«6º Domingo de Mateus»
(6º depois de Pentecostes Modo 1 Plagal)
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Matinas
Tropário:
Nós,
fiéis, louvemos e adoremos o Verbo igualado ao Pai e ao Espírito na eternidade,
que nasceu da Virgem para nossa salvação, pois se dignou subir corporalmente à
Cruz, suportar a morte e ressuscitar os mortos com sua gloriosa Ressurreição.
Glória ao Pai , ao Filho e ao
Espírito Santo,
Nós,
fiéis, louvemos e adoremos o Verbo igualado ao Pai e ao Espírito na eternidade,
que nasceu da Virgem para nossa salvação, pois se dignou subir corporalmente à
Cruz, suportar a morte e ressuscitar os mortos com sua gloriosa Ressurreição.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Theotokion:
Alegra-Te!
Porta invencível do Senhor.
Alegra-Te!
Muralha de proteção dos que recorrem a Ti!
Alegra-Te!
Porto sereno que não conheceu as núpcias. Ó Tu, que deste à luz segundo a carne
ao Teu criador e Teu Deus, não cessai de interceder por aqueles que glorificam
e veneram o Senhor que nasceu de Ti.
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Katisma:
Louvemos
a cruz do Senhor exaltemos, por nossos cantos, a Santa sepultura, glorifiquemos
sua divina ressurreição. Porque Ele é Deus e fez sair com Ele os mortos, de
seus túmulos, despojando a morte de seu império e o demêonto de seu poder e
iluminou todos aqueles que estavam nos infernos.
Glória
ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Senhor,
carregaste o nome de morto. Tu que destruíste a morte.
Foste
depositado no sepulcro, Tu que esvaziaste os túmulos. Sobre a terra, os soldados
guardavam Teu túmulo, abaixo da terra despertaste os que dormiam desde os
séculos. Senhor todo poderoso, Senhor inconcebível.
Agora,
sempre e pelos séculos dos séculos.
Theotokion:
Alegra-te,
ó montanha santa que o Senhor transpôs! Alegra-te sarça ardente que não se
consome. Alegra-te único ponto do mundo em direção a Deus que introduz os
mortais na vida eterna! Alegra-te, ó puríssima, que, sem conhecer homem, deste
à luz ao salvador do mundo.
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Ypakoí:
Atônitas nas mentes com a visão do Anjo, e iluminadas nas almas
por Tua divina Ressurreição, as portadoras de aromas proclamaram as boas novas
para os Apóstolos: proclamai entre as nações a Ressurreição do Senhor, Que fez
maravilhas convosco, e nos concedeu grande misericórdia.
Antífona (sl 119):
Ó meu Salvador, como Davi, eu canto a Ti: “Na minha aflição, livra
minha alma da língua falsa”. Verdadeiramente, a vida dos habitantes do deserto é
feliz, porque eles são conduzidos pela Tua divina paixão.
Glória ao Pai , ao Filho e ao
Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Pelo Espírito Santo, toda a criação visível e invisível é
preservada, porque Ele é todo poderoso, e, verdadeiramente uma das três pessoas
divinas.
Prokimenon (salmo 119):
Levanta-Te, Senhor Deus, que Tua destra se eleve, porque reinarás
por todos os séculos. (2 vezes).
Stichos:
Eu confesso ao Senhor, de todo o meu coração (repete a primeira).
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Evangelho: Lc
24, 36-53
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo,
segundo o Evangelista São Lucas.
Naquele tempo, o mesmo Jesus se apresentou no
meio deles, e disse-lhes: Paz seja convosco. E eles, espantados e atemorizados,
pensavam que viam algum espírito. E ele lhes disse: Por que estais perturbados,
e por que sobem tais pensamentos aos vossos corações? Vede as minhas mãos e os
meus pés, que sou eu mesmo; apalpai-me e vede, pois um espírito não tem carne
nem ossos, como vedes que eu tenho. E, dizendo isto, mostrou-lhes as mãos e os
pés. E, não o crendo eles ainda por causa da alegria, e estando maravilhados,
disse-lhes: Tendes aqui alguma coisa que comer? Então eles apresentaram-lhe
parte de um peixe assado, e um favo de mel; o que ele tomou, e comeu diante
deles. E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda
convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei
de Moisés, e nos profetas e nos Salmos. Então abriu-lhes o entendimento para
compreenderem as Escrituras. E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha
que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos, e em
seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as
nações, começando por Jerusalém. E destas coisas sois vós testemunhas. E eis
que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de
Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. E levou-os fora, até
betânia; e, levantando as suas mãos, os abençoou. E aconteceu que,
abençoando-os ele, se apartou deles e foi elevado ao céu. E, adorando-o eles,
tornaram com grande júbilo para Jerusalém. E estavam sempre no templo, louvando
e bendizendo a Deus. Amém.
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Kondakion:
De
Tua direita, fonte de toda a vida, o doador da
vida ressuscitou de todos os mortos do fundo das trevas.
O
Cristo Deus deu a ressurreição ao gênero humano. Ele é o salvador, a
ressurreição e a vida, Ele o Deus do universo.
Ikós:
Ó doador da vida, nós fiéis
cantamos e adoramos Tua cruz e Tua sepultura.
Ó
imortal, acorrentaste o inferno, ó Deus todo poderoso, ressuscitaste contigo
todos os mortos e destruíste as portas do inferno.
Ó
Senhor Deus, venceste o império da morte. Por isto os homens te glorificam com
amor, a Ti, o ressuscitado que destruíste o poder do inimigo destruidor e
elevaste todos os fiéis, libertando o mundo das setas da serpente e da sedução
do inimigo Tu o único todo poderoso.
Cantemos com piedade a Tua ressurreição, pela qual Tu nos
salvaste, ó Deus do universo.
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Exapostilário:
Ó Salvador, quando ressuscitaste do túmulo Te mostraste aos Teus
discípulos como homem comum, pois comeste com eles e os ensinaste o batismo da
penitência, logo subiste ao Teu Pai celestial, prometendo enviar-lhes o
Consolador; ó divino Senhor encarnado, glória a Ti.
Theotokion:
Ó Santa Virgem, o Deus de todos nos tomou o corpo humano do Teu
puro sangue, e assim renovou a nossa corrupta natureza, conservando-Te da mesma
forma como era antes do Seu nascimento. Por isso todos nós Te louvamos com fé e
clamamos: “Alegra-Te, ó Senhora do mundo!”.
Laudes:
1º
Tua cruz, Senhor, é a vida e ressurreição de Teu povo. Nela nós
depositamos nossa esperança. A Ti ressuscitado, nós cantamos: Ó nosso Deus, tem
piedade de nós.
2º
Ó Senhor, Teu Sepulcro abriu o paraíso ao gênero humano.
Resgatados da corrupção, a Ti ressuscitado, nós cantamos: Ó nosso Deus, tem
piedade de nós.
3º
Cantemos, ó Cristo, com o Pai e o Espírito Santo e Ele, o
ressuscitado dos mortos. Clamemo-lhe: Tu és a nossa vida, Tu és a nossa
ressurreição, tem piedade de nós!
4º Ao terceiro dia, Tu Te elevaste do Sepulcro como estava
escrito, e ressuscitaste contigo os nossos ancestrais. Por isto o gênero humano
Te glorifica e canta Tua ressurreição.
5º
Grande e temível é o mistério da Tua ressurreição, Senhor! Como um
esposo do tálamo, saíste do túmulo. Por Tua morte destruíste a morte, para
libertar Adão. Os anjos exultam nos céus e os homens glorificam na Terra Tua
misericórdia para conosco, ó amigo dos homens.
6º
Juízes sem lei, onde estão os selos? Onde está o dinheiro que
destes aos soldados? O tesouro não foi violado, mas o forte ressuscitou e vós
permanecestes cobertos de vergonha, negando Cristo, o Senhor da glória. Ele que
sofreu, foi condenado e que ressuscitou dos mortos; vinde e adoremo-Lo.
7º
Como pagaram vossos despojos, a vós que selastes o túmulo e
colocastes os guardas? O Rei saiu, mesmo estando as portas fechadas.
Encontrai-vos com o morto ou adorai-O como Deus, cantando conosco: Glória,
Senhor, à Tua cruz e à Tua ressurreição.
8º
Senhor, as portadoras de aromas, chorando, chegaram ao Teu túmulo
vivificante. Elas levaram perfumes para embalsamar o Teu corpo puríssimo. Mas
elas encontraram um anjo luminoso sentado sobre a pedra.
E ele lhes falou nestes termos: “Porque chorais Aquele, cujo lado
jorrou a vida para o mundo? Porque procurais entre o mortos, no Sepulcro,
Aquele que é imortal? Ide logo e anunciai aos Seus discípulos Sua gloriosa ressurreição
e alegrai o mundo inteiro”.
A nós também, ó Salvador, por Tua ressurreição, dá-nos a Luz e
dá-nos o perdão e a Tua grande misericórdia.
Eothinon:
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Ó Cristo, és a verdadeira paz divina para os homens. Concede a Teus discípulos, após a Tua ressurreição, a Tua paz, mostrando-Te aos atemorizados que pensavam estarem vendo um espírito, as Tuas mãos e o Teu lado; continuando em dúvida, ao comer com eles, lhes lembraste as Tuas palavras, lhes abriste a capacidade de entender os livros sagrados e a promessa divina. Abençoando-os, subiste aos céus. Nós, como eles, Te adoramos, ó Senhor da glória.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus, em cujo seio se encarnou
Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da maldição, destruindo a
morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei
o Cristo em qualquer tempo, e sempre o Seu louvor estará em minha boca (2
vezes).
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Euzina:
Oh
Cristo Tu que és a verdadeira paz de Deus para os homens, deste a paz a Teus
discípulos depois de Tua Ressurreição. Eliminaste o mau estar quando mostras-te
Tuas mãos e Teus pés quando quedaram duvidas; porém quando comeste com eles
lhes recordastes teus ensinamentos, suas mentes para entender os livros e lhes
prometestes a promessa do Pai, os abençoastes e te elevaste subindo ao céu. Com
eles nos prostramos diante de Ti, Senhor glória a Ti.
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Hoje é a salvação do mundo. Louvemos Aquele que ressuscitou do
túmulo, dando-nos origem a uma nova vida, porque anulou a morte com a Sua morte
e nos concedeu a misericórdia de obter essa grande vitória.
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Divina Liturgia
Tropário da Ressurreição – 5º tom:
Nós,
fiéis, louvemos e adoremos o Verbo igualado ao Pai e ao Espírito na eternidade,
que nasceu da Virgem para nossa salvação, pois se dignou subir corporalmente à
Cruz, suportar a morte e ressuscitar os mortos com sua gloriosa Ressurreição.
Tropário de São Pedro e São Paulo:
Príncipes
dos apóstolos e doutores do Universo, São Pedro e São Paulo, rogai ao Mestre de
todas as coisas que dê a paz ao mundo e às nossas almas a sua grande
misericórdia.
Kondakion - 5º tom:
Glória
ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Desceste
ao Hades, ó Salvador meu, rompendo suas portas, Tu que és Todo-poderoso,
levantaste contigo os mortos, ó Criador, destruíste, ó Cristo, o aguilhão da
morte. e libertaste também Adão da maldição, Tu que amas a humanidade. Por
isso, clamamos, Senhor, salva-nos!
Theotokion
- 5º tom:
Agora
e sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Alegra-te, ó Mãe de Deus,
porta do Senhor!
Alegra-te, amparo e proteção para os que te procuram!
Alegra-te, ó noiva, que em teu ventre geraste teu Criador e Deus!
Roga, sem cessar, por aqueles que glorificam O que nasceu de ti.
Alegra-te, amparo e proteção para os que te procuram!
Alegra-te, ó noiva, que em teu ventre geraste teu Criador e Deus!
Roga, sem cessar, por aqueles que glorificam O que nasceu de ti.
Hino á Mãe de Deus:
Ó
Admirável e Protetora dos cristãos e nossa Medianeira do Criador não desprezes
as súplicas de nenhum de nós pecadores, mas apressa-te em auxiliar-nos como Mãe
bondosa que és, pois te invocamos com fé:roga por nós junto de Deus, tu que
defendes sempre aqueles que te veneram.
Kondakion de São Pedro e São Paulo:
Levaste, Senhor, para descansar e gozar de teus bens, os dois
infalíveis pregadores de fala divina, os príncipes dos apóstolos; pois
preferiste suas provações e morte a qualquer sacrifício, Tu, o único conhecedor
dos segredos dos corações.
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Prokimenon:
Tu, Senhor, nos guardarás e nos preservarás desta
geração e para sempre.
Salva-me, Senhor, porque o justo desapareceu, porque a
verdade se extinguiu entre os filhos dos homens.
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Epístola: Rm
12, 6-14
Leitura do Apostolo São Paulo
aos Romanos:
Irmãos, todos nós temos diferentes dons,
segundo a graça que nos é dada, se é profecia, seja ela segundo a medida da fé;
Se é ministério, seja em ministrar; se é ensinar, haja dedicação ao ensino; Ou
o que exorta, use esse dom em exortar; o que reparte, faça-o com liberalidade;
o que preside, com cuidado; o que exercita misericórdia, com alegria. O amor
seja não fingido. Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem. Amai-vos cordialmente
uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros. Não
sejais vagarosos no cuidado; sede fervorosos no espírito, servindo ao Senhor;
Alegrai-vos na esperança, sede pacientes na tribulação, perseverai na oração;
Comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade; Abençoai
aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis.
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Aleluia!
Aleluia,
aleluia, aleluia!
Eu
cantarei eternamente as tuas misericórdias, Senhor; e anunciarei a tua verdade
de geração em geração.
Aleluia,
aleluia, aleluia!
Porque
disseste: «A misericórdia elevar-se-á como um edifício eterno», e nos céus a
tua verdade será solidamente estabelecida.
Aleluia, aleluia,
aleluia!
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Evangelho: Mt 9, 1-18
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Evangelista São Mateus:
Naquele tempo, entrando no barco, Jesus
passou para o outro lado, e chegou à sua cidade. E eis que lhe trouxeram um
paralítico, deitado numa cama. E Jesus, vendo a fé deles, disse ao paralítico:
Filho, tem bom ânimo, perdoados te são os teus pecados. E eis que alguns dos
escribas diziam entre si: Ele blasfema. Mas Jesus, conhecendo os seus
pensamentos, disse: Por que pensais mal em vossos corações? Pois, qual é mais
fácil? dizer: Perdoados te são os teus pecados; ou dizer: Levanta-te e anda?
Ora, para que saibais que o Filho do homem tem na terra autoridade para perdoar
pecados (disse então ao paralítico): Levanta-te, toma a tua cama, e vai para
tua casa. E, levantando-se, foi para sua casa. E a multidão, vendo isto,
maravilhou-se, e glorificou a Deus, que dera tal poder aos homens..
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Kinonikon:
Caminharemos, Senhor, na luz da glória de tua
face pelos séculos.
Aleluia, aleluia, aleluia!
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Sinaxe
A história do paralítico não se resume apenas na cura
de um homem que, de modo um tanto incomum, foi baixado pelo telhado e posto
diante de Jesus, porque havia tanta gente que não existia outro jeito para
chegar próximo do Senhor.
Um paralítico é uma pessoa portadora de deficiência
grave que impossibilita a mobilidade corporal, fazendo com que dependa
inteiramente do outro. E os que auxiliaram o paralítico a chegar perto de
Jesus, transportando-o, foram veículos da graça divina, do perdão dos pecados e
da cura dos males físicos que há muito tempo afligiam aquele homem.
Há uma quebra no desenvolvimento normal dos
acontecimentos: a provável expectativa de uma cena espetacular de cura é
surpreendida pela manifestação da Misericórdia Divina para com a fraqueza
humana. Antes mesmo que um pedido de perdão partisse do coração daquele que
sofria dos males da paralisia, Jesus perdoa seus pecados, conduzindo assim a
atenção de todos para a relação que se fazia na época: pecado e doença. Para os
Judeus toda enfermidade tinha origem moral e era causada pelo pecado pessoal ou
dos pais. (Sl 38 e 41) Se aquela doença era conseqüência do pecado, logo, seria
preciso eliminar o pecado para que a cura pudesse ser operada. Mas quem pode
perdoar os pecados senão Deus? Os escribas ficam, portanto, escandalizados com
a atitude de Jesus. Este homem blasfema, pensam!
Jesus, após perdoar seus pecados, cura-o também de
seus males físicos. E o paralítico levanta-se e sai à vista de todos. É assim
desfeita a objeção dos escribas ao fato invisível do perdão dos pecados.
Se naquele tempo a noção de pecado era distorcida, no
mundo de hoje padecemos de uma generalizada e progressiva banalização da mesma.
Do “tudo é pecado” ao “Nada é pecado”. Privados da experiência do perdão divino
que é conforto para as nossas almas e fortalecimento para o corpo, ficamos
assim mais vulneráveis aos males físicos.
A Igreja, sinal e sacramento do perdão divino, é lugar
de conversão e perdão fraterno. Também é portadora da mensagem do perdão que o
Pai misericordioso quer estender a todos os filhos e filhas para tê-los sempre
próximos. E todos nós, tornados seus membros pelo batismo, somos chamados a
assumir, comunitária e individualmente, esta tarefa: ser mensageiros do
sacramento da misericórdia divina, instrumentos do amor misericordioso que o
Pai quer fazer chegar a todos.
Como aqueles bons homens que conduziram até o Senhor o
paralítico, nosso mundo precisa de cooperadores do bem, face à multidão cada
vez maior de atores ou meros espectadores do sofrimento e do mal. Não apenas
lamentar a presença do mal, mas assumir atitudes concretas que ajudem a combatê-lo.
Em última análise, não cooperar com o mal, não ser coniventes com as múltiplas
formas de mal que assolam nosso século, já é cooperar para o bem. Sem, no
entanto, esquecer jamais que, por mais que façamos, é Cristo o Único e
verdadeiro Libertador de todos os males que nos oprimem.
"Os teus pecados te são perdoados!" Não eram
bem essas as palavras que esperavam ouvir do Mestre aqueles letrados que o
cercavam. Mal sabiam que, a pior opressão não é a paralisia do corpo, mas
aquela que imobiliza, engessa e atrofia o espírito e endurece o coração. E,
deste mal, eles é que necessitavam de ser curados.
E Jesus não pára por aí: como se uma coisa estivesse
de fato associada à outra, comunica ao paralítico, antes, o perdão de seus
pecados, e liberta-o em seguida do mal que mantém paralisado o seu corpo:
“Levanta-te, toma teu leito e vai para casa!”
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