5º Domingo de Lucas
«O mau rico e o pobre Lázaro»
A pobreza e a riqueza são tão antigas como as
primeiras organizações sociais surgidas. As interpretações e soluções dadas a
elas são várias: há os que associam a pobreza e a riqueza à sorte ou ao acaso.
Há os que veem na pobreza um sinal de incapacidade e desordem social e moral;
e, na riqueza, um sinal de premiação, inteligência, capacidade e virtude. Para
outros é justamente o contrário, defendendo a tese de que não há um homem
honesto rico pois, para enriquecer-se, será preciso ser inescrupuloso, onde se
dará a exploração de um pelo outro. O pobre neste caso sempre será a vítima.
Na Bíblia também encontramos diferentes
interpretações para a pobreza e a riqueza. O Antigo Testamento vê na pobreza um
sinal de maldição, escândalo e consequências de pecados. O rico é sinal visível
da bênção divina e a característica dos amigos de Deus.
No Novo Testamento o próprio Senhor se faz
pobre com os pobres e amaldiçoa os opulentos: «Ai de vós ricos…» Mt 5. Jesus vê
na riqueza o perigo da autossuficiência e do afastamento de Deus e a
insensibilidade perante as carências.
O pobre é o primeiro destinatário da Boa Nova.
A pobreza não é mais sinal de desgraça ou escândalo, mas é bem-aventurança.
A descrição que o Senhor nos faz nesta
parábola usa estes fortes contrastes: a grande abundância para um e a extrema
necessidade para o outro. Dos bens, em si mesmos, nada se diz. O Senhor apenas
sublinha o mal uso que dele se faz: roupas luxuosas e banquetes diários.
Ao mendigo Lázaro nem se quer chegam as
sobras. O Evangelho contrapõe a vida do rico banqueteador com a do pobre
Lázaro. À primeira vista, parece não ter o primeiro outro pecado que o
excessivo apego ao luxo e a boa mesa. Olhando atentamente, porém, observaremos
um desinteresse absoluto para com Deus e para com o próximo. Vive para si como
se Deus e os outros não existissem. Todas as suas preocupações limitavam-se a
se banquetear esplendidamente cada dia, totalmente esquecido dos necessitados.
Ele esqueceu-se de uma grande verdade que o Senhor nos lembra: nós não somos
donos dos bens materiais que dispomos, apenas seus administradores.
Parece que os bens do rico não tinham sido
adquiridos de forma ilícita e, tampouco, a pobreza do Lázaro era culpa sua. Não
se opunha a Deus nem explorava os pobres.
Contudo, estava cego ante as necessidades do
outro. Poderia ser mais feliz não buscando satisfações efêmeras de alguns
poucos elogios sobre as belas festas que dava aos seus convivas, mas repartindo
com os mais necessitados. Seu erro foi administrar os bens de Deus de forma
egoísta e, por isso, equivocada. Não soube compartilhar. Não foi sua riqueza
que o impediu de entrar no Reino dos Céus, mas o seu egoísmo; da mesma forma,
Lazaro entrou no Céu não por ser pobre, mas porque foi humilde e resignado.
A pobreza não é garantia de santidade, nem a
riqueza é sinal de perdição. O egoísmo, que muitas vezes se concretiza na ânsia
de usufruir sem medidas dos bens materiais, pode levar a tratar as pessoas como
coisas, coisas sem valor.
Todos temos ao nosso redor alguém necessitado,
senão de bens materiais, necessitados de afeto, calor humano, de uma palavra
amiga, de generosidade, de cordialidade e de confiança. Do uso que façamos dos
bens que Deus depositou em nossas mãos depende a vida eterna. Por isso o Senhor
nos diz que é melhor dar do que receber.
Ganhamos mais dando do que recebendo: ganhamos
a eternidade. Sendo generosos, descobriremos nos outros os filhos de Deus que
necessitam de nosso apoio, de nossa companhia e solidariedade. A caridade é
sempre realização do Reino dos Céus, e é a única bagagem que podemos levar.
Os filhos de Deus têm coração generoso e bom
pois nosso Pai é generoso e bom!
Quem creu em Deus durante sua vida e n’Ele confiou, em Deus terá sua
eterna herança. Mas quem somente se entregou aos prazeres da carne,
comportando-se como se Deus não existisse, desprezando o Senhor na pessoa do
irmão, permanecerá eternamente separado d’Ele.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
• CARVAJAL, Francisco F. «Falar com Deus». São Paulo, Ed. Quadrante,
1991.
Extraído do site: ecclesia.com.br
Vida dos Santos
Data de celebração: 05/11/2022
Tipo de festa: Fixa
Santo (a) do dia: Santos Galacião e sua esposa Episteme, mártires (início do séc. IV)
Biografia:
Extraído do site: ecclesia.com.br
Hino do dia
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Celebrações do dia
1. Santos do Leite e da Ciência
2. Santos Hermas, Patrovas, Linos, Gaius e Philologist, Apóstolos dos Setenta
3. Santos Domninos e seus associados
4. Santos Timóteo, Teófilos, Teótimos
5. São Doroteos, o Velho
6. Saints Efpsychios e Karterios
7. São Silvano
8. São Panfilos
9. São Gregório, o Confessor do Papa de Alexandria
10. Santos Castor e Agathangelos
11. Santos Domécio e Paulo Bispo
12. São João o Arcebispo Milagroso de Novogordia
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Leituras do dia
Evangelho - Lucas 16, 19-31
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
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