4º Domingo de Mateus
(4º depois de Pentecostes - Modo 3).
«A Cura do Servo do Centurião»
Centurião era um oficial do exército romano que comandava uma legião de cem soldados, formando com ele uma pequena base militar em locais estratégicos para assegurar a ordem e bom andamento do Império. Vale notar que todos os centuriões mencionados nos Evangelhos e no Livro dos Atos dos Apóstolos eram pessoas de boa índole, que se comoviam diante das necessidades e dos flagelos. Por exemplo: o Centurião que comandava os soldados que crucificaram Jesus reconheceu e confessou que Ele era o Filho de Deus (Mt 27,57) e inocente das acusações que lhe eram atribuídas. (Lc 23, 47).
O Evangelho desta semana nos mostra justamente este lado humano daqueles que a princípio eram vistos como frios soldados a serviço de um império que massacrava. Mateus e Lucas narram este episódio.
A cura do criado do Centurião romano que pede a Jesus por ele, verifica que podemos e devemos rezar por nossos irmãos e não somente por nossas próprias necessidades. São Teófilo de Antioquia um dos primeiros célebres da Patrística (II século), enaltece o coração daqueles que sentem que o seu próximo está necessitado de ajuda espiritual.
Segundo o relato admirável de Lucas, um Centurião romano tinha enfermo de morte um criado a quem estimava muito. Ao ouvir falar de Jesus, enviou-lhe servos, pedindo-lhe que fosse curar o seu criado. Os enviados foram até o Senhor. Quando este já estava se aproximando da casa, envia uma segunda delegação por meio de uns amigos:
«Senhor, não precisas incomodar-te, porque eu não sou digno de que entres em minha casa; por isso também não me julguei digno de ir ter contigo; mas dize uma só palavra e o meu criado será salvo».
Se vale de um argumento de acordo com sua psicologia militar:
[…] pois até eu que sou um subalterno tenho soldados à minha disposição e digo a um: vá, e ele vai; e a outro: venha, e ele vem; e, ao meu empregado: faça isso, e ele faz».
Ao ouvir isto, Jesus se admirou dele e, voltando-se para a gente que o seguia, disse: «nem em Israel encontrei tanta fé». Ao voltar para casa os enviados encontraram o criado são. Embora nenhum dos dois interlocutores do colóquio à distância, – Jesus e o Centurião – se conhecesse um ao outro, há, não obstante, um diálogo muito próximo, porque a fé do suplicante e a palavra eficaz de Jesus encurtam o espaço físico. O Centurião romano admira a pessoa e o poder sobrenatural de Jesus, e o Senhor por sua vez faz elogios à sua fé. Grande maturidade humana em ambas as personalidades, pois uma das qualidades que engrandecem uma pessoa é sua capacidade de reconhecer os gestos nobres dos outros, demonstrando assim sensibilidade para apreciar os valores.
O Evangelista São Mateus relata que o próprio Centurião foi ao encontro do Senhor. Embora haja diferenças na narrativa, os escritores sagrados concordam em ressaltar a fé do Centurião que fez o Senhor proferir palavras de admiração. Sem duvidas um grande elogio, mas também uma triste constatação. E um alerta para todos nós!
Para o Centurião não era necessário que o Senhor fosse à sua casa, bastava uma palavra sua. Nós muitas vezes não confiamos desta maneira exemplar na Providencia. Somos mais exigentes e tal exigência revela nossa “pouca fé”. É preciso ser humildes para pedir e grandes no confiar.
O centurião de Cafarnaúm é modelo de ambas as virtudes. Todos os grandes cristãos da história foram profundamente humildes diante de Deus e dos homens, embora fossem grandes personalidades, grandes sábios ou grandes santos. De fato, são duas virtudes que vão unidas. Aquele que crê em Deus santo e misericordioso, quando se vê a si mesmo pecador e mesquinho, não pode exclamar senão com sinceridade: “Senhor, eu não sou digno!” Assim rezava também o Publicano da parábola: “Tem compaixão de mim”. Ele mereceu o favor de Deus, pois seu amor e salvação são sempre gratuitos e não se devem a nossos méritos. O fato de pedir pelo outro mostra a grandeza do coração humilde.
Na Divina Liturgia de São João Crisóstomo os momentos de súplicas são recorrentes, pontuando seu desenvolvimento, do início ao final. Uns em favor dos outros, desde aqueles que ocupam cargos mais elevados aos mais humildes dos servos, não excetuando as almas dos falecidos para quem sempre devemos pedir o descanso eterno.
Elevemos, então nossos corações aos Céus e, com humildade, não nos cansemos de repetir com os mais piedosos e santos monges de todos os tempos:
Kyrie eleison! Kyrie eleison! Kyrie eleison!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BÍBLIA – Bíblia de Jerusalém (Nona Edição Revista e Ampliada). São Paulo: Paulus, 2013.
«A Cura do Servo do Centurião»
Centurião era um oficial do exército romano que comandava uma legião de cem soldados, formando com ele uma pequena base militar em locais estratégicos para assegurar a ordem e bom andamento do Império. Vale notar que todos os centuriões mencionados nos Evangelhos e no Livro dos Atos dos Apóstolos eram pessoas de boa índole, que se comoviam diante das necessidades e dos flagelos. Por exemplo: o Centurião que comandava os soldados que crucificaram Jesus reconheceu e confessou que Ele era o Filho de Deus (Mt 27,57) e inocente das acusações que lhe eram atribuídas. (Lc 23, 47).
O Evangelho desta semana nos mostra justamente este lado humano daqueles que a princípio eram vistos como frios soldados a serviço de um império que massacrava. Mateus e Lucas narram este episódio.
A cura do criado do Centurião romano que pede a Jesus por ele, verifica que podemos e devemos rezar por nossos irmãos e não somente por nossas próprias necessidades. São Teófilo de Antioquia um dos primeiros célebres da Patrística (II século), enaltece o coração daqueles que sentem que o seu próximo está necessitado de ajuda espiritual.
Segundo o relato admirável de Lucas, um Centurião romano tinha enfermo de morte um criado a quem estimava muito. Ao ouvir falar de Jesus, enviou-lhe servos, pedindo-lhe que fosse curar o seu criado. Os enviados foram até o Senhor. Quando este já estava se aproximando da casa, envia uma segunda delegação por meio de uns amigos:
«Senhor, não precisas incomodar-te, porque eu não sou digno de que entres em minha casa; por isso também não me julguei digno de ir ter contigo; mas dize uma só palavra e o meu criado será salvo».
Se vale de um argumento de acordo com sua psicologia militar:
[…] pois até eu que sou um subalterno tenho soldados à minha disposição e digo a um: vá, e ele vai; e a outro: venha, e ele vem; e, ao meu empregado: faça isso, e ele faz».
Ao ouvir isto, Jesus se admirou dele e, voltando-se para a gente que o seguia, disse: «nem em Israel encontrei tanta fé». Ao voltar para casa os enviados encontraram o criado são. Embora nenhum dos dois interlocutores do colóquio à distância, – Jesus e o Centurião – se conhecesse um ao outro, há, não obstante, um diálogo muito próximo, porque a fé do suplicante e a palavra eficaz de Jesus encurtam o espaço físico. O Centurião romano admira a pessoa e o poder sobrenatural de Jesus, e o Senhor por sua vez faz elogios à sua fé. Grande maturidade humana em ambas as personalidades, pois uma das qualidades que engrandecem uma pessoa é sua capacidade de reconhecer os gestos nobres dos outros, demonstrando assim sensibilidade para apreciar os valores.
O Evangelista São Mateus relata que o próprio Centurião foi ao encontro do Senhor. Embora haja diferenças na narrativa, os escritores sagrados concordam em ressaltar a fé do Centurião que fez o Senhor proferir palavras de admiração. Sem duvidas um grande elogio, mas também uma triste constatação. E um alerta para todos nós!
Para o Centurião não era necessário que o Senhor fosse à sua casa, bastava uma palavra sua. Nós muitas vezes não confiamos desta maneira exemplar na Providencia. Somos mais exigentes e tal exigência revela nossa “pouca fé”. É preciso ser humildes para pedir e grandes no confiar.
O centurião de Cafarnaúm é modelo de ambas as virtudes. Todos os grandes cristãos da história foram profundamente humildes diante de Deus e dos homens, embora fossem grandes personalidades, grandes sábios ou grandes santos. De fato, são duas virtudes que vão unidas. Aquele que crê em Deus santo e misericordioso, quando se vê a si mesmo pecador e mesquinho, não pode exclamar senão com sinceridade: “Senhor, eu não sou digno!” Assim rezava também o Publicano da parábola: “Tem compaixão de mim”. Ele mereceu o favor de Deus, pois seu amor e salvação são sempre gratuitos e não se devem a nossos méritos. O fato de pedir pelo outro mostra a grandeza do coração humilde.
Na Divina Liturgia de São João Crisóstomo os momentos de súplicas são recorrentes, pontuando seu desenvolvimento, do início ao final. Uns em favor dos outros, desde aqueles que ocupam cargos mais elevados aos mais humildes dos servos, não excetuando as almas dos falecidos para quem sempre devemos pedir o descanso eterno.
Elevemos, então nossos corações aos Céus e, com humildade, não nos cansemos de repetir com os mais piedosos e santos monges de todos os tempos:
Kyrie eleison! Kyrie eleison! Kyrie eleison!
Pe. Pavlos
Extraído do site: ecclesia.com.br
Deposição do manto precioso de Theotokos em Blachernae
Vida dos Santos
Data de celebração: 02/07/2023
Tipo de festa: Fixa
Festa do dia: Traslado da preciosa veste da Ss. Theotokos em Vlajerna
Biografia:
Hino do dia
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Celebrações do dia
2. Deposição do Santo Estoniano da Virgem Maria
3. São Lambros, o novo mártir de Samotrácia
4. São Juvenal, Patriarca de Jerusalém
5. Confessor de Saint Kointos e Milagreiro
6. Santos Anthimos, o Velho, Paulo, Vilon, Theon, Herói e outros trinta e seis egípcios
7. São Eftychianos a testemunha
8. Saint Photios, Metropolitano de Moscou
9. São João Maximovich
10. Santo Estêvão, o Grande, um voivode da Moldávia
11. Reunião de Panagia ton Vlachernon em Istambul
12. Encontro de Panagia Vlacherna em Arta
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Leituras do dia
Matinas - Lucas 24, 1-12
Epístola - Hebreus 9, 1-7
Evangelho - Mateus 8, 5-13
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Evangelho - Mateus 8, 5-13
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Jejum
Livre
Permitido todos os alimentos.
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
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