Segunda-feira Santa
«Grande e Santa Segunda-Feira»
Memória de São Martinho, Papa de Roma e dois Bispos
Na segunda-feira, recordamos o Bem-aventurado José do Antigo Testamento, que foi espancado por seus irmãos, deixado para morrer e escravizado por estrangeiros. Enquanto seu pai, Jacó, sofria por seu filho, José reinava gloriosamente como um senhor do Egito, e assim, depois, salvou seu pai e seu povo. Isso prefigura a salvação de Nosso Senhor Jesus Cristo, que foi vendido por 30 moedas de prata, preso, condenado e que sofreu Sua amarga Paixão por nós... para depois ascender gloriosamente, tendo dado a vida para aqueles que estavam no túmulo!
Segunda, Terça e Quarta-feira Santa: o Fim
Esses três dias, que a Igreja chama de grandes e santos, têm, dentro do desenrolar da semana santa, uma finalidade bem definida. Eles situam as celebrações dentro da perspectiva do Fim, eles nos relembram o sentido escatológico da Páscoa. Muito freqüentemente a semana santa é considerada como uma "linda tradição," um "costume," uma data importante do calendário. É o acontecimento anual esperado e amado, a Festa "observada" desde a infância, durante a qual a gente se encanta com a beleza dos ofícios, com o fausto dos ritos, e na qual a gente se ocupa de preparar a ceia pascal, que não é de menor importância. . . Depois, uma vez que tudo isto tenha acabado, nós retomamos a vida normal. Mas, teremos mesmo consciência de que "a vida normal" não é mais possível depois que o mundo rejeitou seu Salvador, depois que "Jesus ficou triste e abatido.. .," que sua alma "ficou infinitamente triste até a morte..." e que ele morreu na cruz? Foram mesmo homens "normais" que gritaram: "Crucifica-o!" Homens normais que cuspiram nele e o pregaram na cruz. . . Se eles o odiaram e o mataram, é precisamente porque ele veio sacudir e desestabilizar sua vida normal. Foi mesmo um mundo perfeitamente "normal" que preferiu as trevas e a morte, em lugar da vida e da luz. . . pela morte de Jesus o mundo "normal," a vida "normal" foram irrevogavelmente condenados. Ou, mais exatamente, o mundo e a vida revelaram sua natureza verdadeira e anormal, sua incapacidade de acolher a luz, o terrível poder que o mal exerce sobre eles. "É agora o julgamento deste mundo" (Jo 12,31). A Páscoa de Jesus significa o fim para "este mundo" e, desde então, ele está "no seu fim." Este fim pode se estender por centenas de séculos, mas isto não altera em nada a natureza dos tempos em que vivemos, que é "o último tempo." "O rosto deste mundo passa" (ICor 7,31).
Páscoa significa "passagem"; para os judeus a festa da Páscoa era a comemoração anual de toda sua história, enquanto salvação, e da salvação enquanto passagem da escravidão no Egito à liberdade, do exílio à Terra prometida. A Páscoa era também a prefiguração da derradeira passagem, que conduz ao Reino de Deus. Ele, o Cristo, é o cumprimento da Páscoa. Ele completou a derradeira passagem, a da morte para a vida, deste "mundo velho" ao mundo novo, ao tempo novo do Reino. Ele tornou possível para nós esta passagem. Vivendo "neste mundo," nós podemos já "não ser deste mundo"; quer dizer, estarmos livres da escravidão da morte e do pecado, participantes do "mundo que há de vir." Mas, é necessário para tanto cumprirmos nossa própria passagem, condenar o velho Adão em nós mesmos, revestir o Cristo na morte batismal e ter nossa verdadeira vida oculta em Deus com o Cristo, no "mundo que há de vir..."
A Páscoa não é, pois, mais uma comemoração, bonita e solene, de um acontecimento passado. É o próprio acontecimento manifestado, dado a nós, acontecimento sempre eficiente, que revela que o nosso mundo, nosso tempo e nossa vida estão no seu fim, e que anuncia o começo da vida nova. O papel dos três primeiros dias da semana santa é, precisamente, o de nos colocar diante do sentido último da Páscoa, de nos preparar para compreendê-la em toda sua amplidão.
Esta orientação escatológica, quer dizer, última, decisiva e final, é bem sublinhada pelo tropário comum a esses três dias:
«Eis que aparece o Esposo no meio da noite!Feliz o cervo que Ele encontrar acordado,infeliz o que Ele encontrar indolente.Vigia, pois, ó minh'alma:não te deixes vencer pelo sono!À morte tu serias entregue,para fora do Reino banida.Mas, acorda e clama:Santo, Santo, Santo és Tu, ó Deus!pelas orações da Mãe de Deus, tem piedade de nós!»
Meia-noite é o instante em que o dia velho termina para dar lugar a um novo dia. Esta hora é assim para o cristão o símbolo do tempo em que vive. Por um lado, a Igreja está ainda neste mundo, compartilhando de suas fraquezas e tragédias. Por outro, seu ser verdadeiro não é deste mundo, pois ela é a Esposa de Cristo e sua missão é de anunciar e revelar a chegada do Reino e do novo Dia. Sua vida é um velar perpétuo e uma espera, uma vigília orientada para a aurora desse novo Dia. . . mas nós sabemos o quanto nosso apego ao "velho dia," ao mundo, com suas paixões e pecados, permanece ainda bastante tenaz. Nós sabemos o quanto ainda pertencemos profundamente a "este mundo." Nós vimos a luz, nós conhecemos o Cristo, nós ouvimos falar da paz e da alegria da vida nova nele, e, entretanto, o mundo nos mantém ainda em escravidão. Esta fraqueza, esta constante traição ao Cristo e esta incapacidade de dedicar a totalidade do nosso amor ao único objeto de amor verdadeiro, são magnificamente expressadas no exapostilário desses três dias:
«Eu contemplo tua câmara nupcial, ó Salvador meu!Ela está toda enfeitada,e eu não tenho as vestes para nela entrar.Torna luminosa a roupagem da minha alma,ó Tu que dás a luz, e salva-me!»
O mesmo tema é ainda mais desenvolvido nas leituras do Evangelho destes dias. Primeiro, é o texto inteiro dos quatro evangelhos (até Jo 13.31), lido nas Horas (Prima, Tércia, Sexta, Nona), que mostra que a cruz é o apogeu de toda a vida de Jesus e de seu mistério, a chave para verdadeiramente o compreender. Tudo, no Evangelho, conduz a esta última "hora de Jesus" e tudo deve ser visto sob sua luz. Em seguida, cada ofício possui seu próprio pericópio de evangelho.
A Segunda-Feira Santa
Nas matinas: Mt 21,18-43 — a parábola da figueira estéril, símbolo do mundo criado para dar frutos espirituais e relutante em sua resposta a Deus.
Na liturgia dos Pré-santifícados: Mateus, 24,3-35 — o grande discurso escatológico de Jesus, os sinais e o anúncio do Fim. "O céu e a terra passarão, mas minhas palavras não passarão."
A Terça-Feira Santa
Nas matinas: Mateus 22,15-23,39 — condenação do farisaísmo, quer dizer, da religião cega e hipócrita daqueles que pensam que são condutores de homens e a luz do mundo, mas que, de fato, "fecham o Reino dos céus aos homens."
Na liturgia dos Pré-santifícados: Mateus 24,36-26,2 — o Fim; as parábolas do Fim: as cinco virgens que têm óleo suficiente em suas lâmpadas, e as cinco néscias que não são admitidas no banquete de núpcias; a parábola dos dez talentos: "Estejai prontos, pois eis que o Filho do Homem virá à hora em que não o pensais." E finalmente, o Juízo Final.
A Quarta-Feira Santa
Nas matinas: Jo 12,17-50 — a rejeição do Cristo; o acirramento do conflito; o último aviso: "É agora o julgamento deste mundo. . . aquele que me rejeita e não recebe minhas palavras terá seu juiz: a palavra que anunciei, ela é que o julgará no último dia."
Na liturgia dos Pré-santifícados: Mateus 26,6-16 — a mulher que derrama o óleo precioso sobre Jesus, imagem do amor e do arrependimento que, sozinhos, nos unem ao Cristo.
Estas perícopes do evangelho são explicadas e comentadas na hinografia desses dias: os estiquérios (stykeroi), as triodes (cânones curtos de três odes cantados nas matinas) ao longo dos quais ecoa esta exortação: o fim e o julgamento estão próximos, preparemo-nos!
«Indo, Senhor, para Tua Paixão voluntária,no caminho Tu dizias aos Teus apóstolos:Eis que subimos a Jerusaléme que o Filho do Homem será entregue,segundo o que d'Ele está escrito.Vamos, pois, nós também, acompanhemo-lo,o espírito purificado;sejamos crucificados com elee morramos Nele para as volúpias da vidaa fim de vivermos com ele e de escutá-lo dizer:"Eu não subo mais a Jerusalém terrestre para sofrer,mas subo para meu Pai e vosso Pai,para meu Deus e vosso Deus,e eu vos farei subir comigopara a Jerusalém do alto, no Reino dos Céus».
(Segunda-feira nas Matinas)
«Ó, minh'alma, eis que o Mestre te confiou um talento.Recebe este dom com temor;Faze-o frutificar para aquele que to deu;distribua-o aos pobrese tu terás o Senhor como amigo.Assim, quando Ele vier em Sua glória,tu ficarás a Sua direitae tu ouvirás a palavra bem-aventurada:"Entra, servo meu, na alegria de teu Mestre""Em Tua grande misericórdia,faz que eu seja digno, apesar do meu afastamento, oh, Salvador!»
(Terça-feira nas Matinas)
Durante todo o tempo de quaresma, lê-se nas vésperas dois livros do Antigo Testamento: o Gênesis e os Provérbios; no começo da Semana Santa, eles são substituídos pelo Êxodo e pelo Livro de Jó. O Livro do Êxodo é a história da libertação de Israel da escravidão no Egito, e de sua Páscoa; ele nos predispõe a alcançar o sentido do êxodo do Cristo rumo a seu Pai, do cumprimento Nele de toda a história da salvação. Jó, o homem da dor, é o ícone de Cristo do Antigo Testamento. Esta leitura anuncia o grande mistério dos sofrimentos do Cristo, de sua obediência e de seu sacrifício.
A estrutura litúrgica destes três dias é ainda aquela dos ofícios de quaresma: ela compreende a oração de Santo Efrém, o Sírio, e as metanóias que o acompanham (1), a leitura mais longa do salmodiário, a Liturgia dos Pré-Santificados e o canto litúrgico da quaresma. Nós estamos ainda no tempo do arrependimento, porque só o arrependimento pode nos fazer participar da Páscoa de nosso Senhor e nos abrir as portas do festim pascal.
Na grande e santa quarta-feira, durante a última Liturgia dos Pré-santificados, depois de ter alçado os santos Dons sobre o altar, o padre lê uma última vez a oração de Santo Efrém. Neste momento, a preparação chega a termo. O Senhor nos convida agora para a sua última Ceia.
«Senhor e mestre de minha vidaAfasta de mim o espírito de preguiça,o espírito de dissipaçãode domínio e de vã loquacidadeConcede a teu servoo espírito da temperançade humildadede paciência e de caridadeSim, Senhor e Rei,Concede-me que veja as minhas faltase que não julgue a meu irmãopois tu és bendito pelos séculos dos séculos. Amém».
(l) Esta oração, atribuída a Santo Efrém, o Sírio, é lida duas vezes ao final de cada ofício de quaresma, de segunda a sexta-feira: diz-se uma primeira vez fazendo uma metanóia depois de cada súplica; depois inclina-se doze vezes dizendo: "Ó Deus, purifica-me, pecador!"; por fim, repete-se toda a oração com uma última prosternação no final.
FONTE:Alexandre Schmémann, Olivier Clément.«O Mistério Pascal - Comentários Litúrgicos»
Extraído do site: ecclesia.com.br
Vida dos Santos
Santos Aristarco, Prudente e Trófimo, apóstolos [dos 70] séc. I)
Data de celebração: 14/04/2025
Tipo de festa: Fixa
Santo (a) do dia: Santos Aristarco, Prudente e Trófimo, apóstolos [dos 70] séc. I)
Biografia:Estes santos fazim parte do grupo dos 70 apóstolos, colaboradores de São Paulo. O Apóstolo refere-se a Aristarco em sua Epístola aos Colosenses: «Aristarco, que está preso comigo, vos saúda, e Marcos, o sobrinho de Barnabé, acerca do qual já recebestes mandamentos; se ele for ter convosco, recebei-o» (Cl 4,10); e em sua Epistola a Filemon: «Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores». (Fm 1,24). Na segunda Epistola a Timóteo faz referência a Prudente,com base na qual pode-se afirmar que ele era um de seus colaboradores, em Roma: “Procura vir antes do inverno. Éubulo, e Prudente, e Lino, e Cláudia, e todos os irmãos te saúdam” (2Tm 4,21). O apóstolo Paulo conheceu Trófimo em Éfeso. Depois de conhecer as palavras de Nosso Senhor, Trófimo tornou-se companheiro de Paulo nas viagens que fez a Jerusalém e a Roma. São Paulo se refere a Trófimo em sua carta a Timóteo: «Erasto ficou em Corinto, e deixei Trófimo doente em Mileto». (2Tm 4,20). Na terrível perseguição de Nero aos cristãos, os três foram martirizados, sendo decapitados por causa de sua fé e do reino de Deus que anunciavam, conforme escreve Paulo: «Colaboraram comigo em prol do reino de Deus». (Cl 4,11)
Trad.: Pe. Pavlos Tamanini
Extraído do site: ecclesia.com.br
Santos Aristarco, Prudente e Trófimo, apóstolos [dos 70] séc. I)
Data de celebração: 14/04/2025
Tipo de festa: Fixa
Santo (a) do dia: Santos Aristarco, Prudente e Trófimo, apóstolos [dos 70] séc. I)
Biografia:
Tipo de festa: Fixa
Santo (a) do dia: Santos Aristarco, Prudente e Trófimo, apóstolos [dos 70] séc. I)
Biografia:
Estes santos fazim parte do grupo dos 70 apóstolos, colaboradores de São Paulo. O Apóstolo refere-se a Aristarco em sua Epístola aos Colosenses: «Aristarco, que está preso comigo, vos saúda, e Marcos, o sobrinho de Barnabé, acerca do qual já recebestes mandamentos; se ele for ter convosco, recebei-o» (Cl 4,10); e em sua Epistola a Filemon: «Marcos, Aristarco, Demas e Lucas, meus cooperadores». (Fm 1,24). Na segunda Epistola a Timóteo faz referência a Prudente,com base na qual pode-se afirmar que ele era um de seus colaboradores, em Roma: “Procura vir antes do inverno. Éubulo, e Prudente, e Lino, e Cláudia, e todos os irmãos te saúdam” (2Tm 4,21). O apóstolo Paulo conheceu Trófimo em Éfeso. Depois de conhecer as palavras de Nosso Senhor, Trófimo tornou-se companheiro de Paulo nas viagens que fez a Jerusalém e a Roma. São Paulo se refere a Trófimo em sua carta a Timóteo: «Erasto ficou em Corinto, e deixei Trófimo doente em Mileto». (2Tm 4,20). Na terrível perseguição de Nero aos cristãos, os três foram martirizados, sendo decapitados por causa de sua fé e do reino de Deus que anunciavam, conforme escreve Paulo: «Colaboraram comigo em prol do reino de Deus». (Cl 4,11)
Trad.: Pe. Pavlos Tamanini
Extraído do site: ecclesia.com.br
Hino do dia
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Celebrações do dia
1. Santos Aristarco, Poudis e Apóstolos dos Alimentos dos anos setenta
2. Saint Thomas
3. São Ardalion, o Mimos
4. São Demétrio, Peloponeso
5. Santos Antonios, Ioannis, os irmãos, e Efstathios, as Testemunhas de Jeová.
6. Encontro dos Santos Teotokos em Vilensk
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Leituras do dia
Epístola - Mateus 21, 18-43
Evangelho - Mateus 24, 3-35
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Epístola - Mateus 21, 18-43
Evangelho - Mateus 24, 3-35
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Jejum
Rigoroso
Abster-se de carne, laticínios, ovos, azeite, peixe e vinho
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Rigoroso
Abster-se de carne, laticínios, ovos, azeite, peixe e vinho
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Abster-se de carne, laticínios, ovos, azeite, peixe e vinho
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
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