Tropário de São Jorge:
Ó vitorioso Jorge,
ilustre entre os mártires, libertador dos cativos, protetor
dos pobres, médico dos doentes e defensor dos
governantes; intercede a Cristo Deus pela salvação de nossas
almas!
Outro
Tropário:
Pela
fé, combateste o bom combate, ó lutador pela causa de Cristo, e
por ela desprezaste a impiedade dos perseguidores. Oferecido a Deus
como oblação agradável, ganhaste a coroa da vitória. Por tuas
orações, ó São Jorge, alcancemos todos o perdão das nossas
culpas..
Kondakion:
Cultivado
por Deus te tornaste um excelente cultor da piedade e colheste para
ti as espigas das virtudes; semeando com lágrimas, colheste com
alegria; e lutando até o sangue, ganhaste Cristo. Por tuas orações,
ó São Jorge, que possamos alcançar o perdão de nossas culpas.
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Prokimenon:
Alegra-se
o justo no Senhor e n'Ele confia. Ouve, ó Deus, a minha voz quando
te rogo!
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Epístola: At
12, 1-11
Leitura
dos Atos dos Apóstolos.
Naqueles
dias, o rei Herodes mandou prender alguns membros da Igreja para os
maltratar. Assim foi que matou à espada Tiago, irmão de João.
Vendo que isto agradava aos judeus, mandou prender Pedro. Eram então
os dias dos pães sem fermento. Mandou prendê-lo e lançou-o no
cárcere, entregando-o à guarda de quatro grupos, de quatro soldados
cada um, com a intenção de apresentá-lo ao povo depois da Páscoa.
Pedro estava assim encerrado na prisão, mas a Igreja orava sem
cessar por ele a Deus. Ora, quando Herodes estava para o apresentar,
naquela mesma noite dormia Pedro entre dois soldados, ligado com duas
cadeias. Os guardas, à porta, vigiavam o cárcere. De repente,
apresentou-se um anjo do Senhor, e uma luz brilhou no recinto.
Tocando no lado de Pedro, o anjo despertou-o: Levanta-te depressa,
disse ele. Caíram-lhe as cadeias das mãos. O anjo ordenou: Cinge-te
e calça as tuas sandálias. Ele assim o fez. O anjo acrescentou:
Cobre-te com a tua capa e segue-me. Pedro saiu e seguiu-o, sem saber
se era real o que se fazia por meio do anjo. Julgava estar sonhando.
Passaram o primeiro e o segundo postos da guarda. Chegaram ao portão
de ferro, que dá para a cidade, o qual se lhes abriu por si mesmo.
Saíram e tomaram juntos uma rua. Em seguida, de súbito, o anjo
desapareceu. Então Pedro tornou a si e disse: Agora vejo que o
Senhor mandou verdadeiramente o seu anjo e me livrou da mão de
Herodes e de tudo o que esperava o povo dos judeus.
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Aleluia:
Aleluia,
aleluia, aleluia!
Como
a palmeira, florescerá o justo, elevar-se-á como o cedro do Líbano.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Plantado
na casa do senhor, florescerá nos átrios de nosso Deus.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
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Evangelho: Jo
15, 17-27; 16, 1-2
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus †
Cristo, segundo o
Evangelista São João:
Naquele
tempo, disse Jesus: "o que vos mando é que vos ameis uns aos
outros. Se o mundo vos odeia, sabei que me odiou a mim antes que a
vós. Se fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como sendo seus. Como,
porém, não sois do mundo, mas do mundo vos escolhi, por isso o
mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse: O servo não é
maior do que o seu senhor. Se me perseguiram, também vos hão de
perseguir. Se guardaram a minha palavra, hão de guardar também a
vossa. Mas vos farão tudo isso por causa do meu nome, porque não
conhecem aquele que me enviou. Se eu não viesse e não lhes tivesse
falado, não teriam pecado; mas agora não há desculpa para o seu
pecado. Aquele que me odeia, odeia também a meu Pai. Se eu não
tivesse feito entre eles obras, como nenhum outro fez, não teriam
pecado; mas agora as viram e odiaram a mim e a meu Pai. Mas foi para
que se cumpra a palavra que está escrita na sua lei: Odiaram-me sem
motivo (Sl 34,19; 68,5). Quando vier o Paráclito, que vos enviarei
da parte do Pai, o Espírito da Verdade, que procede do Pai, ele dará
testemunho de mim. Também vós dareis testemunho, porque estais
comigo desde o princípio. Disse-vos essas coisas para vos preservar
de alguma queda. Expulsar-vos-ão das sinagogas, e virá a hora em
que todo aquele que vos tirar a vida julgará prestar culto a Deus.
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Kinonikon:
A
memória do justo será eterna!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
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Sinaxe
No dia 23 de abril, a Igreja, no Oriente e no Ocidente
celebram o grande mártir, São Jorge. Porém, enquanto a última
reforma litúrgica para a Igreja latina viu retroceder a importância
desse santo, para os fiéis ortodoxos ele será sempre o
"megalomártir, vitorioso e taumaturgo" em honra do qual a
festa não se celebra somente em 23 de abril, mas ainda no dia 3 de
novembro, quando, por toda parte, se comemora a reconstrução da
igreja dedicada a ele, em Lydda (atualmente em Israel), onde foi
deposto o seu corpo glorioso. Há uma tradição que aponta o ano 303
como ano da sua morte. Como a liberdade de culto para os cristãos se
deu somente dez anos depois dessa data, supõe-se que também a
igreja em honra de São Jorge tenha sido construída por vontade do
imperador Constantino.
Em ambas as festas repete-se o mesmo tropário
conclusivo:
«Libertador
dos cativos e defensor dos pobres, médico dos enfermos,
sustentáculo dos reis, ó vitorioso e grande mártir Jorge,
pede a Cristo Deus que salve nossas almas».
A etimologia do nome, relacionado à terra e a quem a
cultiva, faz alusão em sentido espiritual o hino encontrado no
Ofício dos dias 23 de abril e 3 de novembro:
«A
tua vida foi digna do teu nome, Jorge glorioso: tomada a Cruz de
Cristo em teus ombros, beneficiaste o terreno tornado estéril
pelo embuste do demônio e, tendo extirpado como arbusto
espinhoso o culto dos ídolos, plantaste o cepo da verdadeira fé.
Por isso consegues a cura para os fiéis de toda a terra e te mostras bom cultivador da Santa Trindade. intercede, te pedimos, pela paz do mundo e pela salvação das nossas almas».
Por isso consegues a cura para os fiéis de toda a terra e te mostras bom cultivador da Santa Trindade. intercede, te pedimos, pela paz do mundo e pela salvação das nossas almas».
Apesar das escassas notícias biográficas, nem sempre
concordantes, os elogios tecidos pelas duas orações apresentadas
delineiam uma figura excepcional do santo. Nascido na Capadócia de
pais cristãos, foi predestinado para empreendimentos nobres. Um
velho manual russo assim diz de São Jorge: Tendo ingressado para o
serviço militar, "distinguiu-se pela inteligência, coragem,
capacidade organizativa, força física, porte nobre." Mas é
sobretudo na Passio Georgii (tida por muitos como apócrifa) que
encontramos descritos os detalhes dos inúmeros suplícios aos quais
o valoroso militar cristão foi submetido ao confessar a sua fé até
o fim, até sua degolação. No Oriente, enquanto alguns atribuem a
responsabilidade da condenação de São Jorge ao imperador dos
Persas Daciano, para a maioria foi o imperador Diocleciano o
responsável. Algumas recentes publicações, como o Minéon de
abril, publicado em 1985 aos cuidados do Patriarcado de Moscou,
relatam os diversos suplícios aos quais foi submetido o Santo:
aprisionado, espancado, esfolado por uma roda cheia de pregos,
sepultado numa fossa, obrigado a correr calçando botas de ferro
incandescente ... e outros mais. Com a ajuda de Deus e dos seus
anjos, Jorge sai-se sempre vitorioso e incólume e revida com
respostas corajosas e cheias de fé aos seus perseguidores, muitos
dos quais se convertem ao cristianismo.
algumas representações e especialmente nos ícones, o
mártir Jorge aparece montado num cavalo, quase sempre branco, no ato
de matar um dragão que está aos seus pés. Na cena de fundo é
possível ver com freqüência, próximas de uma janela, algumas
pessoas, entre as quais uma donzela destinada a ser vítima do
monstro faminto, se não tivesse intervido o "Vitorioso."
Esse episódio, porém, é relatado numa época mais tardia em
relação às primeiras "paixões" . Entre os ícones,
existe um, antiqüíssimo, pintado com a técnica da encáustica e
conservado no mosteiro do Sinai (talvez do séc.VI) onde os santos
Jorge e Teodoro aparecem eretos, ladeando a Mãe de Deus sentada num
trono.
O culto de São Jorge, ininterrupto no Oriente e bem
cedo assumido também pelo Ocidente como símbolo de virtude
intrépida, é muito difundido, quer na dedicação de igrejas e
instituições, quer na piedade popular: desde Jerusalém, onde já
no século VI existiam um mosteiro e uma igreja dedicados ao santo,
até Bizâncio onde era venerado num orfanato; desde a Inglaterra,
onde a famosa Ordem da "Jarreteira" é na realidade a
"Ordem de São Jorge" e onde também o calendário
anglicano conserva a festa, até a Rússia, onde a imagem do santo
aparecia no brasão da cidade de Moscou, e onde desde a primeira
introdução do cristianismo muitas igrejas e mosteiros lhe foram
dedicados. A mesma cidade de Roma julga possuir o crânio do santo
mártir, conservado na igreja de São Jorge al Velabro.
A Geórgia - uma das 15 repúblicas que constituíam a
então União Soviética - acredita ter uma ligação peculiar com
São Jorge, também pela semelhança do nome. Mas também no monte
Athos, a montanha sagrada do monaquismo ortodoxo, o santo é muito
venerado e representado. A Etiópia e em geral os fiéis coptos
conhecem muito bem o "megalomártir," celebrado também por
eles em 23 de abril. Entre os maronitas, o culto desenvolveu-se
especialmente depois das Cruzadas.
No Mínéon do mês de abril, publicado em 1985 em
Moscou, os dados biográficos do santo informam:
«Ele
morreu quando ainda não tinha trinta anos. Apressando-se para se
juntar à armada celeste, entrou na história da Igreja com o apelido
de Vitorioso».
Fonte:
DONADEO,
Madre Maria
O Ano Litúrgico Bizantino.
Editora Ave Maria. São Paulo, 1990.
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O Ano Litúrgico Bizantino.
Editora Ave Maria. São Paulo, 1990.
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Hagiografia
23
- São Jorge, Megalomártir († 303)
Devem
ter sido espetaculares as circunstâncias da sua morte para que os
orientais lhe tenham sempre chamado “o grande mártir” e para que
a sua pessoa se tenha tornado bem depressa, lendária. Não há culto
mais antigo nem mais espalhado. Já no séc. IV Constantino lhe
levantava uma igreja. Vários artistas: Rafael, Donatello e Carpaccio
representaram São Jorge. No lugar onde esteve içada a bandeira de
Portugal por ocasião da batalha de Aljubarrota foi construída, em
1388, uma ermida dedicada a São Jorge. Em 1387 começou a
incorporar-se na procissão do Corpo de Deus, por ordem de D. João
I, a imagem deste Santo, à cavalo.
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