Vista Externa da Paróquia

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Vista Interna da Paróquia - 29/06/2025

Vista Interna da Paróquia - 29/06/2025
Festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo

PROGRAMAÇÃO MENSAL

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N O V E M B R O / 2 0 2 5

Domingo, 23 de novembro de 2025.

 




9º Domingo de Lucas











«Parábola do Rico Insensato»




Aparábola de hoje nasce de uma cena cotidiana: a disputa por heranças (cf. Lc 12,13-15). Jesus recusa-se a ser árbitro do litígio e toca o nervo do problema:

“Acautelai-vos de toda cobiça, porque a vida de alguém não consiste na abundância de bens”.

Em seguida, conta de “um homem rico cujos campos produziram grande colheita” (12,16). O vocabulário revela o desvio: tudo é eu, meu, para mim — “que farei?… derrubarei meus celeiros… direi à minha alma: tens muitos bens… descansa, come, bebe, regala-te” (12,17-19). O erro não está em colher, planejar ou guardar, mas em confinar o horizonte ao próprio eu, reduzindo a vida à soma de prazeres e garantias. É então que ressoa a sentença:

“Insensato! Nesta mesma noite te pedirão a tua alma; e o que acumulaste, para quem será?”

(12,20). A morte, aqui, não é ameaça moralista; é verdade do tempo que relativiza a possessão e denuncia a ilusão de controle. O veredito final define a parábola inteira:

“Assim acontece com quem ajunta para si mesmo e não é rico para com Deus” (12,21).

A tradição patrística lê esta página como uma catequese sobre a verdade dos bens. São Basílio Magno é lapidar:

“Os celeiros do rico são as bocas dos pobres” e “o pão que guardas pertence ao faminto; a roupa que apodrece no armário é do nu; o dinheiro enterrado é do necessitado” (Homilia aos Ricos; Homilias sobre a Caridade).

Em Basílio, não há ódio à propriedade, mas a lembrança de que toda posse é encargo e que a providência divina passa pelas nossas mãos. São João Crisóstomo insiste:

“Não digas: ‘despendo o que é meu’; é do Senhor o que possuis” (Hom. in 1Tm 12; Hom. sobre Lázaro e o Rico).

O rico da parábola não é julgado por ter campos, mas por não reconhecer Deus nem o próximo em seus planos: falou longamente consigo mesmo, não dialogou com a vontade do Altíssimo, não enxergou os pobres ao redor. Santo Agostinho observa que ele “conversa com a própria alma como se fosse sua provedora”, quando a alma “vive de Deus”, não de celeiros (cf. Serm. 36).

Lucas ajuda-nos ainda com dois pormenores. Primeiro: o rico fala à alma (psyché) como se pudesse nutri-la com grãos. Confunde vida eterna com conforto. Segundo: Deus diz “te pedirão a tua alma” (12,20). O plural sugere que a alma não é propriedade privada: é dom confiado e será requerido (os anjos? a justiça? o Senhor?). Aqui se entende o contraste com a bem-aventurança dos pobres (Lc 6,20) e com a exortação imediata de Jesus:

“Buscai antes o Reino” (12,31) e “vendedes o que possuis e dai esmola… fazei bolsas que não se gastam” (12,33-34).

O antídoto evangélico contra a ansiedade possessiva não é desprezo das coisas, mas conversão do uso: o bem torna-se comunhão.

Teologicamente, a parábola refaz a hierarquia dos tesouros: “Não acumuleis tesouros na terra… mas no céu” (Mt 6,19-21).

Paulo traduz: “Temos este tesouro em vasos de barro” (2Cor 4,7): Deus mesmo é o nosso bem, e nós, frágeis, o portamos. O rico insensato investiu tudo no vaso; esqueceu o Tesouro. Por isso, a tradição chama “prudência” aquilo que o mundo chama “perda”: esmola, hospitalidade, partilha — “Quem se compadece do pobre, empresta ao Senhor” (Pr 19,17). Máximo, o Confessor dá o passo ascético: “Quem ama o irmão não acumula; reparte, e assim quebra a paixão da avareza” (Cent. car. I,1; I,26).

O Evangelho pede discernimento concreto.

Primeiro: examinar a fala interior. Nossos projetos soam como o monólogo do rico — “meu, para mim, descansarei” — ou abrem espaço para a vontade de Deus e as necessidades do próximo? Um bom exame de consciência na Confissão passa por aqui.

Segundo: converter celeiros em mesas. É tempo de transformar excedentes em esmola inteligente: apoiar discretamente famílias endividadas, financiar estudos, sustentar a obra paroquial e o fundo dos pobres, visitar quem passa fome. Basílio diria: celeiros crescem quando as mesas se alargam.

Terceiro: praticar o sabbath das posses. Estabelecer um ritmo de simplicidade (um dia, por semana ou por mês, sem compras supérfluas), criar um fundo de caridade familiar, rever contratos que oprimem empregados, adotar transparência e justiça salarial.

Quarto: lembrar a morte como luz (não como pavor). A memória cristã da morte liberta do fetichismo da segurança e devolve intensidade ao amor: “para quem será?” (12,20) torna-se oração para decidir a quem entregar em vida.

Nada disso é moralismo. O caminho é eucarístico: damos porque recebemos; partilhamos porque fomos partilhados no Corpo do Senhor. A comunidade aprende a “ser rica para com Deus” quando, diante do Altar, reconhece que tudo vem d’Ele e volta a Ele: doxologia → partilha → paz.

A Theotokos, humilde serva, recorda-nos que a verdadeira riqueza é Deus presente, e os santos — Basílio, Crisóstomo e tantos — mostram que a Providência passa pelas mãos abertas dos fiéis. Que este domingo nos converta o coração e nos ensine a dizer, com o salmista: “O Senhor é a minha herança” (Sl 15(16),5); e com o Evangelho: “rico para com Deus” (Lc 12,21) é quem transforma celeiros em comunhão.
Referências e Ecos patrísticos:

Basílio Magno, Homilia aos Ricos; Homilias sobre a Caridade (“Os celeiros do rico são as bocas dos pobres”).
João Crisóstomo, Hom. sobre Lázaro e o Rico; Hom. in 1Tim 12 (bens como depósito de Deus).
Agostinho, Serm. 36 (o diálogo com a própria alma). — Máximo, o Confessor, Centúrias sobre a Caridade I.
Passagens bíblicas correlatas: Lc 12,13-34; Mt 6,19-21; Pr 19,17; 2Cor 4,7; 1Tm 6,17-19.

Deparamo-nos, neste domingo, com um relato familiar. Não é raro ouvirmos de pessoas comentários semelhantes aos que foram proferidos pelo personagem da Parábola que Jesus usou para mais uma vez transmitir seus ensinamentos. A riqueza não é seguro de vida e muito menos demonstra se estamos cumprindo a vontade de Deus ou não. Para os cristãos nem sempre a riqueza é sinal de benção divina; é, muitas vezes, causa de perdição.

Jesus inicia sua parábola contando que certo homem teria uma ótima colheita, mas que não teria celeiros suficientes para armazená-la, já que os que possuía já estavam abarrotados. Pensou então em construir celeiros maiores e estocar suas riquezas para depois desfrutá-la, comendo e bebendo. Seu erro está focado em um horizonte terreno. A ele o que importa é o ter; é o comer e o beber; é sugar da vida todos os prazeres que lhe são oferecidos. Trabalhou durante anos, acumulando bastante para depois desfrutar. Diante desta maneira de pensar a vida, o próprio Deus responde: "Insensato"! Não somos donos da vida. A nós não coube estabelecer seu inicio e nem cabe a nós estabelecer seu fim. A morte faz parte da vida; ela é inerente à realidade; nem dela pode fugir ou adiar seu curso. A morte revela o quanto a vida tem uma dimensão finita, mensurável pelo tempo e limitada pelo espaço.

O cristão deve olhar a vida como dom de Deus e não como propriedade sua. Se é dom de Deus, a Ele devemos prestar contas. A nossa preocupação não deveria ser como o do rico da parábola: acumular tesouros para o mundo. Esses tesouros são bens temporais e devem ser vistos e aceitos como tais, isto é, contingentes, efêmeros, transitórios, passageiros. O que de fato são perenes e duradouros são os tesouros que "nem a traça nem a ferrugem corroem".

O fato de possuirmos "bens materiais" não é condenável. Torna-se prejudicial, porém, quando nos deixamos possuir por eles. O avarento, o cobiçoso não possui, mas é possuído por seus bens e desejos. O apego é colidente com a caridade, com a doação e com a entrega.

É necessário que nossa relação com os bens deste mundo não se tornem obstáculos à relação filial que temos com nosso Deus e que eles sejam apenas e somente meios para melhor promover a dignidade humana e, jamais, fim em si mesmos.

Nosso tesouro é Deus e, embora carreguemos este tesouro em vasos de argila, como revela-nos o Apóstolo Paulo, é preciso que haja plena confiança n'Ele e em sua Providência. Esta confiança é uma condição para que resistamos aos apelos consumistas e ao apego material em geral de nosso tempo e de nossa sociedade. A base da confiança do homem está na certeza da fidelidade de Deus.

Facilmente os homens denominam de "ricos" os que possuem bens, os que têm posses e por terem tanto são tratados de maneira singular, especial, muitas vezes em detrimento dos demais. Para Deus rico é aquele que, com o que é seu, ajuda aos que pouco ou nada têm. "Quem se compadece do próximo, empresta a Deus" (Pr 19,17).

Ricos ou pobres, afortunados ou não, todos nós nos depararemos com a realidade da morte. Não levaremos nada de material. Oxalá, não sejamos nós a ouvir que fomos "insensatos", quando deveríamos ser prudentes ao acumularmos tesouros que aprouve ao Criador nos confiar.


D. Irineo​
Bispo de Tropaion


Extraído do site: ecclesia.com.br





Vida dos Santos




Santos Anfilóquio, bispo de Icônio e Gregório Akragantinos







Data de celebração: 23/11/2025

Tipo de festa: Fixa

Santo (a) do dia: Santos Anfilóquio, bispo de Icônio e Gregório Akragantinos († 395)

Biografia: 

Anfilóquio foi amigo íntimo de São Gregório de Nazianzeno, seu primo, e de São Basílio, ainda que fosse mais jovem que ambos. As cartas que estes dois santos enviaram a Anfilóquio constituem a principal fonte de informação. Anfilóquio nasceu na Capadócia. Em sua juventude, foi retórico em Constantinopla onde, ao que parece, passou por dificuldades econômicas. Sendo ainda jovem, retirou-se para um lugar solitário nas proximidades de Nazianzo, juntamente com seu pai que já contava idade bastante avançada. São Gregório dava ao seu amigo um pouco de grãos em troca de alguns legumes que Anfilóquio e seu pai colhiam em sua horta. Numa de suas cartas, queixa-se de sempre sair perdendo no negócio. No ano 374, quando estava com 35 anos de idadeAnfilóquio foi eleito bispo de Icônio, aceitando este cargo muito a contragosto. O pai de Anfilóquio queixou-se a Gregório de que, assim, haviam lhe privado da companhia de seu filho. Em sua resposta, São Gregório afirmou que não havia participado desta nomeação e que ele também sofria, vendo-se privado da companhia do amigo. São Basílio, que muito provavelmente tenha sido o principal responsável por esta eleição, escreveu a Anfilóquio uma carta de felicitações. Nela, exorta ao amigo a nunca se deixar seduzir pelo mal, ainda que lhe pareça estar na moda ou que existam outros precedentes, já que foi chamado a guiar seu rebanho, e não a deixar-se guiar por ele. Imediatamente após sua consagração, Santo Anfílóquio foi visitar São Basílio em Cesaréia.

Lá pregou ao povo, e suas homilias foram apreciados, ainda mais que de todos os estrangeiros que haviam pregado naquela cidade. Santo Anfilóquio consultava com freqüência a São Basílio acerca de diversos aspectos da doutrina e disciplina, e graças ao pedido de São Basílio, escreveu o Tratado sobre o Espírito Santo. Foi ainda Santo Anfilóquio quem pregou o panegírico de São Basílio em seus funerais. Mais tarde, reuniu em Icônio um concílio contra os hereges macedonianos que negavam a divindade do Espírito Santo. No ano 381, participou do Concílio Ecumênico de Constantinopla contra os mesmos hereges. Nesta ocasião conheceu São Jerônimo a quem leu seu próprio Tratado sobre o Espírito Santo. Anfilóquio pediu ao imperador Teodósio I que proibisse as reuniões de arianos, mas o imperador se negou por julgar demasiado rigorosa esta medida. Mais tarde o santo se dirigiu ao palácio, quando Arcádio, seu filho, já havia sido proclamado imperador e o encontrou junto ao seu pai. Santo Anfilóquio saudou Teodósio, ignorando a presença de seu filho Arcádio. Quando Teodósio o fez notar, Anfilóquio acariciou as bochechas de Arcádio deixando Teodósio furioso com esse seu gesto. Então, Anfilóquio lhe disse: “Vejo como não suportas que teu filho seja tratado com leviandade. Como podes, pois, permitir que desonrem ao Filho de Deus?” Impressionado com essas palavras, o imperador proibiu logo depois aos arianos de realizarem suas reuniões, pública ou privadamente. Santo Anfilóquio também combateu zelozamente a heresia nascente dos messalianos, maniqueus e “iluminados” que punham a essência da religião exclusivamente na oração. Em Sida da Panfilia, Santo Anfilóquio presidiu um sínodo contra estes tais hereges. São Gregório Nazianzeno chamava Santo Anfilóquio de “bispo irrepreensível”, anjo e arauto da verdade. O pai de nosso santo afirmava que ele curava os enfermos através de suas orações.

Trad.: Pe. André


Extraído do site: ecclesia.com.br



Hino do dia



Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)



Celebrações do dia



1. Santos Filemon, o Apóstolo, Arquipo, Onésimo e Apófia

2. Santos Cilícia, Valeriana e Tibourius

3. St. Abbas

4. São Tiago (Tsalikis), Teoforos, pastor do Santo Mosteiro de São Davi de Eubéia

5. São Máximo, o Capitular

6. Santos Marcos, Estevão e Marcos

7. São Procópio, o Palestino

8. São Menino, o cavaleiro

9. São Calisto II, Patriarca de Constantinopla

10. Santos Cristóvão e Eufêmia

11. Santos Thalassios e Anthimos

12. Saint Thaddeus

13. São Agapios, o Romano

14. Saint Agapios

15. São Sísio, o Hieromártir

16. São Clemente, o Bispo Maravilhoso de Ohrid, Bulgária

17. Fundador alemão do Santo Mosteiro dos Fósseis Gêmeos

Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)



Leituras do dia


Matinas - Marcos 16, 1-8

Epístola - Efésios 2, 14-22

Evangelho - Lucas 12, 16-21


Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)




Jejum



Peixe

Abster-se de carne, laticínios e ovos

Permitido Peixe, azeite e vinho

Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)


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