara. Quando o viram, o adoraram;
mas alguns duvidaram. E, aproximando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: Foi-me dada
toda a autoridade no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;
ensinando-os a observar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu
estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos.
Exapostilário – 1º:
Nos unimos com fé aos discípulos no Monte da Galiléia para ver a
Cristo dizendo: Recebi o poder sobre os terrestres e os celestes. Aprendamos
com ele nos ensina a batizar a todas as nações em nome do Pai, do Filho, e do
Espírito Santo, prometendo estar presente até o fim dos tempos.
Theotokion – 1º:
Oh Virgem Mãe de Deus, te alegraste com os discípulos, porque
viste a Cristo ressuscitado ao terceiro dia como havia predito, aparecendo à
eles, ensinando e ordenando batizar em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo, para que creiamos em sua ressurreição e te glorifiquemos, oh donzela.
Laudes - Modo 4 - (4º
tom):
1 – Esta glória será para todos os Justos.
Oh, Senhor Todo-poderoso, glorificamos Tua Ressurreição e a Ti que
suportaste a crucifixão e a morte, e que ressuscitaste dentre os mortos.
2 – Louvai a Deus em seu santuário, louvai na magnificência de seu
firmamento!
Oh Cristo, tu que nos libertaste com Tua crucifixão da primeira
maldição, com Tua morte acabaste com a rebeldia do mal que domina nossa
natureza, e com Tua Ressurreição encheste a todos de alegria. Por isso Te
exclamamos: Senhor que ressuscitaste dentre os mortos, glória a Ti!
3 – Louvai por suas proezas, louvai conforme Sua imensa grandeza!
Oh Cristo Salvador, que ressuscitaste dentre os mortos, guia-nos
com Tua Cruz até Tua Verdade, e salva-nos das redes do inimigo, estende Teu
braço e levanta a nós os caídos com pecados, pela intercessão de Teus Santos,
oh Senhor, amante da humanidade.
4 – Louvai ao som da trombeta, louvai com saltério e a harpa!
Oh Verbo único de Deus, vieste à Terra sem separar-te do regaço do
Pai; por Teu amor a humanidade, te fizeste homem sem mudança suportando a
crucifixão e a morte do corpo, Tu, que em Tua divina natureza não sente dor; e
ressuscitaste dentre os mortos agraciaste o gênero humano com a imortalidade,
porque és o único Todo-poderoso.
5 – Louvai com pandeiro e a dança; louvai com cordas e flautas!
Oh Salvador, Tu nos concedeste a imortalidade quando recebeste a
morte em seu corpo e habitaste o sepulcro para livrar-nos do hades
ressuscitando-nos contigo; sofreste como homem, porém ressuscitaste como Deus.
Por isso exclamamos: Glória à Ti, o Doador da Vida, Senhor, único Amante da
humanidade!
6 – Louvai com címbalos retumbantes; louvai com címbalos de
júbilo. Tudo que respira louve ao Senhor!
Oh Salvador, quando foi semeado Tua Cruz, no Gólgota, as pedras se
fenderam; e quando foste colocado no sepulcro, como morto, os guardiãs do Hades
se aterrorizaram, porque acabaste com a força da morte; e com Tua ressurreição
agraciaste os mortos com a incorrupção. Oh Senhor, Doador da Vida, glória à Ti.
7 – Levanta-Te, Senhor meu e Deus meu, que tua mão se levante e
não te esqueças para sempre de Teus pobres.
Oh Cristo, as mulheres desejaram ver Tua ressurreição, Maria
Madalena porém se adiantou e encontrou a pedra removida do sepulcro e o Anjo
sentado dizendo: “Porque buscais o vivo entre os mortos?” Ressuscitou como Deus
para salvar a toda criação.
8 – Te confesso, Senhor, como todo meu coração e proclamo todos
teus milagres.
Dizei judeus, onde está Jesus que acreditastes que estavam
vigiando? Onde está o que colocaram no sepulcro selando a pedra? Dá-nos o
morte, oh renegados da vida. Dá-nos o sepultado ou então crede no ressuscitado.
Se calais a ressurreição do Senhor, aqui estão as pedras que a anunciaram, em
especial a pedra removida do sepulcro. Quão grande és Tu piedade e que grande é
o mistério que dispuseste? Oh Salvador nosso, glória à Ti.
Eothinon – 1º:
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Para os discípulos que foram ao Monte que Ele designara, o Senhor
se fez presente, antes de se desprender das coisas terrenas; ao verem O
adoraram, entenderam toda autoridade de que o Senhor estava investido,
receberam a missão de anunciar a Sua ressurreição dentre os mortos e Sua
ascensão ao céu.
Receberam a promessa da presença divina entre eles, como Salvador
de nossas almas, até a consumação dos séculos.
Theotokion:
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Bendita
e venerável és Tu, ó Mãe de Deus, em cujo seio se encarnou Aquele que visitou o
inferno, libertando Adão e Eva da maldição, destruindo a morte e dando a vida a
todos nós.
Por
isso bendirei o Cristo em qualquer tempo, e sempre o Seu louvor estará em minha
boca (2 vezes).
Tropário:
Ó Senhor, ressuscitado do sepulcro, rompeste os grilhões do
inferno, eliminaste o poder da morte, salvando todos dos laços do inimigo; e
quando apareceste a teus discípulos, os enviaste a evangelizar e, através
deles, deste tua paz ao mundo, tu que és o Único Misericordioso.
Divina Liturgia
Tropário da Ressurreição – Modo 4 -
(4º tom):
As discípulas do Senhor aprenderam do Anjo a anunciar
jubilosamente a ressurreição e rejeitaram a sentença dos nossos primeiros pais
e conversaram com os Apóstolos, orgulhosas, dizendo: A morte já é cativa e o
Cristo Deus já ressuscitou, dando ao mundo grande misericórdia.
Tropário
Próprio:
Pela
abundância de tuas lágrimas, o deserto estéril tornou-se fértil e
pela tua profunda compunção, tuas obras produziram o cêntuplo. Tornaste-te
assim, para o universo, um astro brilhante pelos milagres, ó nosso justo
pai João. Intercede, pois, ao Cristo Deus, pela salvação de nossas almas.
Tropário de São Pedro e São Paulo:
Príncipes dos apóstolos e doutores do Universo, São Pedro e São
Paulo, rogai ao Mestre de todas as coisas que dê a paz ao mundo e às nossas
almas a sua grande misericórdia.
Kondakion – Modo 4 -
(4º tom):
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
O Salvador e Redentor meu, sendo
Deus, rompeu as portas do Hades, libertando de suas cadeias os
habitantes da terra,
e, sendo Soberano, ressuscitou ao terceiro dia.
e, sendo Soberano, ressuscitou ao terceiro dia.
Theotokion – Modo 4 -
(4º tom):
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
O mistério eternamente oculto e dos anjos
desconhecido, através de ti, ó Mãe de Deus,
encarnando-se, apareceu na terra, voluntariamente aceitou a Cruz, e com ela
ressuscitou o primeiro criado, e salvou da morte as nossas almas.
Kondakion Próprio:
Ofereceste-nos
os teus ensinamentos como frutos sempre maduros, que deleitam os
corações dos que os ouvem com atenção, ó sábio e bem-aventurado! São eles,
com efeito, uma escada que conduz para a celeste glória as almas dos que
te honram com fé.
Kondakion:
O
Senhor te colocou no mais alto ponto da renúncia, ó nosso pai e mestre
João, como um astro verdadeiro e firme que ilumina os horizontes!
Kondakion de São Pedro e São Paulo:
Levaste, Senhor, para descansar e gozar de teus bens, os dois
infalíveis pregadores de fala divina, os príncipes dos apóstolos; pois
preferiste suas provações e morte a qualquer sacrifício, Tu, o único conhecedor
dos segredos dos corações.
Prokimenon:
Tu és bendito Senhor, Deus de nossos pais e teu nome é
louvado e glorificado pelos séculos.
Pois és justo em todas as coisas que nos fizeste tuas obras são
verdadeiras e retos os teus caminhos.
Epístola: Hb 6,13-20
Leitura da Epístola do Apostolo São Paulo aos Hebreus:
Irmãos, quando Deus fez a promessa a Abraão, não
podendo jurar por alguém superior a ele, jurou por si mesmo, dizendo: «Eu
concederei a você copiosas bênçãos e o multiplicarei em grande número.» Abraão
perseverou e alcançou a promessa. Na verdade, os homens juram por alguém
superior a eles; assim, o juramento é uma garantia para eles e põe fim a
qualquer discussão. Por isso, querendo mostrar mais claramente aos herdeiros da
promessa que a sua decisão era irrevogável, Deus interveio através de
juramento. E assim, dois atos irrevogáveis, nos quais é impossível Deus mentir,
trazem poderoso encorajamento para nós que tudo deixamos para nos agarrar
firmemente à esperança que nos foi oferecida. A esperança é como âncora para a
nossa vida. Ela é segura e firme, é penetrante até o outro lado da cortina do
santuário, onde Jesus entrou por nós como precursor, tendo-se tornado sumo
sacerdote para sempre, segundo a ordem do sacerdócio de Melquisedec.
Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Cinge a tua espada, com majestade e esplendor, cavalga vitorioso, pela causa da
verdade e da justiça.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Amaste a justiça e detestaste a iniqüidade, por
isso Deus te ungiu com o óleo da alegria.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Evangelho: Mc 9, 17-31
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Evangelista São Marcos:
Naquele tempo, um homem veio a Jesus e disse:
«Mestre, eu trouxe a ti meu filho que tem um espírito mudo. Cada vez que o
espírito o ataca, joga-o no chão e ele começa a espumar, range os dentes e fica
completamente rijo. Eu pedi aos teus discípulos para expulsarem o espírito, mas
eles não conseguiram.» Jesus disse: «Ó gente sem fé! Até quando deverei ficar
com vocês? Até quando terei que suportá-los? Tragam o menino aqui.» E levaram o
menino. Quando o espírito viu Jesus sacudiu violentamente o menino, que caiu no
chão e começou a rolar e a espumar pela boca. Jesus perguntou ao pai: «Desde
quando ele está assim?» O pai respondeu: «Desde criança. E muitas vezes já o
jogou no fogo e na água para matá-lo. Se podes fazer alguma coisa, tem piedade
de nós e ajuda-nos.» Jesus disse: «Se podes!... Tudo é possível para quem tem
fé.» O pai do menino gritou: «Eu tenho fé, mas ajuda a minha falta de fé».
Jesus viu que a multidão corria para junto dele. Então ordenou ao espírito mau:
«Espírito mudo e surdo, eu lhe ordeno que saia do menino e nunca mais entre
nele.» O espírito sacudiu o menino com violência, deu um grito e saiu. O menino
ficou como morto e por isso todos diziam: «Ele morreu!» Mas Jesus pegou a mão
do menino, levantou-o, e o menino ficou de pé. Depois que Jesus entrou em casa,
os discípulos lhe perguntaram à parte: «Por que nós não conseguimos expulsar o
espírito?» Jesus respondeu: «Essa espécie de demônios não pode ser expulsa de
nenhum modo, a não ser pela oração». Partindo daí Jesus e seus discípulos
atravessavam a Galiléia. Jesus não queria que ninguém soubesse onde ele estava,
porque estava ensinando seus discípulos. E dizia-lhes: «O Filho do Homem vai ser
entregue na mão dos homens, e eles o matarão. Mas, quando estiver morto, depois
de três dias ele ressuscitará.»
Sinaxe
Pe. Paulo A. Tamanini
Homilia para o «4º Domingo da Santa e
Grande Quaresma» de
S. Emncia. Revma. Dom TARASIOS,
Arcebispo Metropolita de
Buenos Aires, Primaz e Exarca da América do Sul
Neste Quarto Domingo da Grande Quaresma, no episódio
que ouvimos hoje do Evangelho, Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensina e fala
acerca da fé. Detenhamo-nos um momento para refletir sobre isso. O pai do
menino possesso se aproxima do Senhor para lhe pedir sua ajuda, dizendo: «se
podes fazê-lo». E a imediata resposta do Senhor Jesus é que «tudo é
possível para os que crêem».
Vivemos num mundo cada vez mais cético, onde os seres
humanos vão se desumanizando, onde a exploração do homem pelo homem é cada vez
mais agressiva , tentando anulá-lo totalmente, destruindo a sua dignidade como
imagem de Deus
Recentemente, veiculou uma notícia nos jornais, dando
conta que, em alguns países da Europa, e também da América do Sul, os
trabalhadores que ocupam funções nos caixas dos supermercados são proibidos de
irem ao banheiro, vendo-se obrigados a usar fraldas, como bebês. Este é apenas
um exemplo do que está acontecendo. Deus já não aparece na vida daqueles que o
substituíram por outros «deuses» e ídolos, tais como a ânsia de fazer mais e
mais dinheiro e da vontade de poder absoluto.
Então, pessoas como as do exemplo, são
excluídas, suas vidas são usurpadas, sofrem de stress e depressão pelo
medo de perder seu trabalho, seu sustento. À estas pessoas também chegam a
incredulidade, que as conduz a um círculo vicioso, o mesmo em que estão seus
exploradores.
Mas o Senhor nos diz que tudo é possível para quem
crê, ou seja, para o que tem fé. Isto não é uma possibilidade, mas uma certeza
que se pode reverter o que está acontecendo. No Evangelho, escutamos que o
Senhor liberta o menino do demônio mudo. Com Sua autoridade e poder, ordena que
saia da criança.
Ainda quando, pelas circunstâncias da vida em que a
pessoa se encontre, se tão somente tivesse fé do tamanho de um semente de
mostarda, com certeza, teria o auxílio de Deus em sua vida.
Sabemos, porém, que os fortes vendavais que sopram por
todos os lados do mundo, podem levar para longe esta já frágil fé e, por isso,
a exemplo deste pai do menino possuído, devemos suplicar ao Senhor: «Ajuda-me,
porque tenho pouca fé».
Somente Jesus Cristo, através de Sua graça na Sua
Igreja, pode ajudar a fortalecê-la, a torná-la sólida como a casa construída
sobre a rocha, tal como nos relata o Evangelho de São Mateus (cf. Mt 7, 24-29).
Como podemos conseguir? O mesmo Senhor Jesus responde:
aquele que me ouve e faz o que eu digo (Mt 7, 24). Aqui está o único que pode
nos libertar, como já disse acima, da ansiedade, da angústia, da depressão, das
preocupações que nos conduzem a nada do que é bom, senão, destrói a pessoa. É
Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, que nos conhece a cada um pelo
nome, pessoal e individualmente, que sabe das nossas necessidades, antes
mesmo de abrirmos a nossa boca para gritar por sua ajuda.
Assim
como na passagem do Evangelho que acabamos de ouvir, o menino foi libertado do
espírito mudo da mesma forma também Nosso Senhor pode nos libertar de tudo o
que nos emudece neste incrédulo mundo, de tudo o que nos causa sofrimento
e dor, porque só Ele pode tornar as nossas vidas plenas e preencher as nossas
necessidades espirituais e materiais.
Neste período quaresmal, é justo e necessário que nos
aproximemos da Semana Santa e da Páscoa vindo e participando em nossa Igreja,
dispondo-nos a ouvir a Sua voz, a escutar a Sua palavra e o seu ensinamento e
sobre elas refletir. Apropriemo-nos da graça e preparemos nossa libertação e
ressurreição, com e em Cristo, Aquele nos dá a verdadeira dignidade de seres humanos,
de filhos de Deus, que nos transforma e nos faz participar da Sua Realeza, da
vida eterna, em Seu Reino Celestial.
Boa
Páscoa!
Buena Pascua!
Buena Pascua!
São João Climaco
São João Clímaco nasceu por volta de 579 e morreu no
Egito, no ano 649. Aos 60 anos foi eleito abade do Mosteiro do Sinai. Seu nome
"Clímaco" é um codinome derivado da obra escrita em grego, intitulada
"Klimax tou Paradeisou". Sua obra ficou tão afamada que rapidamente o
autor era referido como "João da Escada" ou, "João
Clímaco".
Escreveu esta obra quando ainda era abade. Em 30
capítulos ou 30 degraus, como preferia chamar, explicava quais os vícios
perigosos para os monges e quais as grandes virtudes que os distinguiam. O
próprio João Clímaco comparava sua obra à escada de Jacó ou também aos 30 anos
da vida de Jesus.
A obra encontrou aceitação e rápida divulgação:
atesta-se a existência de 33 manuscritos gregos, muitas traduções latinas,
siríacas, armênias, eslavas e árabes. Junto à obra, como apêndice, está um
importante documento que orienta os abades a exercer santamente sua autoridade
dentro do monastério.
Para São João Clímaco, o ideal monástico é uma vida
hesycasta onde trava-se uma guerra invisível e constante contra os maus
pensamentos para que eles não atrapalhem a vida de oração do monge. Ele era um
bom conhecedor dos Antigos Padres - dos solitários do deserto egípcio aos
Padres da Palestina. Considerava a vida monástica como necessária para a vida
da Igreja, não só como um apostolado, mas como exemplo de vida a ser seguida.
Para João Clímaco, os monges devem influenciar a
Igreja por viverem uma vida angelical, embora ainda possuíssem um corpo
material e corruptível. Dizia que o chamado à vida monástica é para poucos e
não para todos.
Após
termos vivido as riquezas da celebração do "Domingo da Venerável e
Vivificante Cruz", o domingo posterior nos convida a descobrir os valores
da oração, do sacrifício e dos jejuns, tendo como exemplo São João Clímaco. Não
é difícil encontrarmos cristãos que pensem que a prática da oração constante e
do jejum seja um dever exclusivamente daqueles que abraçaram a vida religiosa.
Parece que num mundo tão materializado, a prática da
oração e do jejum são relegados ao esquecimento. A Igreja enfatiza que tais
práticas são extensivas a todos os cristãos, pois através delas encontraremos
caminhos que nos levam à santidade. Embora a vida monástica não seja para
todos, como dizia São João Clímaco, alguns exemplos porém, devem ser seguidos .
Entre eles estão a oração e o jejum. Assim dizia a respeito:
«A Oração é o jejum da mente, pois quando rezamos
afastamos dela pensamentos mundanos para nos elevar até Deus. O Jejum e a
abstinência de certos alimentos é a oração do corpo, pois educamos nossa
vontade corporal para se chegar à perfeição espiritual. O jejum refreia a
tagarelice. Ele nos fará misericordiosos e dispostos a obedecer; destrói os
pensamentos maus e elimina a insensibilidade do coração.O jejum é uma maneira
de exprimir o amor e a generosidade; através dele, sacrificam-se os prazeres da
terra, para obter as alegrias do céu».
No jejum, o homem fundamenta sua vida em Deus e não em
si mesmo. Através de um corpo educado pela vontade, buscamos a Deus Uno e
Trino, verdadeiro alimento e verdadeira água viva.
São João Clímaco definia a oração como uma profunda
amizade com Deus. O amigo sente necessidade de estar com o seu amigo. Desta
forma a saudade de se estar com Deus é amenizada pela oração. A oração é o
oxigênio da alma. É o hálito do Espírito Santo que perpassa todo o interior da
pessoa.
«Orai sem cessar», dizia São Paulo. Este conselho
paulino não pode ser entendido como o afastamento completo de nossas
responsabilidades nem como escusa no cumprimento de nossos compromissos.
Devemos rezar em nossos momentos de trabalho. Fazer do nosso trabalho um ato de
louvor ao Criador é um ideal.
Grandes monges de longa experiência de vida em oração,
nos dão algumas orientações para que possamos chegar ao amadurecimento
espiritual. Para iniciarmos uma vida de oração são necessários alguns cuidados:
devemos esforçar para evitar tudo o que agita o nosso coração, tudo que é causa
de falta de atenção, de super excitação, tudo o que desperta as paixões ou nos
torna ansiosos. Na medida do possível, devemos nos libertar do barulho, da
agitação e da inquietação. Basta termos certeza que a graça de Deus nos é
suficiente e a Ele nos entregar.
Não menos importante é nos libertar das inquietações
internas: nossa alma deve estar apaziguada, tranqüila e serena. Não podemos nos
apresentar diante de Deus para rezar possuindo sentimentos de rancor, ódio,
frieza no coração.
São João Clímaco também nos orienta que para se viver
uma vida de oração verdadeira é preciso antes sermos obedientes à voz de nossa
alma. Devemos obedecer à voz de nossa alma quando nosso corpo exige que se
satisfaça suas vontades. A obediência é um instrumento indispensável, na luta
contra a própria vontade.
"Ela é
a condenação à morte dos membros do nosso corpo, em benefício da vida do
espírito. Ela é ainda a sepultura da vontade própria, e a ressurreição da
humildade"
(Escada, Degrau 3:3).
Por mais que façamos jejuns e ofereçamos nossa oração
a Deus, é necessário termos consciência de que Deus não precisa do nosso jejum,
nem tem necessidade da nossa oração. Ele é perfeito, nada lhe falta, e não pode
precisar de coisa alguma que nós, suas criaturas, possamos lhe oferecer. Nada
temos para lhe dar; mas, diz São João Crisóstomo, «Ele aceita que lhe
apresentemos as nossas ofertas, para nossa própria santificação».
A maior oferenda que podemos apresentar ao Senhor,
somos nós mesmos; e, só o poderemos fazer, entregando-lhe nossa vontade.
Aprendemos isso pela obediência; e aprendemos a obedecer pela prática. Estar
ciente destas verdades e ainda assim sermos pessoas de oração e de jejuns
significa que o orgulho e a vaidade foram dominados.
A oração é uma das asas que nos erguem para o céu; a
outra é a fé. Com uma asa só, não se pode voar: a fé sem a oração é tão vã
quanto a oração sem a fé. Mas, se nossa fé for frágil demais, é bom clamarmos:
"Senhor, dai-nos a fé!" . Sem a oração, não esperemos encontrar o que
tanto procuramos: Deus. A vida de oração é exercitada pela prática constante.
Podemos iniciar a passos lentos mas profundos. Cada passo um após o outro
deverá ser sinal de progresso na vida espiritual. O tempo é o que menos conta,
a qualidade de nossa oração é que faz a diferença.
Quando oramos, nosso "eu" deve calar-se.
Segundo São Basílio, nossa oração deve conter quatro elementos: adoração, ação
de graças, confissão dos pecados e pedido de salvação. Tanto a oração e o jejum
nos auxiliam para a nossa salvação e santificação. A Igreja nos convida a
prosseguir nesta caminhada de riquezas que nos fazem sentir encorajados a
prosseguir rumo à perfeição. Que Deus nos ilumine e nos dirija nestes santos
propósitos.
BIBLIOGRAFIA:
BERARDINO,
Ângelo. Dicionário Patrístico e de Antiguidades Cristãs. Petrópolis: Ed. Vozes,
2002.
Extraído do site ecclesia.com.br
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