6º Domingo de Lucas
Este episódio é também narrado por Mateus (8, 28-34) e por Marcos (5, 1-20). Os três evangelistas dão maior ênfase a duas situações distintas: a) o encontro de Jesus com um homem atormentado por uma fúria de violência e de morte; b) o gesto libertador que o reintegra na dignidade humana. Inserem este episódio no ciclo dos milagres com a intenção de demonstrar o poder extraordinário de Jesus, que se revela numa região pagã, em favor de um homem dominado pelo espírito impuro.
Este tema é proposto de maneira expressiva na descrição do endemoniado, o homem que habita no meio dos túmulos, isto é, numa zona impura, estranha ao mundo social, sujeito à fúria e à violência descontrolada. Estes dois traços caracterizam a força demoníaca como poder de morte e de destruição desagregadora da dignidade e liberdade humana.
Também o encontro do endemoniado com Jesus e a cena dos porcos entram nesta perspectiva. A tentativa do demônio de se subtrair ao poder de Jesus proclamando sua identidade secreta, conjurando-o a não expulsá-lo daquela região, entra no esquema literário do exorcismo.
Também a pergunta sobre a identidade daquele que se apossava, feita por Jesus, está em sintonia com este tema. Os diversos elementos que são utilizados pelo evangelista para dar relevo ao poder de Jesus, diante do espírito, que se declara legião, isto é, força organizada para a completa destruição, contrasta com a força da simples palavra imperativa de Jesus.
O episódio dos porcos talvez tenha sido construído sobre uma lembrança conservada pela população da margem oriental do lago. Não é só um típico elemento de exorcismo, onde o espírito maligno deixa de maneira espetacular a sua vítima, mas na atual narração corresponde à finalidade geral do evangelista: a força de destruição e morte, que caracteriza o espírito é rechaçada no seu ambiente pela Palavra.
A reação da gente do lugar diante do acidente dos porcos entra na lógica dos fatos: Jesus é um estrangeiro perigoso e imprevisível. A rejeição de Jesus por parte da população que habita a margem oriental do lago serve ao evangelista para estabelecer um contraste: de um lado, Jesus que domina e expulsa a força do espírito do mal, do outro, os homens que, para defender seus interesses, expulsam Jesus de sua região.
O homem reintegrado na sua dignidade e liberdade humana vale menos que a proteção dos interesses econômicos. Em outras palavras, o poder demoníaco tem sua raiz mais perigosa e secreta, sua zona privilegiada de manifestação, no âmbito da liberdade humana que está disposta, para a defesa de seu privilégio e poder, a negociar sobre a dignidade e integridade do outro homem. Mas naquele ambiente pagão, escravo do medo, Jesus deixa um sinal vivente, uma testemunha do poder libertador de Deus. Ele é o primeiro enviado da missão aos pagãos.
FONTE:
CARVAJAL, Francisco F. «Falar com Deus». São Paulo, Ed. Quadrante, 1991.
Extraído do site: ecclesia.com.br
Vida dos Santos
Santo Artêmio
Data de celebração: 20/10/2024
Tipo de festa: Fixa
Santo (a) do dia: Santo Artêmio, Megalomártir
Biografia:
Artêmio era um distinto político bizantino e fiel cristão. Constantino, o Grande, reconhecendo seus talentos morais e políticos, o nomeou duque de Alexandria. Quando Artêmio soube que Juliano torturava os cristãos em Antioquia, lembrou-se do salmo de David: «Livra-me dos crimes de sangue, ó Deus, Deus da minha salvação, e a minha língua louvará altamente a tua justiça». (Salmo 50,14). Assim foi que Artêmio, com a força que Deus lhe concedeu, foi para Antioquia e, ao chegar, pode comprovar pessoalmente as perseguições ilegais aos cristãos, censurando a atitude de Juliano. Este, não esperando por uma reação como esta de um alto dignatário, ordena então que seja aprisionado e açoitado, o que o fazem com toda a crueldade. Depois disso, Artêmio foi apedrejado, o que lhe resultou na fratura de vários ossos. Finalmente, decapitado, entregou seu espírito a Deus. As relíquias de Santo Artêmio foram guardadas por uma piedosa senhora de nome Aristi que, mais tarde, as transferiu para a Igreja do Santo Profeta e Precursor João Batista, em Constantinopla.
Trad.: Pe. André
Extraído do site: ecclesia.com.br
Hino do dia
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Celebrações do dia
1. São Artemios o Grande Mártir
2. Santa Matrona, a Chiopolitida, a milagrosa
3. Recuperação das Sagradas Relíquias de São Gerasimos, o Novo Asceta, do Peloponeso
4. Santos Evoris e Enoi
5. Santos Zevinas, Germanos, Nikiforos e Antoninos
6. Agia Manathos, a virgem
7. São Basílio, bispo de Trabzon
8. Recuperação de Sagradas Relíquias de São Gregório Kallidis
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
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