3º Domingo de Mateus
(3º depois de Pentecostes - Modo 2)
O Evangelho deste Domingo convida-nos a refletir sobre duas realidades: a primeira, acentua a impossibilidade de se servir a dois senhores; a segunda realça a atitude do cristão diante das preocupações e trabalhos da vida. Concluímos que o Reino de Deus não admite divisões e que, a opção pelo Reino, exige uma suprema e desprendida liberdade interior diante de tudo o mais. É um convite ao desprendimento.
«Não podeis estar a serviço de Deus e do dinheiro» Mt 6, 24. Mamonan, no original grego e aramaico significa não somente o dinheiro, mas toda espécie de «bens». Em algumas traduções aparece como sendo o deus do dinheiro, da cobiça, da avareza. Qualquer que seja a exegese do termo não se foge daquilo que o Senhor nos chama a atenção: nossos bens temporais devem ser vistos e aceitos como tais, isto é, contingentes, efêmeros, transitórios, passageiros. O que de fato são perenes e duradouros são os tesouros que «nem a traça nem a ferrugem corroem.»
O fato de possuirmos valores monetários ou similares não é condenável. Torna-se prejudicial, porém, quando nos deixamos possuir por eles. O avarento, o cobiçoso não possui, mas é possuído por seus bens e desejos. O apego é colidente com a caridade, com a doação e com a entrega.
É necessário que nossa relação com os bens materiais não se tornem obstáculos à relação filial que temos com nosso Deus e que eles sejam apenas e somente meios para melhor promover a dignidade humana e, jamais, fim em si mesmos.
Nosso tesouro é Deus e embora carreguemos este tesouro em vasos de argila, como revela-nos o Apóstolo Paulo, é preciso que haja plena confiança n'Ele e em sua Providência. Esta confiança é uma condição para que resistamos aos apelos consumistas e ao apego material em geral de nosso tempo e de nossa sociedade. A base da confiança do homem está na certeza da fidelidade de Deus.
Encontramos na Palavra de Deus exemplos tão contundentes de homens que se entregaram à sua Providência: «As suas palavras não passam» (Is 40,8), «Suas promessas serão mantidas» (Tb 14,4). «Deus não mente nem volta atrás» (Nm 23,19). «Seu desígnio divino, desígnio de amor, se realizará infalivelmente» (SI 32,11; Is 25,1). «O homem pode, portanto, confiar.» «Deus vela sobre o mundo (Gn 8,22), dando o sol e a chuva a todos, bons e maus» (Mt 5,45).
A fisionomia de Deus na Escritura Sagrada é a de um Pai que vela sobre seus filhos e provê suas necessidades: «Dais a todos o alimento a seu tempo» (SI 144,15; 103,27), tanto aos animais como aos homens.
Mas a providência de Deus se manifestou, sobretudo, na Historia da Salvação com a encarnação de Nosso Senhor Jesus Cristo, sua Vida, Morte e Ressurreição. A Igreja, sinal visível da sua Presença e Providência, nos ensina a confiar e a esperar.
«Não temais»
São João Crisóstomo (345-407), da Homilia «A partida para o exílio»
Numerosas são as vagas e brame a tempestade, mas não tememos ser submersos: permanecemos firmes sobre a rocha. Mesmo que o mar se enfureça, não quebrará a rocha; mesmo que as vagas se levantem, não podem engolir a barca de Jesus. Dizei-me: que temeríamos nós? A morte? «Para mim, viver é Cristo e morrer, um lucro» (Fl 1, 21). O exílio? «Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe» (Sl 23, 1). A confiscação dos bens? «Nada trouxemos ao mundo e nada podemos levar dele» (1 Tm 6, 7). Não ligo ao que é temível neste mundo; rio-me dos seus bens. Não temo a pobreza, não desejo a riqueza. Não tenho medo da morte…
O Senhor é que me deu garantias. Fiar-me-ei nas minhas forças? Possuo o seu testamento: eis o meu ponto de apoio, a minha segurança, eis o meu porto tranquilo. Ainda que trema todo o universo, eu possuo este testamento e releio-o: é a minha fortaleza, a minha segurança. Qual o seu conteúdo? «Eis que Eu estou convosco todos os dias até ao fim do mundo» (Mt 28, 20).
Jesus Cristo está comigo, quem temerei? Assaltem-me as vagas e a cólera dos grandes: tudo isso não vale, sequer, o peso de uma teia de aranha.
Extraído do site: ecclesia.com.br
Vida dos Santos
Santa Febronia, Virgem e Mártir
Tipo de festa: Fixa
Santo (a) do dia: Santa Febronia, Virgem e Mártir
Biografia:
A Santa virgem e mártir Febronia é venerada pelas igrejas do Oriente, incluindo a de Etiópia, enquanto que, no Ocidente, é conhecida e venerada nas cidades de Trani, Apúlia e Patti, na Sicília, onde se diz que são conservadas algumas de suas relíquias. Ela sofreu o martírio em Nísibis, na Mesopotâmia, por volta do ano 304, durante a perseguição de Diocleciano. Quando Febronia contava apenas dois anos de idade, seus pais a deixaram aos cuidados de sua tia Briene, que dirigia um monastério em Nísibis. Ali ela cresceu, tornando-se uma bela jovem de alma tão cândida que ignorava por completo o mundo exterior, preocupando-se apenas em adornar-se com as virtudes que a tornassem digna da promessa celestial. A tia Briene cuidou com escrupuloso esmero de sua educação, preparando-a para as tentações que, necessariamente a assaltariam, não permitindo que a sobrinha comesse senão de três em três dias, e obrigando-a dormir sobre uma estreita prancha de madeira. Febronia era uma menina inteligente, e soube aproveitar muito bem os ensinamentos que lhe eram ministrados, a tal ponto que, com idade de dezoito anos, recebeu a tarefa de ler e explicar as Escrituras para as monjas todas as sextas-feiras.
As mais nobres e destacadas damas da cidade assistiam a estas leituras, mas a tia Briene tinha tomado a precaução de manter sob um véu o belo rosto de Febronia, para que as senhoras não a advertissem de sua extraordinária beleza e, ao mesmo tempo, para não perturbar a menina que, ao longo de sua vida, não tinha visto a ninguém, a não ser as outras monjas. A pacífica existência no convento foi brutalmente interrompida pela perseguição. Os cruéis editais de Diocleciano foram aplicados com especial ferocidade em Nisibis, pelo prefeito Seleno. Os clérigos, juntamente com o bispo, saíram rapidamente em fuga, e todos os religiosos seguiram o exemplo; permaneceram no claustro apenas Briene, sua sobrinha Febronia, que estava se recuperando de uma grave doença, e Tomáis. Quando os oficiais chegaram para fazer um registro no convento, não se preocuparam em prender as duas monjas mais idosas, mas apenas levaram Febronia. No dia seguinte, ela foi levada ao tribunal, diante do prefeito Seleno. O prefeito, por sua vez, encarregou a seu sobrinho Lisímaco a tarefa de interrogá-la. O jovem começou a fazê-lo com cortesia e até com certa condescendência, pois sua mãe era cristã e assim, não continha a sua simpatia pela prisioneira. Mas, Seleno interveio intempestivamente e, com certa malícia, prometeu a Febronia a sua liberdade e grande riqueza se, renunciando sua fé, consentisse em se casar com Lisímaco. A bela jovem respondeu simplesmente que não desejava riquezas, pois que já possuía um grande tesouro no céu; e que não estava à procura de um marido, já que desposava seu Imortal Prometido, que lhe dava como dote o Reino dos Céus. Furioso por tal resposta, Seleno ordenou que a jovem fosse despida, pendurada pelos braços sobre brasas e açoitada. Os soldados, executando a ordem, arrancando-lhe dezessete dentes e cortando os seus seios. Entre os indignados protestos da multidão que lotavam a sala, os torturadores foram ainda mais cruéis com sua vítima; fizeram-lhe em pedaços os seus membros e, finalmente, vendo que a santa ainda vivia, puseram fim à sua vida a golpes de machado. Pouco depois, Seleno recebeu a retribuição pela atrocidade de suas ações: um ataque súbito de loucura o levou a voltar-se contra si próprio e, arremessando-se de cabeça contra as colunas de mármore de seu palácio, morreu ao ter o próprio crânio destroçado pelos impactos. Por ordem de Lisímaco, os restos mortais de Febronia foram reunidos e levados a um digno e magnífico funeral. O espantoso martírio de Febronia fez com que um grande número de pagãos pedisse o batismo. Lisímaco foi um dos primeiros e mais tarde, no tempo do imperador Constantino, tomou o hábito monástico.
Trad.: Pe. André
Hino do dia
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Celebrações do dia
1. São Dionísio, proprietário do Mosteiro do Santo Precursor do Monte Athos
2. São Procópio que testemunhou em Esmirna
3. São Jorge, a fonte
4. Santos Orentios, Farnakios, Erotas, Firmos, Firminos, Kyriakos e Logginos
5. Comemoração da salvação de Constantinopla com as embaixadas dos Santos Teotokos
6. Santos Leonidas, Líbia e Eutropia são os Santos Mártires
7. São Simão
8. Saint Dometius
9. São Teodósio, a testemunha
10. São Metódio em Nivrito
11. Santos Pedro e Febronia são os milagres
12. São Mártir, o Bispo
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Leituras do dia
Matinas - Marcos 16, 9-20
Epístola – Romanos 5, 1-10
Evangelho – Mateus 6, 22-33
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Epístola – Romanos 5, 1-10
Evangelho – Mateus 6, 22-33
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Jejum
Peixe
Abster-se de carne, laticínios e ovos
Permitido Peixe, azeite e vinho
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Peixe
Abster-se de carne, laticínios e ovos
Permitido Peixe, azeite e vinho
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
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