1° Domingo da Quaresma ou «Domingo da Ortodoxia»
(6º antes da Páscoa - Modo
1 )
Memória dos Santos quarenta e quatro Monges da Lavra de
São
Sabas, mártires († 796).
Em 843 um
Sínodo regional (Endemousa) foi convocado sob a Imperatriz Teodora. A veneração
aos ícones foi solenemente proclamada na Catedral de Santa Sofia. Monges e
clérigos entraram em procissão e restituíram os ícones aos lugares
estabelecidos. Este dia foi chamado de «Triunfo da Ortodoxia». Desde então
este, acontecimento é comemorado cada ano em um ofício religioso especial no
Primeiro Domingo da Quaresma; o «Domingo da Ortodoxia» ou o «Triunfo da
Ortodoxia».
Matinas
Tropário – Modo 1 -
(1º tom):
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem
Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao
mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à
Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu
que És o único filantropo.
Glória ao Pai ao Filho e ao Espírito Santo,
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem
Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao
mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à
Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu
que És o único filantropo.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Theotokion:
Gabriel
te trouxe a noticia da salvação. Ó Virgem, e, em nome do Senhor de todas as
coisas a saudou, ao escutar sua voz, o Senhor de todos se encarnou em Ti, Ó
Santa Nave, com proclamou o justo Davi;
e apareceste mais ampla que os céus carregando o teu Criador. Glória ao que
habitou em ti! Glória ao que veio nascer por meio de ti! Glória aquele que nos
libertou ao nascer de ti!
Katisma – Modo 1 -
(1º tom):
1ª Katisma:
Oh Salvador, os saldados que guardavam Teu Sepulcro, quedaram como
mortos, pelo resplendor do Anjo que anunciou às mulheres Tua Ressurreição. Te
glorificamos a Ti, que acabaste com a corrupção; prosternamo-mos ante a Ti, oh
Ressuscitado do sepulcro, oh único Deus nosso.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Oh piedoso, foste
cravado sobre a Cruz por Tua vontade e foste colocado no Sepulcro como morto,
oh Doador da Vida, Tu que destruíste a morte com Tua morte. Oh Poderoso ante Ti
abalaram-se os guardiões do Hades, quando Ressuscitaste os mortos com Tua
Ressurreição, Oh Único Amante da humanidade.
Agora, sempre e pelos séculos dos
séculos. Amém.
Theotokion:
Todos nós te conhecemos como Mãe de Deus, e que depois de Teu
parto permaneceste verdadeiramente Virgem. Nós refugiamos com amor em Tua
Bondade, porque a Temos, nós os pecadores, com amor em Tua Bondade, porque a
temos, nós pecadores, como intercessora e salvadora, nas tentações, oh
Imaculada.
2ª Katisma:
As mulheres que vieram muito cedo ao Teu Sepulcro, ao verem a
imagem angelical tremeram; ao surgir a Vida do Sepulcro, quebraram assombrados;
por isso se dirigiram aos Teus Discípulos para anunciar-lhes Tua Ressurreição,
dizendo: Cristo submeteu o Hades, porque és o Único Onipotente; e junto com
Ele, Ressuscitou a todos os mortos; e com a força de sua Santa Cruz dissolveu o
temor do juízo.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espirito Santo.
Oh Vida de todos, foste cravado na Cruz, e contado entre os
mortos, oh Senhor Imortal; ressuscitaste ao terceiro dia, oh Salvador, e
liberaste a Adão da corrupção. Por isso os coros angelicais exclamaram, oh
Doador da Vida: Glória à Tua Paixão, oh Cristo! Glória a Tua Ressurreição! Glória
a Tua Condescendência, oh Único Amante da humanidade!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Theotokion:
Oh Maria, Venerável Morada do Senhor, levanta-nos a nós os caídos
no fundo da desesperação, da tristeza e do pecado, porque que deste como
salvação dos pecadores, apoio e poderosa intercessora que salvas teus servos.
Ypakoí – Modo 1 - (1º tom):
Obediência:
O arrependimento do ladrão obteve o Paraíso e as lágrimas das
Mirróforas anunciaram com alegria que Tu ressuscitaste, oh Cristo Deus dando ao
mundo a grande misericórdia.
Anabtmo:
1ª Antífona:
Oh Senhor, a Ti clamo em meus sofrimentos, escuta em minha dor.
O desejo divino toca sempre aos habitantes do deserto, por seu
distanciamento do mundo mal.
Glória ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
A glória e a honra são dignos do
Espírito Santo com do Pai e do Filho, por isso louvamos a Trindade, dona do
único poder.
2ª Antífona:
Deus meu, quando me elevas à montanha de Tua leis, ilumina-me e
faz-me brilhar com as virtudes para louvar-te.
Oh Verbo, sustenta-me com Tua destra, conserva-me e protege-me,
para que não me queime no fogo do pecado.
Glória ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Toda a criação se renova com o Espírito Santo e volta ao seu
primeiro estágio, porque Ele é igual ao Pai e ao Filho em poder.
3ª Antífona:
Minha alma se alegrou com os que me disseram vamos à “casa de
Deus”, e meu coração se encheu de alegria.
Grande temor há na casa de Davi, donde estão colocados os tronos
para julgar a todas as tribos e as línguas de terra.
Glória ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
O oferecimento da glória, o poder, a honra e a adoração são
devidos ao Espírito Santo, igual ao Pai e ao Filho, porque a Trindade é única
em sua natureza e não e suas Pessoas.
Prokimenon:
Agora eu me levanto, diz
o Senhor, realizo a salvação e a proclamo. (2
vezes).
Stichos:
A Palavra de Deus é
palavra pura.
Agora eu me levanto, diz
o Senhor, realizo a salvação e a proclamo.
Kondakion – Modo 1 - (1º tom):
Na Tua glória, ressuscitaste do túmulo, porque és Deus; o mundo
ressuscita contigo e os homens Te celebram como Deus; a morte desaparece,
Senhor; Adão, livre dos entraves, se rejubila; Eva, na sua alegria clama:
"Ó Cristo, dá a Tua ressurreição aos homens".
Ikós:
Cantemos o
ressuscitado do terceiro dia o Deus Todo-Poderoso, aquele que
destrói as portas do inferno e eleva o túmulo os santos, seus fiéis! Benevolentemente,
Ele apareceu as
santas mulheres, dizendo: "Alegrai-vos", e revelou a alegria aos
apóstolos, Ele é o único doador
da vida.
As mulheres clamavam, anunciando aos discípulos
a boa nova, os sinais
da vitória. O inferno geme, a morte se lamenta e o universo
se rejubila. Ó Cristo, toda criação se alegra, pois
Tu deste a todos a ressurreição.
Evangelho: Jo 20, 19-31
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Evangelista São João:
Naquele tempo, Ao cair da tarde daquele
primeiro dia da semana, estando os discípulos reunidos a portas trancadas, por
medo dos judeus, Jesus entrou, pôs-se no meio deles e disse: "Paz seja com
vocês!" Tendo dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos
alegraram-se quando viram o Senhor. Novamente Jesus disse: "Paz seja com
vocês! Assim como o Pai me enviou, eu os envio". E com isso, soprou sobre
eles e disse: "Recebam o Espírito Santo. Se perdoarem os pecados de alguém,
estarão perdoados; se não os perdoarem, não estarão perdoados". Tomé,
chamado Dídimo, um dos Doze, não estava com os discípulos quando Jesus
apareceu. Os outros discípulos lhe disseram: "Vimos o Senhor! " Mas
ele lhes disse: "Se eu não vir as marcas dos pregos nas suas mãos, não
colocar o meu dedo onde estavam os pregos e não puser a minha mão no seu lado,
não crerei". Uma semana mais tarde, os seus discípulos estavam outra vez
ali, e Tomé com eles. Apesar de estarem trancadas as portas, Jesus entrou, pôs-se
no meio deles e disse: "Paz seja com vocês!" E Jesus disse a Tomé:
"Coloque o seu dedo aqui; veja as minhas mãos. Estenda a mão e coloque-a
no meu lado. Pare de duvidar e creia". Disse-lhe Tomé: "Senhor meu e
Deus meu!" Então Jesus lhe disse: "Porque me viu, você creu? Felizes
os que não viram e creram". Jesus realizou na presença dos seus discípulos
muitos outros sinais miraculosos, que não estão registrados neste livro. Mas
estes foram escritos para que vocês creiam que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus
e, crendo, tenham vida em seu nome.
Exapostilário – 9º:
Oh Senhor quando entraste estando as portas fechadas, enchestes os
apóstolos de Teu santíssimo Espirito soprando sobre eles e dando lhes a paz
disseste, “Atai e desatai”. E depois de oito dias à Tomé mostraste tuas mãos e
teu lado. Nós junto com ele exclamamos: “Meu Senhor e meu Deus”.
Theotokion – 9º:
Oh Virgem Santíssima e noiva de Deus, ao ver teu filho
ressuscitado do sepulcro no terceiro dia, desejaste a pena que passaste como Mãe quando o viste sobre; e quando te
encheste de alegria, e glorificaste com os Discípulos com louvores. Salva, oh
Virgem, aos que te chamam Mãe de Deus.
Laudes - Modo 1 - (1º
tom):
1 – Esta glória será para todos os Justos.
Oh Cristo, louvamos Tua paixão salvadora e glorificamos Tua
ressurreição.
2 – Louvai a Deus em seu santuário, louvai na magnificência de seu
firmamento!
Tu que suportaste a crucificação, aniquilaste a morte, e
ressuscitaste dentre nos mortos, salva nossa vida, oh Senhor, porque és o único
Todo poderoso.
.
3 – Louvai por suas proezas, louvai conforme Sua imensa grandeza!
Oh Cristo, Tu que esvaziaste o Hades, ressuscitaste o homem com
Tua ressurreição, faz-nos dignos de louvar-Te e glorificar-Te com um coração
limpo.
4 – Louvai ao som da trombeta, louvai com saltério e a harpa!
Oh Cristo, te louvamos glorificando Tua humildade digna de Deus; a
Ti, que nasceste da Virgem e não te separaste do regaço do Pai, que
5 – Louvai com pandeiro e a dança; louvai com cordas e flautas!
Quando foste cravado sobre a Cruz, morreu a força do inimigo e,
por temor a Ti a criação temeu e com Teu poder quedou vazio o Hades, levantaste
os mortos dos sepulcros abriste o paraíso ao ladrão. Oh Cristo nosso Deus,
glória a Ti!
6 – Louvai com címbalos retumbantes; louvai com címbalos de
júbilo. Tudo que respira louve ao Senhor!
As veneráveis mulheres correram com cuidado e lágrimas até Teu
sepulcro; e quando o encontraram aberto, conheceram pelo anjo o novo milagre e
correram à dizer aos Apóstolos: “O Senhor ressuscitou dando ao mundo a grande misericórdia”.
7 – Levanta-Te, Senhor meu e Deus meu, que tua mão se levante e
não te esqueças para sempre de Teus pobres.
Oh Cristo Deus, nos prosternamos ante as feridas de Tua divina
paixão e a grande celebração que nos últimos tempos culminou em Sion com a Tua
Divina manifestação, porque, oh sol de justiça, iluminaste aos que estavam na
obscuridade guiando-os até a Luz que não conhece ocaso. Oh Senhor, glória à Ti.
8 – Te confesso, Senhor, como todo meu coração e proclamo todos
teus milagres.
Oh raça Judia que ama os soberbos, entende e tem cuidado. Donde
estão os que entraram com Pilatos? Que digam seus guardas: Onde estão os selos
do sepulcro? Onde foi Ele sepultado? Donde se vendeu quem não se vende? Como
foi roubado o Tesouro? Porquê negam a ressurreição do Crucificado, blasfemando,
oh judeus transgressores da Lei? Ele ressuscitou livre dentre os mortos e deu
ao mundo a grande misericórdia.
Eothinon – 9º:
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Ó Jesus, numa santa época e na véspera de um sábado, levantaste
entre os teus amados, a expectativa da concretização de tua grande surpresa,
isto é, a Tua ressurreição dentre os mortos e a Tua entrada num recinto com as
portas fechadas. Ao fazer isso encheste os Teus discípulos de alegria, lhe
concedeste e deste-lhes autoridades para perdoar os pecados. E a Tomé, não o
deixastes mergulhar no abismo da descrença. Por isso nós Te suplicamos,
concede-nos o dom de conhecer a verdade, a justiça e o perdão das faltas, ó
Salvador bondoso e caridoso.
Theotokion:
Agora, sempre e pelos séculos dos
séculos. Amém.
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus, em cujo seio se encarnou
Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da maldição, destruindo a
morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em qualquer tempo, e sempre o Seu
louvor estará em minha boca (2 vezes).
Tropário:
Hoje é a salvação do mundo. Louvemos Aquele que ressuscitou do
túmulo, dando-nos origem a uma nova vida, porque anulou a morte com a Sua morte
e nos concedeu a misericórdia de obter essa grande vitória.
Divina Liturgia
Tropário da
Ressurreição - Modo 1 - (1º tom):
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem
Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao
mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à
Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu
que És o único filantropo.
Tropário Próprio - Modo 1 Plagal:
Desceste
ao Hades, ó Salvador meu, rompendo suas portas, Tu que és Todo-poderoso, levantaste
contigo os mortos, ó Criador, destruíste, ó Cristo, o aguilhão da morte. e
libertaste também Adão da maldição, ó Filântropo. Por isso, clamamos,
Senhor, salva-nos!
Tropário de São Pedro e São Paulo:
Príncipes dos apóstolos e doutores do Universo, São Pedro e São
Paulo, rogai ao Mestre de todas as coisas que dê a paz ao mundo e às nossas
almas a sua grande misericórdia.
Kondakion – Modo 1
- (1º tom):
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Tu, sendo Deus, te levantaste do túmulo, e devolveste a vida ao mundo;
a natureza humana, por isso te louva: a morte foi vencida, Adão se regozija, ó
Mestre, e Eva, liberta agora das cadeias da morte, com alegria exclama: Tu,
Cristo, és o que a todos dá a Ressurreição!
Theotokion – Modo 1
- (1º tom):
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Quando Gabriel te saudou, ó
Virgem, dizendo: "alegra-te!" e com sua voz, o Salvador encarnou-se
em ti, tabernáculo santo; e, como falava o Justo Davi: "veio do céu
trazendo o Criador de tudo", glória Àquele que habita em ti, glória Àquele
nascido de ti e que nos libertou!
Kondakion Final – Modo 4 Plagal:
Nós,
teus servos, ó Mãe de Deus, te conferimos os lauréis da vitória, penhor
de nossa gratidão, como a um general que combateu por nós e nos salvou de
terríveis calamidades. E, como tens um poder invencível, livra-nos dos
perigos de toda espécie para que te aclamemos: salve, Virgem e Esposa!
Kondakion de São Pedro e São Paulo:
Levaste, Senhor, para descansar e gozar de teus bens, os dois
infalíveis pregadores de fala divina, os príncipes dos apóstolos; pois
preferiste suas provações e morte a qualquer sacrifício, Tu, o único conhecedor
dos segredos dos corações.
Prokimenon:
Desça sobre nós, Senhor, a
tua misericórdia conforme nossa esperança em Ti.
Exultai, ó justos, no
Senhor, pois aos retos convém o louvor.
Epístola: Hb 11, 24-26, 32-40
Leitura da Epístola do Apostolo São Paulo aos Hebreus:
Irmãos, pela fé Moisés, já adulto, recusou ser chamado
filho da filha do faraó, preferindo ser maltratado com o povo de Deus a
desfrutar os prazeres do pecado durante algum tempo. Por amor de Cristo,
considerou a desonra riqueza maior do que os tesouros do Egito, porque
contemplava a sua recompensa. Que mais direi? Não tenho tempo para falar de
Gideão, Baraque, Sansão, Jefté, Davi, Samuel e os profetas, os quais pela fé
conquistaram reinos, praticaram a justiça, alcançaram o cumprimento de
promessas, fecharam a boca de leões, apagaram o poder do fogo e escaparam do
fio da espada; da fraqueza tiraram força, tornaram-se poderosos na batalha e
puseram em fuga exércitos estrangeiros. Houve mulheres que, pela ressurreição,
tiveram de volta os seus mortos. Alguns foram torturados e recusaram ser
libertados, para poderem alcançar uma ressurreição superior. Outros enfrentaram
zombaria e açoites, outros ainda foram acorrentados e colocados na prisão,
apedrejados, serrados ao meio, postos à prova, mortos ao fio da espada. Andaram
errantes, vestidos de pele de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos e
maltratados. O mundo não era digno deles. Vagaram pelos desertos e montes,
pelas cavernas e grutas. Todos estes receberam bom testemunho por meio da fé;
no entanto, nenhum deles recebeu o que havia sido prometido. Deus havia
planejado algo melhor para nós, para que conosco fossem eles aperfeiçoados.
Aleluia!
Aleluia,
aleluia, aleluia!
Deus assegura a minha vitória e me submete os
meus adversários.
Aleluia,
aleluia, aleluia!
Salva maravilhosamente seu servo e usa de
misericórdia com seu ungido.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Evangelho: Jo 1, 43-51
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Evangelista São João:
Naquele tempo, Jesus quis partir para a
Galiléia. Ele encontrou Filipe que era de Betsaida, a cidade de André e de
Pedro. Filipe encontrou-se com Natanael e disse-lhe: Encontramos Jesus, o filho
de José, de Nazaré, aquele sobre quem escreveram Moisés, na Lei, e os Profetas.
Natanael perguntou: De Nazaré pode sair alguma coisa boa? Filipe respondeu: Vem
e vê! Jesus viu Natanael que vinha ao seu encontro e declarou a respeito dele:
Este é um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade! Natanael disse-lhe: De
onde me conheces? Jesus respondeu: Antes que Filipe te chamasse, quando estavas
debaixo da figueira, eu te vi. Natanael exclamou: Rabi, tu és o Filho de Deus,
tu és o Rei de Israel! Jesus lhe respondeu: Estás crendo só porque falei que te
vi debaixo da figueira? Coisas maiores verás. E disse-lhe ainda: Em verdade, em
verdade, vos digo: vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo
sobre o Filho do Homem!
Hirmos:
Ó
cheia de graça, em ti rejubila-se toda a Criação. A assembleia dos anjos e
o gênero humano te glorificam, ó templo santificado, paraíso espiritual e
glória das virgens, na qual Deus se encarnou e da qual tornou-se Filho Aquele
que é nosso Deus antes dos séculos. Porque fez de teu seio um trono e
as tuas entranhas, mais vastas do que os céus.
Ó cheia de graça, em ti rejubila-se toda a Criação e te glorifica!
Ó cheia de graça, em ti rejubila-se toda a Criação e te glorifica!
Obs.:
Depois da Divina Liturgia segue a procissão com os santos ícones. Neste domingo
comemora-se a vitória da Ortodoxia sobre a heresia dos iconoclastas e veneram-se
os santos ícones.
Sinaxe
Pe. Paulo A. Tamanini
O que pode pensar um ortodoxo sobre o Domingo da
Ortodoxia? A maioria dos pensamentos para esta ocasião tem caráter
confessional, destacando a Ortodoxia sobre as demais confissões cristãs. As
religiões são, em geral, caminhos divinos através dos quais Deus vem até o
homem e o faz elevar-se para Si.
A investigação das religiões é um tema que vai além do
que podemos falar, mas não há dúvida que todas as religiões ajudam o homem a
praticar uma boa moral, a escutar a voz de sua consciência, a viver em paz e a
conviver melhor com os seus semelhantes, sobretudo as que professam um Deus
único. Todas estas religiões são como que "fios condutores" nas mãos
de Deus, através dos quais Ele atrai a Si os homens.
Não obstante, o Cristianismo é a revelação divina mais profunda e representa o caminho mais curto que conduz ao céu. A Ortodoxia conservou a Tradição Cristã sem mancha e é, entre as "tradições" cristãs, a mais segura. A doutrina cristã passou ao longo da História, por muitos exames e provas, introduzindo-se, às vezes, elementos humanos e sofrendo desvios, também por causa dos homens. A Ortodoxia conservou a fé ao longo da História e a transmitiu de geração em geração e, a isto, chamamos «Tradição».
«Tradição» não é o mesmo que «tradições». «Tradição» não quer dizer história antiga ou ensinamentos herdados. Tradição significa «transmissão» dos ensinamentos de uma geração a outra. Pois, «Deus é o Deus de nossos pais». E, por isso, a Tradição é movimento e não herança estática.
A Tradição morre se não for transmitida. Recebemos gratuitamente e gratuitamente devemos transmití-la. A Tradição não é conjunto de ensinamentos, mas o movimento do Espírito Santo na Igreja que transmite a fé, é o «depósito» que se assemelha aos talentos sobre os quais nos ensinou o Senhor que não devemos ocultá-los.
Por isso, quando insistimos que, para a Ortodoxia, a Tradição desempenha um papel importante, queremos dizer que o ensinamento recebido dos Santos padres da Igreja são fundamentais para nós mesmos e para as gerações futuras. Queremos dizer também que a Tradição, na Ortodoxia não é como um museu, mas uma missão. O tempo da Tradição é o tempo importante do passado e é também o tempo do futuro que goza da mesma importância.
A Ortodoxia, portanto, em seu caráter de tradição cristã pura, quer dizer a doutrina reta de acordo com a fé recebida dos santos Padres e, ainda, que se encontra no mesmo nível de importância que a evangelização. A retidão da doutrina é uma face da moeda e a outra face é a evangelização. A doutrina reta é a garantia de um fundamento correto da evangelização; a evangelização, por sua vez, é a continuidade natural e viva da reta doutrina.
O Espírito de evangelização não é uma atividade adicional na vida da Igreja Ortodoxa, e o desejo de transmitir a Verdade e a Tradição aos demais, não é só uma ocupação a mais da Igreja, mas o indicador genuíno de que o Corpo de Cristo (a Igreja) está vivo, cresce, permanece e se move. A falta de evangelização não é apenas um defeito parcial da vida da Igreja, mas indica a presença de uma fé corrompida e a adulteração da verdade.
Quando, no Evangelho de hoje, Filipe encontra a Jesus, sai imediatamente em busca de Natanael e, encontrando-o, diz: «Encontramos Jesus, o Filho de José, de Nazaré, Aquele sobre quem escreveram Moisés na Lei, e os Profetas». Quem encontra Jesus, se faz imediatamente apóstolo. Ele mesmo, Jesus, disse a seus discípulos, que os enviou como luz ao mundo e como sal à terra. A Ortodoxia é segurança para a evangelização e a verdadeira evangelização é o indício de uma Ortodoxia viva. Por isso São Paulo nos diz: «Ai de mim se não evangelizo».
A Igreja é, segundo a Ortodoxia, o Reino de Deus vivo sobre a terra. A Igreja não é, nem uma instituição nem uma organização. A Igreja é, segundo a Tradição Ortodoxa, o «mundo no mundo». É o «fermento que leveda toda a massa».
A Igreja está em diálogo com o mundo exterior e não é seu extremo oposto. Este é a parte dela que ainda não foi levedada. O mundo inteiro foi criado por Deus para ser a «Igreja Una, Santa, Católica e Apostólica». Em outras palavras, o crente no mundo deve cooperar com a encarnação de Cristo e com a construção de seu Corpo vivo no mundo. O mundo se faz então nosso objetivo e nossa meta. Assumimos como tarefa fazer de todo mundo uma só Igreja.
Se, neste Domingo da Ortodoxia, dirigimos o olhar ao mundo que nos cerca, veremos, todavia, que estamos só no início do caminho, e que o mundo necessita de nós. A Igreja, então, estabelece diálogo e relação com o mundo exterior num gesto de fermentação e cristianização. A evangelização é o vínculo. E se realiza através do diálogo contínuo e com intenções de quem ama, é fiel e sincero com o outro, com as demais religiões, com o ateísmo e com qualquer outra expressão exterior à Igreja.
Todos necessitam de nossa fé. A evangelização não foi nem nunca será para a Ortodoxia um meio de expansão, de autoritarismo, de conquista ou de hegemonia. A evangelização é luz, é um presente, é um dom. A Igreja não é uma instituição que quer expandir-se, mas uma Verdade que deve ser propagada e, quem a recebe, não se torna seu proprietário, mas deixa-se orientar por ela.
A história da evangelização da Rússia no primeiro milênio depois de Cristo dá testemunho de que, os russos convertidos ao cristianismo partiram imediatamente para evangelizar os demais.
A evangelização se dá em dois campos diferentes: o primeiro é o campo externo que já mencionamos. O segundo é o campo interno.
Relata-se que São João Kronstadt sonhava em sua infância crescer para ir à China auxiliar na evangelização. No entanto, quando entrou na faculdade de teologia, deu-se conta de que sua família e seus vizinhos eram carentes de evangelização. A evangelização interna é uma necessidade pois, um número não pequeno de fiéis tem uma fé superficial. São os que receberam a fé como algo externo e acidental. A mesma Igreja Ortodoxa necessita que os seus filhos sejam evangelizados e, por isso, temos o pregação (sermão), a catequese, a vida pastoral e o fazer com mais força os sacramentos da Igreja na vida de seus filhos. A evangelização interior é necessária na vida pessoal de cada um. Assim também, devemos propagar nossa fé tal como nos é transmitida pela Tradição Ortodoxa, como vida e profundidade, como conhecimento de si mesmo e enamoramento de Deus. A tradição monástica e os modelos de vida pastoral que nos transmitiu esta Tradição e que passaram a fazer parte da mesma, afirmam que hoje é necessário «ir ao mais profundo» da evangelização interior, da pastoral e da ascética.
A evangelização interior é necessária nas igrejas e confissões cristãs. Por muitos fatores e interesses o Corpo de Cristo tem sido fragmentado ao longo da História. O diálogo é uma missão e uma instância fiel à Ortodoxia. A aproximação entre as diversas confissões cristãs é um gesto ortodoxo natural e honesto. O diálogo entre as igrejas não é só uma necessidade, mas uma obrigação de fidelidade à ortodoxia.
Sobre o que deve refletir então um ortodoxo no «Domingo da Ortodoxia»?
A Ortodoxia não é, nem um muro de separação e nem tampouco um ambão por detrás do qual falamos com os demais do alto. A Ortodoxia é um depósito que recebemos tão casualmente como foi privado aos demais. O ortodoxo não tem mérito pelo que pudesse ter recebido este depósito. Mas, tendo-o recebido, tem a responsabilidade de transmiti-lo. O talento nos foi dado como um dom e o fiel deve saber investi-lo bem.
Muitas vezes medimos nossa relação com Deus em base a um comportamento ético simples. O pecado passa a ser a omissão de um dia de jejum ou ter caído em ira etc. Sim, tudo isto é pecado, mas o pecado maior é o que cometemos quando nos omitimos da pregação, ou seja, escondemos o talento recebido. Enquanto que aqueles pecados enfraquecem nossa relação com Deus, ocultar ou esconder o talento nos separa de Deus. Os mandamentos divinos podem ser sintetizados no amor. A Lei tem como objetivo o amor. O objetivo da ética é chegar a sentir paixão pelas coisas divinas. O amor exige do outro. Conhecer a Deus é amá-Lo e, amá-Lo leva necessariamente a anunciá-Lo.
O Kondakion deste domingo nos expressa que a encarnação do Filho de Deus uniu nossa imagem à beleza divina e nos levou a confessar a salvação (a conhecê-la), a proclamá-la e a propagá-la (evangelizar) em palavras e obras.
Que função desempenhamos então em toda esta missão? O que é que devemos examinar todos os anos quando celebramos o «Domingo da Ortodoxia»? A epístola de hoje faz referência a todos aqueles que foram torturados das mais diversas formas e submetidos às prisões. Outros ainda que foram apedrejados, postos a prova ou mortos ao fio da espada. São Paulo menciona os que suportaram tudo isto pela Tradição e pela Fé Ortodoxa, antes e depois de Cristo. Eles, padecendo toda espécie de sofrimentos e torturas, ou até mesmo dando suas vidas para transmitir fielmente o depósito, constituíram-se em modelos para todos nós. Moisés é um dos melhores exemplos pois, recusou ser chamado filho do Faraó, preferindo ser maltratado junto ao povo de Deus, a desfrutar por algum tempo no pecado. Hb 11, 25.
A Ortodoxia é paixão e missão para o fiel, desde que não a tome para si, mas se ponha à seu serviço. O dever de todo o fiel ortodoxo é propagar a Ortodoxia e elegê-la em lugar do gozo temporal do pecado. Acaso não nos alegramos quando chegamos a conhecer a fé e seu passado e a pregamos para o futuro? Os sofrimentos a que muitos são submetidos por causa do Evangelho e de sua pregação constitui a alegria da festa de hoje.
Pelo que te pedimos, Senhor,
que nos concedas morrer por ti todos os dias,
e que teu nome seja anunciado
para que todos os povos da terra
voltem-se para ti, Senhor!
Faze, Senhor, que o mundo todo te conheça de verdade.
que nos concedas morrer por ti todos os dias,
e que teu nome seja anunciado
para que todos os povos da terra
voltem-se para ti, Senhor!
Faze, Senhor, que o mundo todo te conheça de verdade.
Amém.
Arcebispo Paulo Yazigi
Metropolita de Alepo-Siria
Metropolita de Alepo-Siria
Extraído do site ecclesia.com.br
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