«Domingo de Tomé» ou «Domingo Novo»
(2º Domingo da Páscoa - Modo 1)
Comemoração de São João, o
Teólogo
(Milagre do túmulo do apóstolo João, em Éfeso).
(Milagre do túmulo do apóstolo João, em Éfeso).
Matinas
Tropário – Modo 1 -
(1º tom):
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem
Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao
mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à
Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu
que És o único filantropo.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo,
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem
Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao
mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à
Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu
que És o único filantropo.
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Theotokion:
Gabriel
te trouxe a noticia da salvação. Ó Virgem, e, em nome do Senhor de todas as
coisas a saudou, ao escutar sua voz, o Senhor de todos se encarnou em Ti, Ó
Santa Nave, com proclamou o justo Davi;
e apareceste mais ampla que os céus carregando o teu Criador. Glória ao que
habitou em ti! Glória ao que veio nascer por meio de ti! Glória aquele que nos
libertou ao nascer de ti!
Katisma – Modo 1 -
(1º tom):
1ª Katisma:
Oh Salvador, os saldados que guardavam Teu Sepulcro, quedaram como
mortos, pelo resplendor do Anjo que anunciou às mulheres Tua Ressurreição. Te
glorificamos a Ti, que acabaste com a corrupção; prosternamo-mos ante a Ti, oh
Ressuscitado do sepulcro, oh único Deus nosso.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Oh piedoso, foste
cravado sobre a Cruz por Tua vontade e foste colocado no Sepulcro como morto,
oh Doador da Vida, Tu que destruíste a morte com Tua morte. Oh Poderoso ante Ti
abalaram-se os guardiões do Hades, quando Ressuscitaste os mortos com Tua
Ressurreição, Oh Único Amante da humanidade.
Agora, sempre e pelos séculos dos
séculos. Amém.
Theotokion:
Todos nós te conhecemos como Mãe de Deus, e que depois de Teu
parto permaneceste verdadeiramente Virgem. Nós refugiamos com amor em Tua
Bondade, porque a Temos, nós os pecadores, com amor em Tua Bondade, porque a
temos, nós pecadores, como intercessora e salvadora, nas tentações, oh
Imaculada.
2ª Katisma:
As mulheres que vieram muito cedo ao Teu Sepulcro, ao verem a
imagem angelical tremeram; ao surgir a Vida do Sepulcro, quebraram assombrados;
por isso se dirigiram aos Teus Discípulos para anunciar-lhes Tua Ressurreição,
dizendo: Cristo submeteu o Hades, porque és o Único Onipotente; e junto com
Ele, Ressuscitou a todos os mortos; e com a força de sua Santa Cruz dissolveu o
temor do juízo.
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espirito Santo.
Oh Vida de todos, foste cravado na Cruz, e contado entre os
mortos, oh Senhor Imortal; ressuscitaste ao terceiro dia, oh Salvador, e
liberaste a Adão da corrupção. Por isso os coros angelicais exclamaram, oh
Doador da Vida: Glória à Tua Paixão, oh Cristo! Glória a Tua Ressureição! Glória
a Tua Condescendência, oh Único Amante da humanidade!
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém!
Theotokion:
Oh Maria, Venerável Morada do Senhor, levanta-nos a nós os caídos
no fundo da desesperação, da tristeza e do pecado, porque que deste como
salvação dos pecadores, apoio e poderosa intercessora que salvas teus servos.
Ypakoí – Modo 1 - (1º tom):
Obediência:
O arrependimento do ladrão obteve o Paraíso e as lágrimas das
Mirróforas anunciaram com alegria que Tu ressuscitaste, oh Cristo Deus dando ao
mundo a grande misericórdia.
Anabtmo:
1ª Antífona:
Oh Senhor, a Ti clamo em meus sofrimentos, escuta em minha dor.
O desejo divino toca sempre aos habitantes do deserto, por seu
distanciamento do mundo mal.
Glória ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
A glória e a honra são dignos do
Espírito Santo com do Pai e do Filho, por isso louvamos a Trindade, dona do
único poder.
2ª Antífona:
Deus meu, quando me elevas à montanha de Tua leis, ilumina-me e
faz-me brilhar com as virtudes para louvar-te.
Oh Verbo, sustenta-me com Tua destra, conserva-me e protege-me,
para que não me queime no fogo do pecado.
Glória ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
Toda a criação se renova com o Espírito Santo e volta ao seu
primeiro estágio, porque Ele é igual ao Pai e ao Filho em poder.
3ª Antífona:
Minha alma se alegrou com os que me disseram vamos à “casa de
Deus”, e meu coração se encheu de alegria.
Grande temor há na casa de Davi, donde estão colocados os tronos
para julgar a todas as tribos e as línguas de terra.
Glória ao Pai, ao
Filho e ao Espírito Santo, agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém.
O oferecimento da glória, o poder, a honra e a adoração são
devidos ao Espírito Santo, igual ao Pai e ao Filho, porque a Trindade é única
em sua natureza e não e suas Pessoas.
Prokimenon:
Agora eu me levanto, diz
o Senhor, realizo a salvação e a proclamo. (2
vezes).
Stichos:
A Palavra de Deus é
palavra pura.
Agora eu me levanto, diz
o Senhor, realizo a salvação e a proclamo.
Kondakion – Modo 1 - (1º tom):
Na Tua glória, ressuscitaste do túmulo, porque és Deus; o mundo
ressuscita contigo e os homens Te celebram como Deus; a morte desaparece,
Senhor; Adão, livre dos entraves, se rejubila; Eva, na sua alegria clama:
"Ó Cristo, dá a Tua ressurreição aos homens".
Ikós:
Cantemos o
ressuscitado do terceiro dia o Deus Todo-Poderoso, aquele que
destrói as portas do inferno e eleva o túmulo os santos, seus fiéis! Benevolentemente,
Ele apareceu as
santas mulheres, dizendo: "Alegrai-vos", e revelou a alegria aos
apóstolos, Ele é o único
doador da vida.
As mulheres clamavam, anunciando aos discípulos
a boa nova, os sinais
da vitória. O inferno geme, a morte se lamenta e o universo
se rejubila. Ó Cristo, toda criação se alegra, pois
Tu deste a todos a ressurreição.
Evangelho: Mt 28,16-20
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Evangelista São Mateus:
Naquele tempo, os onze discípulos partiram para
a Galiléia, para o monte que Jesus lhes tinha designado. E, quando o viram, o
adoraram; mas alguns duvidaram. E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me
dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as
nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; e Ensinando-os
a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco
todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.
Exapostilário – 1º:
Nos unimos com fé aos discípulos no Monte da Galiléia para ver a Cristo
dizendo: Recebi o poder sobre os terrestres e os celestes. Aprendamos com ele
nos ensina a batizar a todas as nações em nome do Pai, do Filho, e do Espírito
Santo, prometendo estar presente até o fim dos tempos.
Theotokion – 1º:
Oh Virgem Mãe de Deus,
te alegraste com os discípulos, porque viste a Cristo ressuscitado ao terceiro
dia como havia predito, aparecendo à eles, ensinando e ordenando batizar em
nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, para que creiamos em sua
ressurreição e te glorifiquemos, oh donzela.
Laudes - Modo 1 - (1º
tom):
1 – Esta glória será para todos os Justos.
Oh Cristo, louvamos Tua paixão salvadora e glorificamos Tua
ressurreição.
2 – Louvai a Deus em seu santuário, louvai na magnificência de seu
firmamento!
Tu que suportaste a crucificação, aniquilaste a morte, e
ressuscitaste dentre nos mortos, salva nossa vida, oh Senhor, porque és o único
Todo poderoso.
3 – Louvai por suas proezas, louvai conforme Sua imensa grandeza!
Oh Cristo, Tu que esvaziaste o Hades, ressuscitaste o homem com
Tua ressurreição, faz-nos dignos de louvar-Te e glorificar-Te com um coração
limpo.
4 – Louvai ao som da trombeta, louvai com saltério e a harpa!
Oh Cristo, te louvamos glorificando Tua humildade digna de Deus; a
Ti, que nasceste da Virgem e não te separaste do regaço do Pai, que
5 – Louvai com pandeiro e a dança; louvai com cordas e flautas!
Quando foste cravado sobre a Cruz, morreu a força do inimigo e,
por temor a Ti a criação temeu e com Teu poder quedou vazio o Hades, levantaste
os mortos dos sepulcros abriste o paraíso ao ladrão. Oh Cristo nosso Deus,
glória a Ti!
6 – Louvai com címbalos retumbantes; louvai com címbalos de
júbilo. Tudo que respira louve ao Senhor!
As veneráveis mulheres correram com cuidado e lágrimas até Teu
sepulcro; e quando o encontraram aberto, conheceram pelo anjo o novo milagre e
correram à dizer aos Apóstolos: “O Senhor ressuscitou dando ao mundo a grande
misericórdia”.
7 – Levanta-Te, Senhor meu e Deus meu, que tua mão se levante e
não te esqueças para sempre de Teus pobres.
Oh Cristo Deus, nos prosternamos ante as feridas de Tua divina
paixão e a grande celebração que nos últimos tempos culminou em Sion com a Tua
Divina manifestação, porque, oh sol de justiça, iluminaste aos que estavam na
obscuridade guiando-os até a Luz que não conhece ocaso. Oh Senhor, glória à Ti.
8 – Te confesso, Senhor, como todo meu coração e proclamo todos
teus milagres.
Oh raça Judia que ama os soberbos, entende e tem cuidado. Donde
estão os que entraram com Pilatos? Que digam seus guardas: Onde estão os selos
do sepulcro? Onde foi Ele sepultado? Donde se vendeu quem não se vende? Como
foi roubado o Tesouro? Porquê negam a ressurreição do Crucificado, blasfemando,
oh judeus transgressores da Lei? Ele ressuscitou livre dentre os mortos e deu
ao mundo a grande misericórdia.
Eothinon – 1º:
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Para os discípulos que foram ao Monte que Ele designara, o Senhor
se fez presente, antes de se desprender das coisas terrenas; ao verem O
adoraram, entenderam toda autoridade de que o Senhor estava investido,
receberam a missão de anunciar a Sua ressurreição dentre os mortos e Sua
ascensão ao céu.
Receberam a promessa da presença divina entre eles, como Salvador
de nossas almas, até a consumação dos séculos.
Theotokion:
Agora, sempre e pelos séculos dos
séculos. Amém.
Bendita e venerável és Tu, ó Mãe de Deus, em cujo seio se encarnou
Aquele que visitou o inferno, libertando Adão e Eva da maldição, destruindo a
morte e dando a vida a todos nós.
Por isso bendirei o Cristo em qualquer tempo, e sempre o Seu
louvor estará em minha boca (2 vezes).
Tropário:
Hoje é a salvação do mundo. Louvemos Aquele que ressuscitou do
túmulo, dando-nos origem a uma nova vida, porque anulou a morte com a Sua morte
e nos concedeu a misericórdia de obter essa grande vitória.
Divina Liturgia
Issodikon:
Bendizei
a Deus nas vossas assembléias
Bendizei o Senhor, filhos de Israel!
Salva-nos, ó Filho de Deus, que ressuscitaste dentre os mortos, a nós que a Ti cantamos: Aleluia!
Bendizei o Senhor, filhos de Israel!
Salva-nos, ó Filho de Deus, que ressuscitaste dentre os mortos, a nós que a Ti cantamos: Aleluia!
Tropário – Modo Plagal 1:
Cristo ressuscitou dos mortos; venceu a morte
pela morte; e aos que estavam no túmulo, Cristo deu a vida.
Tropário da
Ressurreição - Modo 1 - (1º tom):
Embora a pedra fora selada pelos Judeus, e os soldados guardassem
Teu puríssimo corpo, ressurgiste no terceiro dia, ó Salvador, dando a vida ao
mundo. Por isso, as potestades celestes a Ti, fator da vida, clamaram glória à
Tua ressurreição, ó Cristo, glória ao Teu reino, glória à Tua providência, Tu
que És o único filantropo.
Tropário de São Tomé
- Modo Grave:
Do
sepulcro selado ressurgiste, ó Vida; e as portas estando fechadas, entraste no
meio dos discípulos, ó Cristo Deus, ressurreição de todos, e renovaste em nós,
por seu intermédio, o espírito de retidão, segundo tua grande
misericórdia.
Tropário de São João
Teólogo:
Apóstolo
predileto do Cristo Deus, apressa-te em ajudar um povo sem defesa.
Aquele que te concedeu reclinar a cabeça sobre o seu peito te acolha aos seus pés a fim de interceder por nós.
O Teólogo, suplica-lhe para que dissipe a nuvem persistente do paganismo
e pede por nós a paz e uma misericórdia abundante.
Aquele que te concedeu reclinar a cabeça sobre o seu peito te acolha aos seus pés a fim de interceder por nós.
O Teólogo, suplica-lhe para que dissipe a nuvem persistente do paganismo
e pede por nós a paz e uma misericórdia abundante.
Tropário de São Pedro e São Paulo:
Príncipes dos apóstolos e doutores do Universo, São Pedro e São Paulo,
rogai ao Mestre de todas as coisas que dê a paz ao mundo e às nossas almas a
sua grande misericórdia.
Kondakion – Modo 1
- (1º tom):
Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo.
Tu, sendo Deus, te levantaste do túmulo, e devolveste a vida ao
mundo; a natureza humana, por isso te louva: a morte foi vencida, Adão se
regozija, ó Mestre, e Eva, liberta agora das cadeias da morte, com alegria
exclama: Tu, Cristo, és o que a todos dá a Ressurreição!
Theotokion – Modo 1
- (1º tom):
Agora, sempre e pelos séculos dos séculos. Amém
Quando Gabriel te saudou, ó
Virgem, dizendo: "alegra-te!" e com sua voz, o Salvador encarnou-se
em ti, tabernáculo santo; e, como falava o Justo Davi: "veio do céu
trazendo o Criador de tudo", glória Àquele que habita em ti, glória Àquele
nascido de ti e que nos libertou!
Kondakion de São
Tomé:
Ó
Cristo Deus, Tomé pôs sua mão incrédula no teu lado que dá a
vida, pois, quando entraste, estando as portas fechadas, ele aclamou com os outros discípulos: És meu senhor e meu Deus!
Kondakion - Modo 4:
Quem jamais poderá narrar as tuas virtudes, ó virgem?
De ti jorram maravilhas, tu és a fonte de curas e tu, ó teólogo e amigo de Jesus, intercede por nossas almas.
De ti jorram maravilhas, tu és a fonte de curas e tu, ó teólogo e amigo de Jesus, intercede por nossas almas.
Kondakion da Páscoa -
Modo 2:
Tendo
descido ao túmulo, ó Imortal, Tu destruíste o poderio dos infernos e
levantaste-te como vencedor, ó Cristo Deus, Tu, que disseste às mulheres
miróforas: rejubilai! E aos apóstolos, dás a paz, Tu que ressuscitas
aqueles que sucumbiram.
Kondakion de São Pedro e São Paulo:
Levaste, Senhor, para descansar e gozar de teus bens, os dois
infalíveis pregadores de fala divina, os príncipes dos apóstolos; pois
preferiste suas provações e morte a qualquer sacrifício, Tu, o único conhecedor
dos segredos dos corações.
Prokimenon:
Grande
é o Senhor nosso Deus e poderosa a sua força; sua sabedoria não tem limites.
Louvai
o Senhor, porque ele é bom! Agradável é o louvor a nosso Deus.
Epístola: 1Jo 1, 1-7
Leitura da Primeira Carta de São João..
O que
era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos
olhos, o que temos contemplado e as nossas mãos têm apalpado no tocante ao
Verbo da vida - porque a vida se manifestou, e nós a temos visto; damos
testemunho e vos anunciamos a vida eterna, que estava no Pai e que se nos
manifestou -, o que vimos e ouvimos nós vos anunciamos, para que também vós
tenhais comunhão conosco. Ora, a nossa comunhão é com o Pai e com o seu Filho
Jesus Cristo. Escrevemo-vos estas coisas para que a vossa alegria seja
completa. A nova que dele temos ouvido e vos anunciamos é esta: Deus é luz e
nele não há treva alguma. Se dizemos ter comunhão com ele, mas andamos nas
trevas, mentimos e não seguimos a verdade. Se, porém, andamos na luz como ele
mesmo está na luz, temos comunhão recíproca uns com os outros, e o sangue de
Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.
Aleluia!
Aleluia,
aleluia, aleluia!
Vinde, regozijemo-nos no Senhor; cantemos as glórias de Deus, nosso
Salvador!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Porque o Senhor é grande, é o grande Rei de toda a terra.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Aleluia, aleluia, aleluia!
Evangelho: Jo 20,19-31
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, segundo o Evangelista São João.
Na tarde do mesmo dia, que era o primeiro da
semana, os discípulos tinham fechado as portas do lugar onde se achavam, por
medo dos judeus. Jesus veio e pôs-se no meio deles. Disse-lhes ele: A paz
esteja convosco! Dito isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos
alegraram-se ao ver o Senhor. Disse-lhes outra vez: A paz esteja convosco! Como
o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós. Depois dessas palavras,
soprou sobre eles dizendo-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem
perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes,
ser-lhes-ão retidos. Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles
quando veio Jesus. Os outros discípulos disseram-lhe: Vimos o Senhor. Mas ele
replicou-lhes: Se não vir nas suas mãos o sinal dos pregos, e não puser o meu
dedo no lugar dos pregos, e não introduzir a minha mão no seu lado, não
acreditarei! Oito dias depois, estavam os seus discípulos outra vez no mesmo
lugar e Tomé com eles. Estando trancadas as portas, veio Jesus, pôs-se no meio
deles e disse: A paz esteja convosco! Depois disse a Tomé: Introduz aqui o teu
dedo, e vê as minhas mãos. Põe a tua mão no meu lado. Não sejas incrédulo, mas
homem de fé. Respondeu-lhe Tomé: Meu Senhor e meu Deus! Disse-lhe Jesus:
Creste, porque me viste. Felizes aqueles que crêem sem ter visto! Fez Jesus, na
presença dos seus discípulos, ainda muitos outros milagres que não estão
escritos neste livro. Mas estes foram escritos, para que creiais que Jesus é o
Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais a vida em seu nome.
Hirmos:
Nós te glorificamos com hinos, ó candelabro brilhante!
Mãe de Deus e glória resplandecente, tu que és mais elevada que todas as criaturas.
Mãe de Deus e glória resplandecente, tu que és mais elevada que todas as criaturas.
Kinonikon:
Glorifica o Senhor, Jerusalém!
Celebra o teu Deus, ó Sião.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Celebra o teu Deus, ó Sião.
Aleluia, aleluia, aleluia!
Observações:
Logo
após "Bendito seja o reino do Pai ...", o sacerdote canta:
"Cristo ressuscitou dos mortos..." e o coro repete duas vezes. Em vez
de: "Vimos a verdadeira luz ...", "Cristo ressuscitou..."
(uma vez).
Na
Semana de S. Tomé:
Antífonas
e Issodikón: da Páscoa;
Apolitíkion
do santo , do padroeiro da Igreja e de São Tomé;
Hirmós:
"Verdadeiramente é digno e justo ...";
Kinonikón:
do dia da semana;
Depois
da Comunhão: "Cristo ressuscitou dos mortos...".
Durante
todo o Tempo Pascal, depois da Bênção final, diz-se: "Cristo ressuscitou
dos mortos..." em vez de "Pelas orações...".
Sinaxe
Ainda é o Domingo da Nova Páscoa. Os discípulos estão
reunidos no Cenáculo e Jesus entra «estando às portas fechadas», trazendo-lhes
a Paz [Jo 20,19]. As portas trancadas do Cenáculo ainda são sinais da ausência
do Mestre e do medo que todos sentiam.
Os discípulos estão reunidos na sala, onde cearam com
o Senhor, na ocasião em que ele ensinou o Mandamento Novo e lavou os seus pés.
O ambiente no qual aconteceu a manifestação de humildade de Jesus, ao lavar os
pés dos seus apóstolos, o lugar onde foi o palco do ensinamento mais profundo
sobre o amor, torna-se também o recinto do encontro entre o Ressuscitado e seus
seguidores mais próximos. Parece ser o espaço cedido às grandes manifestações
do divino, aonde concretizou toda a missão do Filho do Homem de maneira
sucinta. O cenáculo é o lugar da Oração, o lugar da Catequese por excelência; o
Cenáculo é o ambiente do esvaziamento e da humildade, é o espaço da Celebração
da Eucaristia, onde Ele se oferece e é oferecido. Mais do que isso, o Cenáculo
tornou-se ambiente sagrado, pois Jesus apareceu Ressuscitado, enquanto os
apóstolos rezavam.
Hoje, o novo Cenáculo é a Igreja, aonde o Senhor se dá
na forma de pão e vinho, Corpo e Sangue d'Ele oferecidos, no Altar, isto é, na
Pedra removida da Ressurreição. Outrora os seus seguidores se reuniam no
Cenáculo por medo, agora se reúnem para manifestar a grande alegria da Nova
Páscoa.
São
Cipriano nos ensina que a Igreja é o ambiente sagrado onde a Celebração
Eucarística revive a Ressurreição de Cristo no sacrifício incruento oferecido
pelo sacerdote: «O sacrifício do sacerdote é a repetição do sacrifício de
Cristo na Ceia e ambos são representação do sacrifício único da Cruz».
Jesus «entra», atravessando as barreiras externas (as
portas) e internas (a dúvida) daquele ambiente. A razão e a fé têm provas
daquilo que Maria de Magdala anunciava tão efusivamente: «Jesus Ressuscitou!»
Jesus se apresenta com os sinais da Paixão; as marcas das perfurações em seu
corpo, ainda são nítidas, talvez para sacar qualquer duvida sobre sua
identidade: aquele que crucificaram, estava ali. Jesus transmite os dons
pascais resumidos na paz, na reconciliação e na fé, aos que estavam reunidos em
seu Nome. Jesus, ao transmitir seus dons aos homens, transforma estes homens em
«homens novos», em «homens pascais»; é uma nova identidade, uma maneira
peculiar de ser e de agir, movidos pelo espírito da Ressurreição. Mostra-lhes
as mãos e o lado com os sinais da Paixão e diz: "Como o Pai me enviou, também
eu vos envio" (Jo 20, 21). Depois dessas palavras, soprou sobre eles
dizendo: "Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados,
ser-lhes-ão perdoados; a quem não os perdoardes, serão retidos" (Jo 20,
22-23). Jesus lhes dá o dom de perdoar os pecados, um dom que brota das chagas
de suas mãos e de seus pés e, sobretudo, de seu lado perfurado, donde jorram os
sacramentos da Igreja.
«A paz seja convosco!» Mais do que um cumprimento,
esta saudação sintetiza a própria obra redentora do Ressuscitado. Por meio da
Cruz, Ele anulou a inimizade e anunciou a paz aos que estavam longe e aos que
estavam perto.
Os cristãos reunidos, no «Novo Cenáculo», a Igreja, no
mesmo dia da Ressurreição de Cristo, isto é, no Domingo, celebram juntos os
Mistérios da Morte e Ressurreição do Filho de Deus para, ante o Mistério da
Ressurreição, transformarem-se em novas criaturas, em novo homem. A Igreja
Bizantina celebra a Ressurreição do Senhor, única e exclusivamente aos Domingos
pela manhã, exceto nas grandes Festas, para testemunhar a seus fiéis que Jesus
Ressuscitado é o «Kyrios» (Senhor), o «Dominus» (Domingo).
Assim nos diz Eusébio de Cesaréia: «Nós, os filhos da
Nova Aliança, celebramos a cada Domingo a nossa Páscoa e somos saciados, em
todo o tempo, com o Corpo Ressuscitado do Salvador e participamos, em todo o
tempo, de seu Sangue. Cada Domingo somos vivificados pelo corpo santificado do
mesmo Cordeiro Pascal, que é a nossa Salvação e nossa alma é selada pelo seu
precioso sangue».
Esta celebração se faz com a Comunidade de fiéis que,
juntos confirmam sua fé em Deus e buscam n'Ele, através da Eucaristia, a vida
Nova, força para vencer o pecado, símbolo da morte. Quando não conseguimos
contemplar o Ressuscitado, fatalmente haverá a dúvida, a incerteza, os
questionamentos oriundos de um coração alicerçado ainda nas raízes da “velha
criação”. Foi o que aconteceu no Cenáculo, com aquele que era conhecido como o
«Dídimo».
Tomé estando ausente não testemunhou a Nova Páscoa...
A Igreja reunida viu o Senhor Ressuscitado no Cenáculo e comunicou a Tomé a
grande notícia, mas não foi o suficiente para que ele acreditasse na voz da
Igreja (Os apóstolos). Era necessário que seus olhos vissem e seus dedos
tocassem as chagas.
Ainda hoje, como Tomé, muitos são os que ainda exigem
as mesmas condições para crer e viver as verdades proclamadas pela Igreja. Nem
mesmo o fundamental (a Ressurreição) está isento de dúvidas. Prefere-se mesclar
esta verdade de fé com outras doutrinas e crenças que lhes parecem mais
aceitáveis pela «razão», mais agradáveis aos sentidos. É uma necessidade
infantil e ingênua acalentar uma esperança de se ter nova chance, uma nova
oportunidade para se viver. Tais pensamentos geram confusão e aumenta a
incredulidade. É preciso purificar o conteúdo de nossa fé cristã.
Novamente o Ressuscitado aparece, desta vez com Tomé
presente, para que ele não tenha dúvidas que são de fato aquelas mãos que
acolhia os pecadores e protegia as crianças, que abençoava os alimentos e
retirava os espíritos impuros; são de fato os pés do Messias itinerante, do
Ungido sem endereço fixo, do Missionário andarilho. Carne e ossos de uma
humanidade aceita por amor, mas que estavam ali ressuscitados, elevando a
dignidade humana aos patamares cobiçados até mesmo pelos anjos. O Senhor se
apresenta no meio de todos, não dedicando a Tomé uma aparição exclusiva,
ensinando-nos que, para aqueles de «pouca fé», a ajuda da comunidade reunida é
essencial.
A dúvida, a insegurança, a incerteza e o medo nascem
dos momentos onde a presença de Deus é encoberta. Basta descobri-la para nos
tornarmos corajosos, desbravadores, seguros e convictos cristãos, como São
Tomé, depois da aparição do Ressuscitado.
Todos nós que cremos e vivemos sob a ótica da
Ressurreição de Cristo, recebemos uma nova criação, pois ela transforma nosso
interior e nos faz pessoas diferentes. Assim aconteceu com Pedro, Madalena e
Tomé. Antes da Ressurreição, Pedro negou Jesus por três vezes; depois, ele
afirma que ama o Senhor e sofre as conseqüências deste amor: de temeroso homem,
torna-se o «apascentador das ovelhas de Cristo», missionário, evangelizador e
mártir. Madalena, anteriormente, amedrontada chorava a perda de seu Mestre;
agora ela torna-se a Evangelizadora por excelência, a propagadora pioneira da
Boa Nova. Tomé, da boca que proferia palavras de descrença e dúvidas, verbaliza
a mais bela exclamação de reconhecimento perante o Jesus Ressuscitado: «meu
Senhor e meu Deus».
FONTE:
ALTANER,
B. / STUIBER, A: Patrologia. Vida Obras e Doutrina dos Padres da Igreja, II.
São Paulo: Ed. Paulinas, 1988.
«Santo Apóstolo e Evangelista João, o Teólogo (98-117)»
O Discípulo
Amado João, o Apóstolo Virgem, é sem dúvida um dos maiores santos da Igreja,
merecendo o título de «o discípulo a quem Jesus amava». Junto à Cruz, recebeu
do Redentor Nossa Senhora como Mãe e, com Ela — como Fonte da Sabedoria — a
segurança doutrinária que lhe mereceu dos Padres da Igreja o título de «o
Teólogo» por excelência.
São João, o Apóstolo Virgem, é sem dúvida um dos
maiores santos da Igreja, merecendo o título de “o discípulo a quem Jesus
amava”. Junto à Cruz, recebeu do Redentor Nossa Senhora como Mãe, e com Ela -
como Fonte da Sabedoria - a segurança doutrinária que lhe mereceu dos Padres da
Igreja o título de "o Teólogo" por excelência.
Sabemos pelos Evangelhos que São João era filho de
Zebedeu e de Maria Salomé. Com seu irmão Tiago, auxiliava o pai na pesca no
lago de Genezaré. Pelos Evangelhos sabemos também que seu pai possuía alguns
barcos e empregados que trabalhavam para ele. Maria Salomé é apontada como uma
das santas mulheres que acompanhavam o Divino Mestre para O servir.
Como seus outros dois irmãos Simão e André, também
pescadores, era discípulo de São João Batista, o Precursor. Deste haviam
recebido o batismo, zelosos que eram, preparando-se para a vinda do Messias
prometido.
Certa vez, estavam João e André com o Precursor,
quando passou Jesus a alguma distância. O Batista exclama: "Eis o Cordeiro
de Deus, que tira os pecados do mundo". No dia seguinte repetiu-se a mesma
cena, e desta vez os dois discípulos seguiram Jesus e permaneceram com Ele
aquele dia (Jo, 1, 35 a 39).
Algumas semanas depois estavam Simão e André lançando
as redes às águas, quando passou Jesus e lhes disse: "Vinde após mim. Eu
vos farei pescadores de homens". Mais adiante estavam Tiago e João numa
barca, consertando as redes. "E chamou-os logo. E eles deixaram na barca
seu pai Zebedeu, com os empregados, e O seguiram" (Mc 1, 16 a 20).
A partir de então passaram a acompanhar o Messias em
sua missão pública. Logo se lhes juntaram outros, que perfariam o número de
doze, completando assim o Colégio Apostólico.
Preeminência de três Apóstolos
sobre os demais
Desde logo, Pedro, Tiago e João tomaram preeminência
sobre os outros Apóstolos, tornando-se os "escolhidos dentre os
escolhidos". E, como tais, participaram de alguns dos mais notáveis
episódios na vida do Salvador, como a ressurreição da filha de Jairo, a
Transfiguração no Tabor e a Agonia no Horto das Oliveiras.
São João foi também um dos quatro que estavam
presentes quando Jesus revelou os sinais da ruína de Jerusalém e do fim do
mundo. Mais tarde, com São Pedro, a quem o unia respeitosa e profunda amizade,
foi encarregado de preparar a Última Ceia. São Pedro amava ternamente São João,
e essa amizade é visível tanto no Evangelho quanto nos Atos dos Apóstolos.
Por sua pureza de vida, inocência e virgindade, João
tornou-se logo o discípulo amado, e isso de um modo tão notório, que ele sempre
se identificará em seu Evangelho como "o discípulo que Jesus amava".
Apesar de os Apóstolos não estarem ainda confirmados em graça, isso não
provocava neles inveja nem emulação. Quando queriam obter algo de Nosso Senhor,
faziam-no por meio de São João, pois seu bom gênio e bondade de espírito
tornavam-no querido de todos.
"Mas esta serenidade, esta doçura, este caráter
recolhido e amoroso [de João] são algo diferente da inércia e da passividade.
Os pintores nos acostumaram a ver nele um não sei quê de feminino e
sentimental, que está em contraste com a energia varonil e o zelo fulgurante
que se descobre em algumas passagens evangélicas" [1].
Se Nosso Senhor amava particularmente São João, também
era por ele amado de maneira especialíssima. Com seu irmão Tiago, recebeu de
Cristo o cognome de "Boanerges", ou "filhos do trovão", por
seu zelo. Indignaram-se contra os samaritanos, que não quiseram receber o
Mestre, e pediram-Lhe para fazer descer sobre aqueles indóceis o fogo do céu.
Foi por esse amor, e não por ambição, que ele e o
irmão secundaram a mãe, Salomé, solicitando que um e outro ficassem à direita e
à esquerda do Redentor, em seu Reino (um tanto equivocadamente, pois imaginavam
ainda um reino terreno). Quando Nosso Senhor perguntou-lhes se estavam
dispostos a beber com Ele o mesmo cálice do sofrimento e da amargura, com
determinação responderam afirmativamente.
Entretanto,
uma das maiores provas de afeição de Nosso Senhor a São João deu-se na Última
Ceia. Quis o Divino Mestre ter à sua direita o Apóstolo Virgem, permitindo-lhe
a familiaridade de recostar-se em seu coração. Diz Santo Agostinho que nesse
momento, estando tão próximo da fonte de luz, ele absorveu dela os mais altos
segredos e mistérios que depois derramaria sobre a Igreja.
A pedido de Pedro, perguntou a Jesus quem seria o
traidor, e obteve a resposta. São João teve, porém um momento de fraqueza — e
das mais censuráveis — quando os inimigos prenderam Jesus, tendo então fugido
como os outros Apóstolos. Era o momento em que Nosso Senhor mais precisava de
apoio! Logo depois o vemos acompanhando, de longe, o Mestre ao palácio do Sumo
Sacerdote. Como era ali conhecido, fez entrar também Simão Pedro. Pode-se supor
que ele tenha permanecido sempre nas proximidades de Nosso Senhor durante toda
aquela trágica noite, e que não saiu senão para ir comunicar a Maria Santíssima
o que se passava com seu Filho. Acompanhou-A então no caminho do Calvário e com
Ela permaneceu ao pé da cruz. Era o sinal evidente de seu arrependimento.
Custódia da Mãe de Deus ao
Apóstolo virgem
Foi então que, recebendo-A como Mãe, obteve o maior
legado que criatura humana jamais podia receber. Diz São Jerônimo: "João,
que era virgem, ao crer em Cristo permaneceu sempre virgem. Por isso foi o
discípulo amado e reclinou sua cabeça sobre o coração de Jesus. Em breves
palavras, para mostrar qual é o privilégio de João, ou melhor, o privilégio da
virgindade nele, basta dizer que o Senhor virgem pôs sua Mãe virgem nas mãos do
discípulo virgem" 2. Ensinam os Padres da Igreja que esse grande Apóstolo
representava naquele momento todos os fiéis. E que, por meio de São João, Maria
nos foi dada por Mãe, e nós a Ela como filhos. Mas João foi o primeiro em tal
adoção.
Foi ele também o único dos Apóstolos a presenciar e a
sofrer o drama do Gólgota, servindo de apoio à Mãe das Dores, que com seu Filho
compartilhava a terrível Paixão.
Quando, no Domingo da Ressurreição, Maria Madalena
veio dizer aos Apóstolos que o túmulo estava vazio, foi ele o primeiro a
correr, seguido de Pedro, para o local. E depois, estando no Mar de Tiberíades,
aparecendo Nosso Senhor na margem, foi o primeiro a reconhecê-Lo.
Uma das três colunas da Igreja
nascente
Nos Atos dos Apóstolos, ele aparece sempre com São
Pedro. Juntos estavam quando, indo rezar no Templo junto à porta Formosa, um
coxo pediu-lhes esmola. Pedro curou-o, e depois pregou ao povo que se reuniu
por causa de tal maravilha. Juntos foram presos até o dia seguinte, quando
corajosamente defenderam sua fé em Cristo diante dos fariseus. Mais adiante,
quando o diácono Felipe havia convertido e batizado muitos na Samaria, era necessário
que para lá fosse um dos Apóstolos a fim de os crismar. Foram escolhidos Pedro
e João para a missão.
São Paulo, em sua terceira ida a Jerusalém, narra em
sua Epístola aos Gálatas (2, 9) que lá encontrou "Tiago, Cleofas e João,
que são considerados as colunas", e que eles, "reconhecendo a graça
que me foi dada [para pregar o Evangelho], deram as mãos a mim e a Barnabé em
sinal de pleno acordo".
Depois disso os Evangelhos se calam a respeito de São
João. Mas resta a Tradição. Segundo esta, ele permaneceu com Maria Santíssima
durante o que restou de sua vida mortal, dedicando-se também à pregação. Depois
da intimidade com o Filho, o Apóstolo virgem é chamado a uma estreita
intimidade de alma com a Mãe [...]. Que grande virtude deveria ter alguém para
ser o custódio da Rainha do Céu e da Terra!
Assim, teria ele permanecido com Ela em Jerusalém e
depois em Éfeso. "Dois motivos principais deveriam ter ocasionado essa
mudança de residência: de um lado, a vitalidade do cristianismo nessa nobre
cidade; de outro, as perniciosas heresias que começavam a germinar. João queria
assim empenhar sua autoridade apostólica, quer para preservar quer para coroar
o glorioso edifício construído por São Paulo; e sua poderosa influência não
contribuiu pouco para dar às igrejas da Ásia a surpreendente vitalidade que
elas conservaram durante o século II" [3].
Após a dormição de Nossa Senhora — que é como a Igreja
chama o fim de sua vida terrena — e a Assunção d'Ela aos Céus, fundou ele
muitas comunidades cristãs na Ásia menor.
Vivo após o martírio
Ocorre então o martírio de São João [...]. O Imperador
Domiciano o fez prender e levar a Roma. Na Cidade Eterna, ele foi flagelado e
colocado num caldeirão de azeite fervendo. Mas o Apóstolo virgem saiu dele
rejuvenescido e sem sofrer dano algum. Domiciano, espantado com o grande
milagre, não ousou atentar uma segunda vez contra ele, mas o desterrou para a
ilha de Patmos, que era pouco mais do que um rochedo. Foi ali, segundo a
Tradição, que São João escreveu o mais profético dos livros das Sagradas
Escrituras, o Apocalipse.
Após a morte de Domiciano, o Apóstolo voltou a Éfeso.
É lá que, segundo vários Padres e Doutores da Igreja, para combater as
doutrinas nascentes de Cerinto e de Ebion — que negavam a natureza divina de
Cristo — escreveu ele seu Evangelho 4. Ordenou antes a todos os fiéis um jejum
que ele mesmo observou rigorosamente, para em seguida ditar a seu discípulo
Prócoro, no alto de uma montanha, o monumento que é seu Evangelho. Transportado
em Deus, com um vôo de águia, ele o começa de uma altura sublime: "No
princípio era o Verbo, e o Verbo estava em Deus, e o Verbo era Deus". Este
Evangelho, dos mais sublimes textos jamais escritos, é tido em tanta veneração
pela Igreja, que figura [como o Evangelho da celebração das Festas das Festas,
a Páscoa], pela fundamental doutrina que contém.
Segundo
São João Crisóstomo, os próprios Anjos aí aprenderam coisas que não sabiam. São
João escreveu também três Epístolas, sempre visando estabelecer a verdadeira
doutrina contra erros incipientes que se infiltravam na Igreja.
Segundo uma tradição, o discípulo que Jesus amava
teria morrido em Éfeso, provavelmente [...] no ano 101 ou 102. [...]
Por: José Maria dos Santos
NOTAS:
1.
Frei Justo Pérez de Urbel, OSB, Año Cristiano, Ediciones Fax, Madrid, 1945,
tomo IV, p. 614.
2.
Apud Frei Justo Pérez de Urbel, OSB, op. cit., p. 612.
3.
Abbé L.Cl. Fillion, La Sainte Bible avec commentaires, Évangile selon S. Jean,
P. Lethielleux, Libraire-Éditeur, Paris, 1897, Prefácio.
4.
Les Petits Bollandistes, Vies des Saints d'après le Père Giry, Bloud et Barral,
Libraires-Éditeurs, Paris, 1882, tomo XIV, p 489.
Outras
obras consultadas:
1.
Pe. M.-J. Lagrange, Évangile selon Saint Jean, Librairie Lecoffre, Paris, 1936,
6a. edição, Introduction, pp. VI a XII.
2. Pe.
Jean Croisset, SJ, Año Cristiano, Saturnino Calleja, Madrid, 1901, tomo IV, pp.
963 a 969.
3.
Edelvives, El Santo de Cada Día, Editorial Luis Vives, S.A., Saragoza, 1949,
tomo VI, pp. 573 a 581.
4.
Pe. José Leite, SJ, Santos de Cada Dia, Editorial A. O., Braga, 1987, pp. 490 a
495.
Extraído
do site ecclesia.com.br
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