«2º Domingo de Lucas»
(18º depois de Pentecostes – Modo 1)
Memória dos Santos Aba Amon, eremita († 350)
e Paulo, o Simples, do Egito.
___________________________________________________________________e Paulo, o Simples, do Egito.
Matinas
Tropário – Modo 1 -
(1º tom):
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem
Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao
mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à
Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu
que És o único filantropo.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo,
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem
Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao
mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à
Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu
que És o único filantropo.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Theotokion:
Gabriel
te trouxe a salvação, ó Virgem, o Senhor de todas as coisas se fez carne em Ti,
Tu és a arca santa de Seu poder, como disse o justo Davi.
Ti
tornaste mais vasta que os céus, porque carregaste o Criador.
Glória
àquele que fez sua morada em Ti!
Glória
àquele que veio de Ti!
Glória
àquele que nos libertou pelo teu parto!
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Katisma- Modo 1 - (1º tom):
Ó Salvador, os soldados que guardavam Teu sepulcro, com os olhos
ofuscados pelo brilho da aparição do anjo tombaram como mortos, enquanto as
Santas mulheres proclamavam a Tua ressurreição.
Ó destruidor da morte, prostrados a Teus pés, nós Te glorificamos
a Ti que ressuscitaste do sepulcro, porque és o nosso único Deus.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Ó Deus de misericórdia, livremente quiseste ser crucificado!
Ó doador da vida, como um morto foste colocado no sepulcro!
Ó poderoso, por Tua morte quebraste o império da morte. Ó amigo do
homem, os guardas diante de Ti, logo que despertaste aqueles que estavam mortos
há séculos!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Theotokíon:
Nós te conhecemos como a Mãe de Deus e após o teu parto, nós vimos
brilhar tua virgindade . com amor, nós nos refugiamos em ti, ó toda bondade .
Nós, pobres pecadores, em ti encontramos, nosso único refúgio, em ti
depositamos nossa salvação em meio às provas, porque és a única sem mancha.
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Ypakoí - Modo 1 - (1º tom):
O arrependimento do ladrão o fez ganhar o paraíso. O lamento das
portadoras de aromas proclamou a boa nova de que tinhas ressuscitado dando ao
mundo sua grande misericórdia, ó Cristo.
Antifona:
Clamo à Ti, ó Senhor, no meu sofrer. Presta ouvidos à minha dor.
Verdadeiramente a vida dos habitantes do deserto é feliz, porque
eles são conduzidos pela Tua divina paixão.
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo. Agora, sempre
e pelos séculos dos séculos. Amém.
Pelo Espírito Santo toda criação, visível e invisível, é
preservada, porque Ele é todo Poderoso e é verdadeiramente, uma das Três
Pessoas Divinas.
Prokimenon:
Agora eu me levantarei, diz o Senhor; faço a salvação e a declaro.
(2 x)
Stichos:
As palavras do Senhor, são palavras puras. (repete a 1ª.)
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Kondakion - Modo 1 - (1º tom):
Na Tua glória, ressuscitaste do túmulo,
porque és Deus; o mundo ressuscita contigo e os homens Te celebram como Deus; a
morte desaparece, Senhor; Adão, livre dos entraves, se rejubila; Eva, na sua
alegria clama: "Ó Cristo, dá a Tua ressurreição aos homens".
Ikós:
Cantemos o ressuscitado do terceiro dia o Deus Todo-Poderoso, aquele que
destrói as portas do inferno e eleva o túmulo os santos, seus fiéis!
Benevolentemente,
Ele apareceu as santas mulheres, dizendo: "Alegrai-vos", e revelou
a alegria aos apóstolos, Ele é o único doador da vida.
As mulheres clamavam, anunciando aos discípulos a boa nova, os sinais da
vitória. O inferno geme, a morte se lamenta e o universo se rejubila. Ó Cristo,
toda criação se alegra, pois Tu deste a todos a ressurreição.
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Evangelho: Jo 20, 1-10
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Evangelista São João.
Naquele tempo, no primeiro dia da semana,
Maria Madalena foi ao sepulcro de madrugada, sendo ainda escuro, e viu a pedra
tirada do sepulcro. Correu, pois, e foi a Simão Pedro, e ao outro discípulo, a
quem Jesus amava, e disse-lhes: Levaram o Senhor do sepulcro, e não sabemos
onde o puseram. Então Pedro saiu com o outro discípulo, e foram ao sepulcro. E
os dois corriam juntos, mas o outro discípulo correu mais apressadamente do que
Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. E, abaixando-se, viu no chão os lençóis;
todavia não entrou. Chegou, pois, Simão Pedro, que o seguia, e entrou no
sepulcro, e viu no chão os lençóis, E que o lenço, que tinha estado sobre a sua
cabeça, não estava com os lençóis, mas enrolado num lugar à parte. Então entrou
também o outro discípulo, que chegara primeiro ao sepulcro, e viu, e creu.
Porque ainda não sabiam a Escritura, que era necessário que ressuscitasse
dentre os mortos. Tornaram, pois, os discípulos para casa.
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Exapostilário – 7º
tom:
Quando Maria disse: “Levaram meu Deus”, correram ao túmulo Simão
Pedro e outro discípulo, que Jesus amava, e encontraram dentro apenas o Sudário
e turbante ao lado. Eles esperaram até que viram o Senhor.
Theotokion:
Tu fizeste coisas grandes e excepcionalmente estranhas para mim, ó
misericordiosíssimo Cristo. Pois ininteligivelmente Tu nasceste duma Virgem
Donzela e aceitaste a Cruz e suportaste a morte, ressuscitando em glória para
fazer nossa natureza livre da morte. Glória a Tua glória, ó Cristo, glória a
teu poder.
Laudes:
1º
Cristo ressuscitou dos mortos e rompeu os elos da morte. Terra,
clamai a boa nova da grande alegria. Céus, cantai a glória de Deus.
2º
Nós vimos a ressurreição de Cristo, adoremos o Santo, o Senhor
Jesus, o único sem pecado.
3º
Adoremos, sem cessar, a ressurreição de Cristo, porque Ele nos
livrou de nossas iniqüidades. Santo é o Senhor Jesus que nos revelou a
ressurreição.
4º
O que daremos ao Senhor por tudo o que Ele nos deu? Foi por causa
da natureza corrompida que Deus veio entre os homens, que o verbo se fez carne
e habitou entre nós.
Benfeitor para os ingratos, libertador para os cativos, sol da
justiça para os que estão na noite; sobre a cruz impassível; luz para os
infernos, vida na ressurreição para os caídos. Clamemos e Ele, nosso Deus,
glória a Ti.
5º
Senhor, arrombaste as portas do inferno e Tua força invencível
destruiu o império da morte. Contigo despertaste os mortos, que desde o início
dormiam nas trevas, por Tua divina e gloriosa ressurreição, ó Deus todo
poderoso.
6º
Vinde e exultemos ao Senhor, regozijemo-nos em Sua ressurreição,
porque Ele libertou os mortos dos entraves do inferno, porque Ele é Deus e deu
a vida eterna ao mundo e a sua grande misericórdia.
7º
Um anjo deslumbrante estava sentado sobre a pedra do Sepulcro, que
continha a vida, e anunciava às mulheres esta boa nova: “Cristo ressuscitou,
como havia predito. Ide dizer aos discípulos que Ele os precedeu na Galiléia e
que Ele dá ao mundo a vida eterna e a grande misericórdia”.
8º
Ó judeus sem lei, porque desprezaste a pedra angular? É esta a
pedra que Deus colocou em Sião. Aquele que fez verter água de uma pedra no
deserto, fez jorrar para nós a imortalidade de Seu lado transpassado.
É Ele a pedra que caiu da montanha virginal, sem o desejo do
homem, Aquele que vem sobre as nuvens celestes ao ancião dos dias, como
prometeu a Daniel. Eterno é o Seu Reino!
Eothinon:
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Maria, ficaste com a razão perturbada pela obscuridade da aurora
pois, perto do túmulo, ficaste perguntando: “Aonde colocaram Jesus?”; mas os
discípulos, que também correram ao Sepulcro, como já estavam orientados sobre a
ressurreição, ao olhar o Sudário e o turbante, se lembraram do que estava
escrito nos livros a respeito do Senhor.
Por isso, por intermédio deles, alicerçamos a nossa fé em Ti, ó
Cristo doador da vida e, juntamente com eles, nós Te louvamos
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Theotokion:
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus, em cujo seio se encarnou
Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da maldição, destruindo a
morte e dando a vida a todos nós. Por isso bendirei o Cristo em qualquer tempo,
e sempre o Seu louvor estará em minha boca (2 vezes).
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Euzina - 7ª:
Aqui está a aurora, por que paraste Maria ante o sepulcro e por
que tua mente se ofuscou perguntando onde havia sido colado Jesus? Olha os
discípulos que foram ao sepulcro perceba como descobiram Tua Ressurreição ao
ver o sudário, recordaram tudo que se havia dito dele nos livros. Com ele te
louvamos nós os que temos acreditado por seu meio, oh Cristo doador da Vida.
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Hoje é a salvação do mundo. Louvemos Aquele que ressuscitou do
túmulo, dando-nos origem a uma nova vida, porque anulou a morte com a Sua morte
e nos concedeu a misericórdia de obter essa grande vitória.
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Divina Liturgia
Tropário da
Ressurreição - Modo 1 - (1º tom):
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem
Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao
mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à
Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu
que És o único filantropo.
Tropário de São Pedro e São Paulo:
Príncipes dos apóstolos e doutores do Universo, São Pedro e São
Paulo, rogai ao Mestre de todas as coisas que dê a paz ao mundo e às nossas
almas a sua grande misericórdia.
Kondakion – Modo
1 - (1º tom):
Glória ao Pai , ao Filho e ao Espírito Santo.
Tu, sendo Deus, te levantaste do túmulo, e devolveste a vida ao
mundo; a natureza humana, por isso te louva: a morte foi vencida, Adão se
regozija, ó Mestre, e Eva, liberta agora das cadeias da morte, com alegria
exclama: Tu, Cristo, és o que a todos dá a Ressurreição!
Theotokion – Modo
1 - (1º tom):
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Quando Gabriel te saudou, ó
Virgem, dizendo: "alegra-te!" e com sua voz, o Salvador encarnou-se
em ti, tabernáculo santo; e, como falava o Justo Davi: "veio do céu
trazendo o Criador de tudo", glória Àquele que habita em ti, glória Àquele
nascido de ti e que nos libertou!
Kondakion de São Pedro e São Paulo:
Levaste, Senhor, para descansar e gozar de teus bens, os dois
infalíveis pregadores de fala divina, os príncipes dos apóstolos; pois
preferiste suas provações e morte a qualquer sacrifício, Tu, o único conhecedor
dos segredos dos corações.
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Prokimenon:
Desça sobre nós, Senhor, a
tua misericórdia conforme nossa esperança em Ti.
Exultai, ó justos, no
Senhor, pois aos retos convém o louvor.
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Epístola: 2Cor 9, 6-11
Leitura da segunda Epístola do Apostolo São Paulo aos Coríntios:
Irmãos, o que semeia pouco, pouco também
ceifará; e o que semeia em abundância, em abundância ceifará. Cada um contribua
segundo propôs no seu coração; não com tristeza, ou por necessidade; porque Deus
ama ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a
graça, a fim de que tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda
a boa obra; conforme está escrito:Espalhou, deu aos pobres;a sua justiça
permanece para sempre. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia, também vos
dê pão para comer, e multiplique a vossa sementeira, e aumente os frutos da
vossa justiça; para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual
faz que por nós se dêem graças a Deus.
___________________________________________________________________
Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Deus assegura a minha vitória e me submete os
meus adversários.
Aleluia,
aleluia, aleluia!
Salva maravilhosamente seu servo e usa de
misericórdia com seu ungido.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
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Evangelho: Lc 6, 31-36
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo,
segundo o Evangelista São Lucas:
Naquele tempo, disse Jesus: «O que quereis
que os homens vos façam, fazei-o também a eles. Se amais os que vos amam, que
recompensa mereceis? Também os pecadores amam aqueles que os amam. E se fazeis
bem aos que vos fazem bem, que recompensa mereceis? Pois o mesmo fazem também
os pecadores. Se emprestais àqueles de quem esperais receber, que recompensa mereceis?
Também os pecadores emprestam aos pecadores, para receberem outro tanto. Pelo
contrário, amai os vossos inimigos, fazei bem e emprestai, sem daí esperar
nada. E grande será a vossa recompensa e sereis filhos do Altíssimo, porque ele
é bom para com os ingratos e maus. Sede misericordiosos, como também vosso Pai
é misericordioso.
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Sinaxe
O Evangelho que Lucas nos apresenta é uma continuação
do Sermão da Montanha e nos convida a uma reflexão sobre o amor, o perdão, a
magnanimidade e a oração. Jesus manda-nos bendizer aqueles que nos amaldiçoam,
orar pelos que nos injuriam, praticar o bem sem esperar nada em troca, ser
compassivos como Deus é compassivo, perdoar a todos, ser generosos sem cálculos
ou tramas.
A virtude da magnanimidade, muito relacionada com a da
fortaleza, consiste na disposição de acometer coisas grandes em nome da
generosidade e do desprendimento. Quem se dispõe a viver assim traça o caminho
da santidade.
O magnânimo propõe-se a ideais altos e não recua ante
os obstáculos, às críticas ou aos desprezos. Não se deixa intimidar pelas
murmurações ou pelo respeito humano; segue porque sua natureza o faz
persistente em direção à perfeição. O magnânimo sente uma força que o faz sair
de si mesmo em beneficio do próximo. Em sua pessoa não paira a mesquinhez e,
para ele, não basta dar e oferecer; ele se dá e se oferece. É uma entrega
pessoal às causas nobres. Jesus Cristo entregou-se a si mesmo, sofreu a morte
de Cruz, por amor aos homens. Ele se oferece e é oferecido pelo Pai por amor.
A grandeza de alma demonstra-se também pela disposição
em perdoar o que quer que seja. Não é próprio do cristão guardar rancores em
seu coração, agravos, recordações que nos fazem sofrer; o que nos deveria ser
próprio é a disposição permanente ao perdão.
Assim como Deus está sempre pronto a perdoar a todos e
a tudo, a nossa capacidade de perdoar não deve também ter limites, nem pelo
número de vezes, nem pelo grau da ofensa. -“Se, pois Jesus nos manda amar
nossos inimigos, a quem nos dá como modelo? O próprio Deus”.
(S.
Agostinho de Hipona)
O Senhor nos deu o exemplo. Perdoou na Cruz àqueles
que lhe faziam padecer tanto. Em plena agonia no madeiro, no sofrimento
beirando ao insuportável, Ele pede ao Pai por aqueles que o aniquilam: - “Pai
Perdoa-lhes; eles não sabem,o que fazem”. (Lc 23,34)
Os pedidos que o Senhor nos faz através do Evangelho
são possíveis de serem observados na medida de nossa magnanimidade. O Senhor
não nos sobrecarregaria com fardos pesados se não nos tivesse provido antes das
condições para carregá-los. Para isso, no entanto, é necessário cultivarmos um
íntimo relacionamento com Jesus pela oração freqüente. Desta maneira amaremos
também aqueles que não nos amam, faremos o bem aqueles que nos fazem o mal,
emprestaremos (quiçá, daremos) sem esperar a devolução.
Portanto, a primeira atitude a que somos chamados é a
de rezar pelos nossos inimigos. Isto não é fácil. Exige de nós disciplina na
oração.
«Compreenderemos o quanto Deus nos ama quando
perdoarmos os que nos ofendem; sentiremos o amor divino em nossa existência
quando amarmos os nossos inimigos. Quanto mais estivermos próximos de Deus pela
oração menos inimigos teremos, pois já o veremos como irmãos.»
(Santo Irineu).
De fato a oração nos transporta para uma realidade divina;
a oração nos possibilita levar para o âmago de nosso coração não apenas aqueles
que nos rodeiam distribuindo afeto e empatia, mas também aqueles que se
aproximam de nós com aspereza, rudeza, inimizade, discórdia e apatia. Isto é
possível quando estamos dispostos a fazer de nossos inimigos, parte de nós
mesmos: nossos irmãos.
«Então, sim, ao amares teu inimigo, estás a amar um
irmão. É esse o motivo por que o amor ao inimigo é a perfeição da caridade, já
que a caridade perfeita consiste no amor aos irmãos. Ama e fazes o que
quiseres; se te calas, cala-te por amor; se falas em tom alto, fala por amor;
se corrigires alguém, faze por amor. Pois é preciso amar o homem e não o seu
erro. O homem é obra de Deus, o erro é obra do homem. Ama a obra de Deus e purifica
as obras do homem. Se existe o inimigo é porque existe o erro. Retira o erro e
em vez de enxergares um inimigo, contemplarás um irmão.»
(Santo Agostinho).
Rezar por nossos inimigos revela a disposição para a
reconciliação. Quando elevamos nossos inimigos ao coração de Deus pela oração,
será impossível continuar a nutrir maus sentimentos por eles. Pois Deus tudo
transforma. A oração transforma o inimigo em “alguém próximo ao coração de Deus”.
Tal proximidade nos fará pessoas propensas a um novo relacionamento.
Provavelmente não existe nenhuma oração tão poderosa como a oração pelos
inimigos. Mas também é a mais difícil pois é exigente. Alguns santos consideram
a oração feita pelos inimigos o principal critério de santidade.
Amar os nossos inimigos nos faz próximos da Cruz e da
comunhão com o Crucificado. Esta intimidade com o Senhor que sofreu, mas se fez
vencedor, abre os olhos de nosso coração para que reconheçamos que em nosso
“inimigo” está, na verdade, um irmão que também é amado por Deus. Nem sempre
aqueles que julgamos ser nossos inimigos são inimigos de Deus. Constatamos isto
quando o Senhor nos chama a atenção dizendo que Deus faz chover e brilhar o sol
sobre os justos e sobre os injustos. Não o sol e a chuva apenas terrenos, mas
também o “Sol da justiça”, que é o próprio Jesus Cristo.
O amor e o perdão se fazem par quando desejamos viver
o Evangelho de forma autêntica, buscando incansavelmente caminhar na santidade
dos filhos de Deus: “Sede santos como vosso Pai é Santo”.
«Amar nossos inimigos é o desejo que Tu
revelastes,
ó Amor Misericordioso do Pai.
Pedirias semelhante coisa a nós,
se não pudéssemos alcançar ?
Estarei eu compreendendo em meu intimo tal desejo?
Ou equivocado estou em meus conceitos
sobre o amor e a inimizade?
O que é o amor ? Quem são meus inimigos?
Teria entre os filhos do Altíssimo
alguém que pudesse ser realmente inimigo?
Se todos somos filhos do Amor,
como podemos gerar inimizade entre nós ?
Que meus sentimentos em relação aos meus irmãos,
aqueles que não são dignos de serem oferecidos no Altar
sejam modificados por tua Graça, ó Soberano Celestial.
Elevo minha alma a Ti, Criador de todas as coisas,
para transformá-la em espaço onde possa acolher
aqueles que não me são caros.
Rezo por eles, Senhor, e por mim.
Que sejamos irmãos antes de tudo
para que consigamos enxergar a face do mesmo Pai
e sermos dignos do Amor.»
ó Amor Misericordioso do Pai.
Pedirias semelhante coisa a nós,
se não pudéssemos alcançar ?
Estarei eu compreendendo em meu intimo tal desejo?
Ou equivocado estou em meus conceitos
sobre o amor e a inimizade?
O que é o amor ? Quem são meus inimigos?
Teria entre os filhos do Altíssimo
alguém que pudesse ser realmente inimigo?
Se todos somos filhos do Amor,
como podemos gerar inimizade entre nós ?
Que meus sentimentos em relação aos meus irmãos,
aqueles que não são dignos de serem oferecidos no Altar
sejam modificados por tua Graça, ó Soberano Celestial.
Elevo minha alma a Ti, Criador de todas as coisas,
para transformá-la em espaço onde possa acolher
aqueles que não me são caros.
Rezo por eles, Senhor, e por mim.
Que sejamos irmãos antes de tudo
para que consigamos enxergar a face do mesmo Pai
e sermos dignos do Amor.»
Abade Moisés (XXV Discurso)
BIOGRAFIA:
STORNIOLO,
Ivo. «Como Ler o Evangelho de Lucas». São Paulo: Ed. Paulus.
HAMMANN, A. «Os Padres da Igreja». São Paulo: Ed Paulinas.
«Orações dos Primeiros Cristãos». São Paulo: Ed. Paulinas.
HAMMANN, A. «Os Padres da Igreja». São Paulo: Ed Paulinas.
«Orações dos Primeiros Cristãos». São Paulo: Ed. Paulinas.
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