Domingo de Ramos:
«Entrada
Triunfal de Jesus em Jerusalém»
(Domingo antes da Páscoa - Modo
Próprio)
Memória de São
Savas, o General de Roma, mártir († 372);
e Santa Elizabeti, a Taumaturga de Constantinopla.
e Santa Elizabeti, a Taumaturga de Constantinopla.
(Liturgia de São João Crisóstomo)
Matinas
Evangelho: Mt 21,1-11; 15-17
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Evangelista São Mateus:
Naquele tempo, quando se aproximaram de
Jerusalém, e chegaram a Betfagé, ao Monte das Oliveiras, enviou Jesus dois
discípulos, dizendo-lhes: Ide à aldeia que está defronte de vós, e logo
encontrareis uma jumenta presa, e um jumentinho com ela; desprendei-a, e
trazei-mos. E, se alguém vos disser alguma coisa, respondei: O Senhor precisa
deles; e logo os enviará. Ora, isso aconteceu para que se cumprisse o que foi
dito pelo profeta: Dizei à filha de Sião: Eis que aí te vem o teu Rei, manso e
montado em um jumento, em um jumentinho, cria de animal de carga. Indo, pois,
os discípulos e fazendo como Jesus lhes ordenara, trouxeram a jumenta e o
jumentinho, e sobre eles puseram os seus mantos, e Jesus montou. E a maior
parte da multidão estendeu os seus mantos pelo caminho; e outros cortavam ramos
de árvores, e os espalhavam pelo caminho. E as multidões, tanto as que o
precediam como as que o seguiam, clamavam, dizendo: Hosana ao Filho de Davi!
bendito o que vem em nome do Senhor! Hosana nas alturas! Ao entrar ele em
Jerusalém, agitou-se a cidade toda e perguntava: Quem é este? E as multidões
respondiam: Este é o profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia. Vendo, porém, os
principais sacerdotes e os escribas as maravilhas que ele fizera, e os meninos
que clamavam no templo: Hosana ao Filho de Davi, indignaram-se, e
perguntaram-lhe: Ouves o que estes estão dizendo? Respondeu-lhes Jesus: Sim;
nunca lestes: Da boca de pequeninos e de criancinhas de peito tiraste perfeito
louvor? E deixando-os, saiu da cidade para Betânia, e ali passou a noite.
Divina Liturgia
Issodikon:
O
Senhor é Deus e a nós se revelou, bendito o que vem em nome do senhor!
Salva-nos,
ó Filho de Deus, que estás sentado sobre um jumentinho, a nós que a Ti cantamos:
aleluia!
Tropário:
Ó
Cristo Deus, dando-nos, antes da tua Paixão, uma garantia da ressurreição
geral, ressuscitaste Lázaro dos mortos; por isso, nós também, como os
filhos dos hebreus, levamos os símbolos da vitória, clamando: Ó
vencedor da morte, hosana nas alturas! Bendito o que vem em nome do
Senhor!
Tropário – Modo 4:
Fomos
sepultados contigo pelo batismo, ó Cristo Deus, e pela tua Ressurreição,
merecemos a vida eterna. Por isso, a Ti cantamos em alta voz: hosana nas
alturas! Bendito o que vem em nome do Senhor!
Tropário de São Pedro e São Paulo:
Príncipes dos apóstolos e doutores do Universo, São Pedro e São
Paulo, rogai ao Mestre de todas as coisas que dê a paz ao mundo e às nossas
almas a sua grande misericórdia.
Hipacoí:
Os
Judeus, louvaram primeiro a Cristo Deus com ramos e, em seguida,
prenderam-no com varapaus. Quanto a nós, honremo-lo sempre como
benfeitor e com fé inabalável, clamemos: bendito és Tu que vieste
para fazer Adão reviver!
Kondakion – Modo 2
Plagal:
Ó
Cristo Deus, que nos céus estás sentado num trono, e na terra montado num
jumentinho, recebeste com agrado o canto dos Anjos e o louvor das
crianças que te aclamavam: bendito és, Tu que vieste para fazer Adão reviver!
Kondakion de São Pedro e São Paulo:
Levaste, Senhor, para descansar e gozar de teus bens, os dois
infalíveis pregadores de fala divina, os príncipes dos apóstolos; pois
preferiste suas provações e morte a qualquer sacrifício, Tu, o único conhecedor
dos segredos dos corações.
Prokimenon:
O
Senhor é Deus e a nós se revelou. Bendito o que vem em nome do senhor!
Louvai
o Senhor, porque ele é bom, porque a sua misericórdia é eterna.
Epístola: Fp 4,4-9
Leitura da Epístola do Apostolo São Paulo aos Filipenses:
Irmãos, alegrai-vos sempre no Senhor. Repito:
alegrai-vos! Seja conhecida de todos os homens a vossa bondade. O Senhor está
próximo. Não vos inquieteis com nada! Em todas as circunstâncias apresentai a
Deus as vossas preocupações, mediante a oração, as súplicas e a ação de graças.
E a paz de Deus, que excede toda a inteligência, haverá de guardar vossos
corações e vossos pensamentos, em Cristo Jesus. Além disso, irmãos, tudo o que
é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o
que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o
que deve ocupar vossos pensamentos. O que aprendestes, recebestes, ouvistes e
observastes em mim, isto praticai, e o Deus da paz estará convosco.
Aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Cantai
ao Senhor um cântico novo, porque ele operou maravilhas!
Aleluia, aleluia, aleluia!Todos as extremidade da terra viram a salvação de nosso Deus.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Evangelho: Jo 12, 1-18
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Evangelista São João:
Naquele tempo, seis dias antes da Páscoa, foi
Jesus a Betânia, onde vivia Lázaro, que ele ressuscitara. Deram ali uma ceia em
sua honra. Marta servia e Lázaro era um dos convivas. Tomando Maria uma libra
de bálsamo de nardo puro, de grande preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-os
com seus cabelos. A casa encheu-se do perfume do bálsamo. Mas Judas Iscariotes,
um dos seus discípulos, aquele que o havia de trair, disse: Por que não se
vendeu este bálsamo por trezentos denários e não se deu aos pobres? Dizia isso
não porque ele se interessasse pelos pobres, mas porque era ladrão e, tendo a
bolsa, furtava o que nela lançavam. Jesus disse: Deixai-a; ela guardou este
perfume para o dia da minha sepultura. Pois sempre tereis convosco os pobres,
mas a mim nem sempre me tereis. Uma grande multidão de judeus veio a saber que
Jesus lá estava; e chegou, não somente por causa de Jesus, mas ainda para ver
Lázaro, que ele ressuscitara. Mas os príncipes dos sacerdotes resolveram tirar
a vida também a Lázaro, porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e
acreditavam em Jesus. No dia seguinte, uma grande multidão que tinha vindo à
festa em Jerusalém ouviu dizer que Jesus se ia aproximando. Saíram-lhe ao
encontro com ramos de palmas, exclamando: Hosana! Bendito o que vem em nome do
Senhor, o rei de Israel! Tendo Jesus encontrado um jumentinho, montou nele,
segundo o que está escrito: Não temas, filha de Sião, eis que vem o teu rei
montado num filho de jumenta (Zc 9,9). Os seus discípulos a princípio não
compreendiam essas coisas, mas, quando Jesus foi glorificado, então se
lembraram de que isto estava escrito a seu respeito e de que assim lho fizeram.
A multidão, pois, que se achava com ele, quando chamara Lázaro do sepulcro e o
ressuscitara, aclamava-o. Por isso o povo lhe saía ao encontro, porque tinha
ouvido que Jesus fizera aquele milagre.
Hirmos:
O
Senhor é Deus e a nós se revelou!
Kinonikon:
O
Senhor é Deus e a nós se revelou.
OBS.: Em vez de "Vimos a
verdadeira luz ..." canta-se o 1º Apolitíkion.
Sinaxe
Pe. Paulo A. Tamanini
«O Domingo de Ramos»
No ponto de
vista litúrgico, o sábado de Lázaro se apresenta como a preparação do Domingo
de Ramos; dia em que se celebra a entrada do Senhor em Jerusalém. Essas duas
festas têm um tema em comum: o triunfo e a vitória. O sábado revelou o Inimigo
que é a morte; o domingo anuncia a vitória, o triunfo do Reino de Deus e a
aceitação pelo mundo de seu único Rei, Jesus Cristo. A entrada solene na cidade
santa foi, na vida de Jesus, seu único triunfo visível; até aí, ele tinha
recusado qualquer tentativa de ser glorificado e é apenas seis dias antes da
Páscoa que ele não só aceitou de bom grado, como provocou mesmo o
acontecimento. Cumprindo ao pé da letra o que dissera o profeta Zacarias )—
"Eis o teu Rei que vem montado numa jumenta" (Zac. 9:9), ele mostra
claramente que queria ser reconhecido e aclamado como o Messias, Rei e Salvador
de Israel. O texto do Evangelho sublinha, com efeito, os traços messiânicos: os
ramos, o canto de Hosanna, a aclamação de Jesus como Filho de Davi e Rei de
Israel. A história de Israel chega ao seu fim: tal é o sentido deste acontecimento.
O sentido desta história era o de anunciar e preparar o Reino de Deus, a vinda
do Messias. Hoje é o dia em que isto se cumpre, pois eis que o Rei entra em sua
cidade santa e nele todas as profecias e toda a espera de Israel encontram seu
término: ele inaugura seu Reino.
A liturgia
deste dia comemora este acontecimento; com os ramos nas mãos, nós nos
identificamos com o povo de Jerusalém, com o qual saudamos o humilde Rei,
recitando-lhe nossa Hosanna. Mas, qual é o sentido disto para nós, hoje?
Primeiramente,
nós proclamamos que o Cristo é nosso Rei e nosso Senhor. Muito freqüentemente
nós nos esquecemos que o Reino de Deus já foi inaugurado, que no dia do nosso
Batismo nós fomos feitos cidadãos dele, e que nós prometemos colocar nossa
fidelidade a esse Reino acima de qualquer outra. Não esqueçamos que, durante
algumas horas, o Cristo foi verdadeiramente Rei sobre a terra, Rei neste mundo
que é o nosso. Por algumas horas apenas e numa única cidade. Mas, da mesma
maneira que em Lázaro nós reconhecemos a imagem de todo homem, podemos ver
nesta cidade o centro místico do mundo e de toda a criação. Tal é o sentido
bíblico de Jerusalém, a cidade, o ponto focal de toda a história da salvação e
da redenção, a santa cidade do Advento de Deus. O Reino inaugurado em Jerusalém
é, pois, um Reino universal, abraçando todos os homens, e a criação inteira. ..
por algumas horas, e entretanto, essas horas são decisivas; é a hora de Jesus,
a hora do cumprimento por Deus de todas as suas promessas e de todas as suas
vontades. Essas horas são o término de toda a longa preparação revelada pela
Bíblia e o cumprimento de tudo aquilo que Deus quis fazer pelos homens. E
assim, este breve momento de triunfo terrestre do Cristo adquire uma
significação eterna. Ele introduz a realidade do Reino de Deus no nosso tempo,
em cada uma de nossas horas, fazendo deste Reino aquilo que dá ao tempo o seu
sentido, sua finalidade última. A partir dessa hora, o Reino é revelado ao
mundo e sua presença julga e transforma a história humana. E quando do momento
mais solene da celebração litúrgica, nós recebemos um ramo das mãos do padre,
nós renovamos nossa promessa a nosso Rei, e nós confessamos que o seu Reino é o
único objetivo de nossa vida, a única coisa que dá um sentido a ela. Nós
confessamos também que tudo, na nossa vida e no mundo, pertence ao Cristo, que
nada pode ser subtraído ao único e exclusivo Mestre e que nenhum domínio de
nossa existência escapa de seu império e de sua ação redentora. Enfim, nós
proclamamos a universal e total responsabilidade da Igreja com relação à
história da humanidade e nós afirmamos sua missão universal.
No entanto,
nós sabemos, o Rei que os judeus aclamam hoje, e nós com eles, se encaminha
para o Gólgota, para a cruz e para o túmulo. Nós sabemos que este breve triunfo
é apenas o prólogo de seu sacrifício. Os ramos em nossas mãos significam, desde
então, nosso ardor em segui-lo no caminho do sacrifício, nossa aceitação do
sacrifício e nossa renúncia a nós mesmos, em que reconhecemos a única estrada
real que conduz ao Reino.
E, finalmente,
os ramos, essa celebração, proclamam nossa fé na vitória final do Cristo. Seu
Reino ainda está oculto e o mundo o ignora. O mundo vive como se o
acontecimento decisivo jamais tivesse ocorrido, como se Deus não tivesse
morrido na cruz e como se, nele, o homem não tivesse ressuscitado dentre os
mortos. Mas nós, cristãos, cremos, na chegada desse Reino onde Deus será tudo
em todos, e onde o Cristo aparecerá como o único Rei.
As celebrações
litúrgicas nos relembram acontecimentos passados; mas todo o sentido e toda a
virtude da liturgia consistem precisamente em transformar a lembrança em
realidade. Neste Domingo de Ramos, a realidade em questão é a nossa própria
implicação neste Reino de Deus, é nossa responsabilidade a seu respeito. O
Cristo não entra mais em Jerusalém; ele o fez de uma vez por todas. Ele não
cuidou do "símbolo" e, certamente, não foi para que nós possamos
perpetuamente "simbolizar" sua vida, que ele morreu na cruz. O que
ele espera de nós, é um real acolhimento do Reino que ele nos trouxe. . . e se
nós não estivermos prontos a sermos totalmente fiéis ao juramento que renovamos
a cada ano, o Domingo de Ramos, se de fato não estivermos decididos a fazer do
Reino a base de toda nossa vida, então nossa celebração é vã, vãos e sem
significado são os ramos que levamos da igreja para nossas casas.
FONTE:
Alexandre Schmémann, Olivier
Clément. «O Mistério Pascal - Comentários Litúrgicos»
Extraído
do site ecclesia.com.br
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