14° Domingo de Lucas
«A Cura do Cego de Jericó»
Para chegar a Jerusalém, Jesus teve que atravessar o Rio Jordão e passar pela cidade das palmeiras, conhecida como Jericó. Dois grandes acontecimentos marcaram a presença de Jesus na cidade de Jericó: a cura de um cego e seu encontro com Zaqueu. Ambos o encontraram e viram-no como o Messias. Antes mesmo de enxergar, o cego reconheceu Aquele que já os profetas do Antigo Testamento anunciavam: «Ele mesmo virá até nós e nos salvará. Então se abrirão os olhos dos cegos, os ouvidos dos surdos serão desobstruídos e coxo saltará como um cervo e a língua do mudo dará gritos de alegria» (Is 35). Zaqueu, por sua vez, ao vê-lo de longe, não se conteve e subiu num sicômoro, para ter dele uma visão melhor.
O Evangelista Marcos nomeia este cego que também era mendigo, de Bartimeu- filho de Timeu (Mc 10, 46), Lucas prefere codinominá-lo de «o cego de Jerico». Não importa o nome ou a situação vivida por ele, e sim, que aquele a quem faltava-lhe a visão corporal, teve olhos suficientes para enxergar Deus diante de si. Ele reconheceu o Messias e revelou a sua identidade: era o Filho de Davi. Aquele que era tão aguardado pelo povo escolhido e profetizado por Jeremias: «Eis que outros dias virão; e nesses dias e nesses tempos farei nascer de Davi um rebento justo que exercerá o direito e a equidade na terra. Não faltará jamais a Davi um sucessor que ocupará o trono da casa de Israel» (Jr 33,14-17). Ele via o que os outros (a multidão) não conseguia ver. Além de reconhecê-Lo como o Filho de Davi, chamou Jesus de «Senhor». Antecipou em sua vida o que escreveu São Paulo à Comunidade de Filipos: «Por isso Deus o exaltou soberanamente e lhe outorgou o Nome que está acima de todos os nomes, para que ao Nome de Jesus se dobre todo o joelho no céu e na terra e nos infernos. E toda língua proclame que Jesus é o ‘Senhor’» (Fl 2, 10-12).
Seus gritos, chamando por Jesus, eram incômodos aos outros, porém reveladores. Seus gritos eram uma confissão messiânica: Jesus é um descendente legitimo de Davi. O povo o repreendia, não somente porque gritava mas, sobretudo, pelo quê gritava. Mas o som de sua súplica chegou até os ouvidos de Jesus e não passaram despercebidos. Jesus o curou, após ele mesmo pedir: «Senhor, que eu recupere a visão». Ele então revela: tua fé te salvou.
Após a cura, narra o Evangelista que ele louvou a Deus e seguiu Jesus.
Este é o itinerário que também nós, os cristãos batizados, precisamos fazer, o caminho que temos de trilhar: Reconhecer Jesus como nosso Salvador e Deus que atua no mundo também através de pessoas que por Ele são chamadas, dar-lhes glória pelos ofícios litúrgicos que com alma e verdade participamos e, em tudo, seguir seus ensinamentos.
Aquele que acabara de ser curado, sentiu-se o destinatário exato do anúncio feito pelo profeta ao falar sobre o nascimento do Filho de Deus entre nós: «O Povo que andava nas trevas viu uma grande Luz». Para ele que outrora só tinha a companhia das trevas, pela palavra de Deus, a luz tornou-se algo real e inseparável. O Natal fez-se novamente, pois nasceu a luz para iluminar as trevas de sua vida. A Criação então pode ser contemplada de maneira inédita para mais um filho que antes era privado de sentir a indescritível sabedoria daquele que fez plasmar tudo do nada. Diante daquele filho curado, duas realidades divinas puderam ser veneradas: a Criação e a Encarnação do Verbo. A presença de Deus na História do homem fez com que o impossível se tornasse realidade. Ele não era o «povo» e nem o representava, mas fazia parte dele, era integrante da estirpe que pode receber em seu meio a Palavra Encarnada.
Fazendo uso da admiração e da gratidão que o curado pudesse sentir, a Liturgia das Horas em suas Vésperas, tenta descrever tal realidade em alguns versos na chamada «Sétima Oração»:
Mons. Irineo Tamanini
Arquimandrita
Extraído do site: ecclesia.com.br
Santo (a) do dia: São Naum, Profeta (séc. VII a.C.)
Hino do dia
Extraído do site: Ορθόδοξος Συναξαριστής (Livro Ortodoxo dos Santos)
Celebrações do dia
1. Profeta Nahum
2. São Filaretos, o Misericordioso
3. Santo Antônio o Jovem
4. Santo Onésimo Arcebispo de Éfeso
5. Santo Ananias o Persa
6. Santos Ananias e Solochs Arcebispos de Éfeso
7. Comemoração da inauguração da igreja de Agios Tryphon Perto de Agia Irini antiga e nova
8. São Theoklitos Arcebispo da Lacedaemonia, o fazedor de milagres
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